42 | Goodbye.

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Respiro fundo. Acho que fiz o que é certo, o que sinto que é certo. Eu confiei nele e nas pessoas ao meu redor, e tudo o que aconteceu, foi me deixarem ser traída. Pessoas boas só se fodem. Se apaixonar é se foder completamente e Luke me fodeu de todas as formas possíveis.

Meu celular toca e respiro fundo, não querendo atender. Deixo-o de lado e continuo encarando o teto do meu quarto de infância. Não tenho coragem de encarar meus pais, nem meus vizinhos, nem ninguém da minha família. Não tenho coragem de sair daqui pra encarar o mundo. Tenho vergonha de ter mentido tão descaradamente sobre algo tão sério. Só estou triste pelas coisas terem desandado de uma forma tão ruim; de tudo ter desmoronado bem nas minhas costas. Não quero ver minhas redes sociais, ler nenhuma mensagem, assistir tv, atender o celular, ler jornal. Só quero ficar aqui, quieta e no silêncio. Só quero voltar ao tempo em que tudo era mais fácil e a vida não tinha todos esses altos e baixos, e se tinha, eu me divertia com eles.


"Amme?" Uma voz chama, acompanhada de um toque na porta. Acho que é a minha mãe. "Posso entrar, filha?"

"Sim." Minha voz sai fraca, quebrada, embargada. Parece que à cada gesto que eu faço, algo se parte em mim.


Minha mãe adentra ao quarto e fecha a porta. Ela parece quase tão triste quanto eu. Ela vem até a cama e se senta na ponta.


"Eu prometo que não vou ficar por muito tempo. Só tenho que arrumar um lugar para ficar." Pigarreio. Eu estava chorando, então...

"Sabe que aqui é sua casa, certo? Que pode morar aqui, que não quero que vá embora." Ela afaga minha perna sobre a coberta.

"Não quero ir embora. Não quero sair do quarto nunca mais, mãe." Minha voz embarga ainda mais e meus olhos ameaçam me trair para chorarem mais.

"Eu sinto muito por ter te criado de uma forma tão inocente, querida. Eu devia ter te criado te deixando ciente das maldades do mundo. Confia demais nas pessoas, porque acha que todas elas são boas, mas nem todas elas são, filha." Ela suspira. "Eu sei que assinou o contrato com inocência, sem achar que alguém fosse te trair. Eu sei que gostou do Luke, achando que tudo fosse dar certo e ser um conto de fadas. Eu sei que você se deu ao mundo todo, sem imaginar que eles fossem te fazer mal. Eu sei que você não enxergou nada disso com maus olhos, e por isso que eles te machucaram. As pessoa más ferem as pessoas boas. É culpa minha você ser boa demais e não saber que o mundo é mau."

"Para, mãe." Suspiro. "Por favor. Não tem nada a ver com você. Eu fui burra e idiota por acreditar nas pessoas, mas não foi por sua culpa."

"America, também precisa entender que não é porque algumas pessoas te feriram, que todas vão te ferir. Não pode parar de confiar nas pessoas, mas têm que tomar cuidado."

"Eu sei, só não acho que eu consiga confiar em alguém de novo. O amor é fodido."

"Sim, ele é." Ela sorri. "Mas é bom. É um sentimento infinitamente bom. Não é?"

"Sim, mas ele acabou comigo."

"America, sabe por que te dei esse nome?" Nego com a cabeça. "Porque nosso continente foi roubado, maltratado, escravizado, deixado de lado e hoje, tudo por conta das nossas riquezas. Você tem muitas riquezas, meu amor. Coisas que as outras pessoas também querem ter. Então elas tentam tomar isso de ti. Tentam roubar de você, tudo o que tem de importante, que as pessoas más não tem. Agora, seu nome faz mais sentido. Seja forte como o continente em que nasceu é, mesmo depois de tantas coisas malucas que ocorreram." Ela beija minha testa. "Devia dar uma volta."

"Não quero." Suspiro.

"Vai ser melhor para você. Por favor." Ela pega minha mão.

"Ok." Suspiro.


Visto um moletom cheio de rosas, calça jeans e tênis. Eu não tenho mais a Mary me obrigando a usar saia e salto, nem a passar maquiagem e arrumar meu cabelo. Agora, eu só tenho eu e minha família. Ah, e meu cãozinho, o que Luke me deu no meu aniversário.

Faking | Luke HemmingsWhere stories live. Discover now