Capítulo 16

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Foi estranho falar e esclarecer tudo com o Alexandre. Quão idiota eu fui por não o escutar antes! Eu sou uma hipócrita, fico fazendo discursos que tudo tem que haver comunicação e na minha vez de me comunicar, eu deixei as coisas caminharem sem uma solução clara ou sem um diálogo. Idiota! É por isso que eu só me ferro.

Fui imatura ontem também, eu deveria ter ficado e conversado civilizadamente com ele, porra Julia! E para acabar de completar, acordei com dor de cabeça, mas eu mereci. Hoje eu tenho que dar um jeito de me desculpar e tentar corrigir as coisas.

— Crianças, eu não sei por que o papai não desceu para o café. Mas quando vocês chegarem, eu prometo que já terei descoberto!

As crianças estavam perguntando por que o Alexandre não desceu para o café da manhã, provavelmente deve ter dormido até tarde e está super atrasado.

— Boa aula meus pirralhos favoritos _O Manuel saiu com o carro.

Entrei de volta na casa e fui direto para cozinha. De maneira nenhuma, quero subir para o andar de cima agora, sei que tenho que conversar com o ogro, mas ele deve estar querendo me matar por ter o empurrado na piscina ontem.

—Júlia meu amor, pode me fazer um favor? _Abigail falou quando eu entrei na cozinha.

—Para você, até dois!!_sorrir pra ela.

— Pode levar esse chá para o Senhor Shrek? Quero dizer, Senhor BeckHam!

Eu não queria subir lá em cima agora, mas qual seria a melhor desculpa para dizer a Abigail? Seria algo semelhante a: " Ah Bi, empurrei meu chefe na piscina quando ele descobriu que não engravidou a Ex namorada cínica e calculista dele". Não ia rolar, não mesmo.

— Claro. _Peguei a bandeja e subir.

Se o Alexandre pediu para a Abigail este chá, devo estar bastante encrencada, ele deve estar com uma grande dor de cabeça.

Dei dois toques na porta.

—Entra!

O estado dele era de quem não iria trabalhar hoje. Passaria por cima do meu extremo orgulho e pediria desculpas. Sei lá, vai que a culpa foi minha?

—...Eu trouxe o chá que pediu para a Abigail.

— Pode colocar em cima do criado mudo, por favor!

Seu olhar estava fixo no seu notebook em cima da cama.

Coloquei a xícara em cima da mesinha e virei para voltar aos meus afazeres. Parei e o olhei.

—Alexandre, me desculpe por tê-lo empurrado na piscina ontem? Eu fui imatura e infantil.

Eu estava com 10% de sentimento culposo e 90% do orgulho ferido.

—Júlia, me pedindo desculpas? É pegadinha?_ ironizou.

Suspirei.

— Não, é sério!

Ele se levantou pegando a xícara.

— Eu só te desculpo com uma condição!

— Ah não, deixa! Minha parte eu fiz!! Com licença!

—Espera!_ me virei.

— O que?

— Por que me pediu desculpas, se ficamos molhados juntos?

— Foi por acaso, achei que... sei lá! Deve ter sido minha culpa. Então pedi desculpas.

— E eu aqui achando que você tinha se regenerado e teria vindo cuidar de um pobre homem indefeso o qual você empurrou na piscina e o deixou largado as traças.

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