41 | The truth.

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Eu movi o mundo convocando uma coletiva de imprensa sozinha. Eu pedi para que todas as pessoas que pudessem aparecer, aparecessem. Eu chamei meus seguranças e minha família, logo após explicar ao meu pai e à Antonella tudo o que aconteceu. Eu não chamei Mary, mas antes de fazer tudo isso, eu movi dinheiro o suficiente para a conta dela, para que ela ficasse despreocupada depois do que eu vou fazer. Também movi para a conta de Antonella, para a faculdade dela, para a de todos os meus funcionários, com a ajuda dos meus pais, e obviamente, para a dos meus pais. Esses anos todos de cantora me trouxeram muitas decepções, mas mil vezes mais dinheiro que todas elas juntas. Tem seu lado péssimo, tóxico, corrosivo, mas um bom. E mesmo assim, ainda creio que dinheiro nenhum valha um coração inteiro, a paz de um ser humano e seu direito de não se ferir com tudo.
Antes de aparecer em público, nessa praça em que marquei, respiro fundo.
Ontem eu dormi na casa dos meus pais, no meu antigo quarto, usando minhas antigas roupas. Eu senti como se eu voltasse a ser uma adolescente normal, que fazia e cantava músicas pela paixão em fazer aquilo. Eu passava meu tempo dentro daquele quarto escrevendo e cantando, sem grandes expectativas de ser mais que aquilo, e agora, olhe onde estou. Estou prestes a destruir tudo e voltar à primazia. Eu era só uma garota com um sonho, agora, sou uma garota com o sonho prestes a ser destruído por opção.

Mandei meus advogados revisarem todo o processo ontem à noite. Eles passaram a noite lendo e interpretando cada cláusula exigida ali, e não havia nada que eu pudesse fazer para sair, a não ser esperar o fim dos dois últimos anos ou desistir, mas desistir requeria perder tudo. Muito, muito dinheiro, mais direitos autorais de muitas músicas, mais o contrato com a gravadora e muitas outras coisas estúpidas. Eu odeio o fato de ter sido tão ingênua a ponto de assinar algo sem ler. Eu sei, eu tinha dezoito anos, mas mesmo assim, eu tinha que ter a mínima noção de onde eu estava me metendo. Agora, eu me fodo.
Sendo assim, eu requeri o divórcio e a quebra do contrato. E eles encaminharam tudo.


"Querida," Dom, um dos meus seguranças, diz calmamente. "Tem certeza de que é isso que quer fazer?" Ele afaga minhas costas gentilmente. Eu estou tremendo, aflita. Não ouse me maquiar, usar um vestido ou salto alto. Não ousei atender ao telefone e


"Eu preciso." Suspiro. "Ele ganhou, Dom. Eu sinto muito."


"Não tem que sentir muito por isso. Você é a minha garota e eu só quero que faça o que vai te fazer bem." Ele acaricia meu cabelo e lhe dou um abraço amigável.


"Onde Ralf está?" Indago sobre o outro segurança.


"Bem, ontem o Luke ficou totalmente bêbado e Ralf teve que ficar com ele. Achou melhor, porque ele realmente precisava." Ele comprime os lábios e coça a sua careca. "Amme, ele não está bem. Eu não defendo a merda que o Luke fez, mas não acha que seria melhor vocês conversarem antes de agir de cabeça quente?" Ele tenta refutar.


"Eu amo Luke, Dom. Eu me apaixonei por ele de verdade e tudo o que ele fez, foi julgar algo sem me ouvir antes, pra tentar entender o que realmente aconteceu. Ele saiu e fodeu a minha melhor amiga, sabendo que isso ía acabar comigo. Se ele não me ouviu, por que eu teria de ouví-lo?" Meus olhos marejam e minha voz se quebra. "Acabou. Eu aguentei demais tudo isso; eu desisto." Balanço a cabeça.


"Tudo bem." Ele beija a minha testa. "Se isso vai te fazer bem, siga em frente."


"Eles vão me odiar." Esfrego meu rosto com as minhas mãos.


"Não vão. As pessoas erram, faz parte. Só respire fundo e siga em frente, minha menina." Dom sorri para mim.


Eu respiro fundo e saímos do carro. Os outros seguranças saem do carro de trás e me seguem. Eu queria muito que Mary estivesse aqui e é muito possível que ela saiba que eu vou fazer algo, já que eu postei em todas as minhas redes sociais que faria um anúncio. Tento me acalmar o máximo que posso, para não me arrepender disso. Eu posso amar Luke, mas tenho que me amar acima de tudo e fazer o que é bom para minha saúde mental. E nesse momento, ele a está destruindo impiedosamente. Não tenho sequer um rastro de energia ou estrutura. Minha paciência com as merdas dele acabou. Eu realmente desisto.

Faking | Luke HemmingsOnde histórias criam vida. Descubra agora