9. Consciência

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Louis hesita e está tentando manter a calma e ser indiferente por estar seminu na minha frente. Eu fico sentado, optando por permanecer na minha zona segura, pois se me levantar desta mesa, terei vontade de rasgar aquele maldito robe de cetim dos seus ombros.

- Então?- ele pergunta levantando uma sobrancelha.

- Então... - digo e arranho a minha garganta.

- Então... Estou aqui. E agora o quê?

Esfrego o meu queixo, contemplando o meu próximo passo.

"Ele é exatamente como todos os outros, não é nada de especial. Apenas um salário."

Canto isso na minha cabeça uma e outra vez até que se torne real, ou pelo menos acreditável pra mim.

"Você está cheio de merda H.S, ele é mais do que isso, você sabe disso e você odeia isso".

- Tire o seu robe. – digo bruscamente, tentando calar as vozes na minha cabeça.

Louis hesita, ainda subindo no seu muro imaginário entre a porta e a sala. Ele puxa o robe em volta dele, apertando o cetim em seu corpo, revelando a curva de seus quadris e minha boca saliva.

- Eu não posso te ajudar se você não me deixar, Louis. -minha voz é mais suave do que deveria ser, provavelmente, mais suave do que ele merece e continuo:

- Tire o seu robe... Por favor.

Ele não luta, embora eu saiba que ele quer, mas em vez disso, ele respira fundo, aperta os olhos e levemente, quase meticulosamente, solta o seu aperto sobre o tecido de cetim.

As luzes da sala iluminam as suas sardas marrons que decoram a parte superior do seu peito e ombros. O contraste entre os chuviscos de sardas na sua pele e seus cabelos achocolatados brilhante, me fazem lembrar um cupcake brown velvet.

Minha língua passeia entre meus lábios preguiçosamente e o desejo por me deleitar em sua doçura é cada vez mais forte e quente.

O seu robe desliza sobre seu espartilho, minha cabeça e membros endurecem e todo o meu senso de controle começa a escapar. Posso sentir minhas pernas doendo e minhas mãos ardendo para tocá-lo e rastrear o mosaico de sardas que desenham na sua pele cremosa.

Louis olha para sua lingerie, quando o cetim mostra o espartilho que cobre sua cintura, como se ele estivesse vendo pela primeira vez e com os olhos arregalados de espanto ele detém a vontade de falar algo.

O robe cai no chão, entre seus saltos, mostrando-o pra mim. Sua calcinha é preta como a noite e é levemente transparente, suas meias são pretas e com detalhes em renda e estão ligadas por uma cinta-liga sobre suas longas pernas tonificadas.

Ele é um anjo, meu anjo com cabeleira brilhante. Um homem como ele deve ser cercado e imerso por todas as coisas suaves e gentis.

Nossos olhos se encontram e nossas bocas se abrem, sem palavras para serem ditas. Não há nenhuma palavra, apenas meu ar e o dele preenchendo este espaço em que até mesmo a sua pele parece brilhar, ele está ofuscante.

- Caminhe pra mim. – ordeno.

Louis dá uns passos em minha direção e eu paro seus avanços, levantando a minha mão.

- Pare. - digo

- O quê?- dor e confusão passam em seu rosto.

- Não ande como se estivesse andando em grama verde, exagere no balanço dos quadris, rebole pra mim. Veja como os saltos alongam suas pernas e esculpem suas panturrilhas. Ande devagar para que eu possa apreciar isso, ok? Agora tente novamente.

Ele revira os olhos diante da minha determinação de aço que se instala neles. Com a cabeça erguida ele dá um passo lentamente pra frente e algo quente aparece em minhas veias, deixando um rastro ardente de desejo pela minha espinha. Outro passo pecador e seus olhos em mim como um franco-atirador sedutor. Ao terceiro passo, seus quadris brincam de esconde-esconde debaixo da sua calcinha e eu sinto que minhas calças vão explodir em chamas, e faço meus pés darem passos longos em direção a ele.

Eu sei que Louis pode ler o desespero e urgência em meus olhos famintos, sei que ele percebe como a minha mão treme quando me aproximo e coloco uma mecha da sua juba atrás da orelha. No entanto, ele não faz nenhum comentário ou piada sarcástica, em vez disso, ele prende seu lábio inferior gentilmente entre seus dentes.

Sem se quer pensar, corro devagar o meu polegar ao longo de sua boca, acariciando seu lábio atormentado e Louis o libera dos seus dentes, o meu polegar trilha sua boca mais uma vez.

Não há nada entre nós agora além de ar, as obrigações são esquecidas e eu não me importo com isso. Com uma mão seguro as suas costas e com a outra traço seus lábios e todas as regras e os limites, simplesmente somem. Para o inferno com as consequências.

Fecho meus olhos, porque tocar nele e vê-lo é apenas demais para suportar.

- O que diabos você está fazendo comigo, Louis?- eu sussurro em sua orelha.

Eu não esperava que ele respondesse ou mesmo que fosse me ouvir, mas eu quero que ele faça, preciso que ele me responda, pois suas palavras dão vida as mais escuras e mais solitárias partes de mim.

- Exatamente o que você me ensinou.

Com suas palavras, a realidade corre em meu corpo, me afogando em uma piscina gelada de consciência.

Merda.

"Estou tocando o marido de outro homem".

"Quase beijei o marido de outro homem".

"Quero transar com o marido de outro homem".

Pensar nisso e deixar ele saber disso é uma coisa, mas admitir? Sabendo o quanto dói estar perto dele? Sabendo que cada olhar e suspirar dele afeta a minha própria existência?

Isso é loucura.

Me afasto dele e vou até a porta. Mesmo não olhando pra ele, vejo a dor escurecer a luz dos seus olhos, mas sei que tenho que sair. Porque se eu não fizer isso, vou fazer cada uma das minhas lições táticas com ele. Preciso me afastar, eu tenho meus motivos e isso vai me destruir.











TAINT [sexual education] l.sWhere stories live. Discover now