Capitulo 8

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Onde eu enfio a minha cara depois de simplesmente dormir com meu chefe? Uma semana se passou e eu ainda continuo com a cara coberta de vergonha. Não sei por que fico bancando a egípcia. Se a Ella nesse momento pudesse ouvir meus pensamentos me mandaria criar vergonha na cara. Posso até ouvir sua voz!
Bem, a historinha de viver o momento não é e nunca será uma boa ideia.
Tirando a parte que ultrapassamos o limite do limite, foi incrível. Não deveria achar isso, mas o que posso fazer?
Só não sei explicar o que aconteceu comigo, nunca fui dormir com alguém assim "do nada". Talvez pela força do momento ou pela nossa conversa em que ele parecia ser o melhor homem do mundo. Tudo enganação, não vou cair novamente nisso. Não mesmo. SE CONCENTRE EM SEU TRABALHO JÚLIA, POR QUE VOCÊ AINDA PRECISA DELE.

Eu contei para a Thaís e a idiota já ficou imaginando besteiras. Qual o problema dela? Ela deveria me dar uns conselhos, ela simplesmente mandou eu seguir meu coração e ultimamente meu coração só anda dando bola fora. Não dá para seguir ele, não mesmo!
E eu já sou maior de idade, dona do meu próprio nariz. Seria maravilhoso tomar decisões de adultos também.

Eu estava na lavanderia passando o uniforme do quinteto. Na verdade, eu já estava deitada na minha cama enrolada em cobertas quentinhas, quando lembrei do uniforme deles. E agora em plena 00:00 eu estou passando roupa.
E tinha derramado café no meu pijama. Como uma pessoa consegue derrubar café em si mesma?
Uma que tenha um grau de retardamento extremamente elevado. Prazer, eu!

—Júlia?

Me virei, era o Alexandre. Ele não veio jantar e pelo que me parece está chegando do escritório agora. Ainda está de terno e gravata, com a pasta em sua mão.

—Pois não?!_coloquei o ferro no apoio.

—Por que está passando roupa essa hora?

—Eu tinha esquecido do uniforme das crianças, senhor!

Ele suspirou.

—Podemos conversar?!

—Sobre?

—Sobre o que aconteceu, não dá pra você ficar fugindo de mim todo o tempo.

Voltei minha atenção para a roupa. Ele não quer mesmo falar sobre isso, não é?!

—Combinamos de que isso nunca aconteceu! Lembra? _Voltei a passar a roupa.

—Não Júlia, você combinou isso sozinha quando pulou da minha cama as 05:00 da manhã e nem me deu chance de falar com você!

O olhei.

—Ah, mas você não quer falar sobre isso. Para que falar? Dormimos juntos, "Vivemos o momento" e pronto. Passou! Acabou o momento.

—Eu não quero só ter dormido com você Júlia. Me entende. Não quero apenas ter "vivido um momento" com você. Vamos conversar, por gentileza?

Não mesmo, nem amarrada em um cacto. Conversar pra que? Tô com medo, essa é a verdade.

—E você quer o que então? Para de viajar. Ultrapassamos todos os limites que você mesmo estipulou. Aliás aquilo nem deveria ter acontecido. Olha o climão que está entre a gente agora?! Antes era tudo maravilhoso, você era o ogro e eu era a pessoa que odiava o ogro. Interpretávamos nossos personagens muito bem! Agora está tudo revirado!

—E você não odeia mais? _Sorriu.

—Eu preciso ir dormir, senhor! Tenho que levantar cedo e ainda me derramei café. Preciso tirar esse pijama. Com licença! _desliguei o ferro.

—Se você quiser, eu tiro pra você! _Segurou o meu braço.

—Não está falando isso como meu patrão, certo? _O olhei.

A BabáWhere stories live. Discover now