Capítulo 42

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1 mês depois

Meus pés estão enormes, eu praticamente só consigo ver meus pés diante de um espelho, minha barriga cobre toda minha visão da parte debaixo dela.
Voltei a morar com o Alexandre, ele fez um drama muito bem feito e eu acabei cedendo.
Então eu estou de novo na bela Mansão BeckHam. Foi bom, na verdade, foi maravilhoso. Depois que ele me pediu em casamento e eu ter passado mal lá no meu AP, não tive escolhas.
Casamos na próxima semana, está uma correria total, minha mãe e um monte de gente organizando para que tudo saia perfeito. Isso está me deixando super cansada.
Segundo meu futuro marido, casaremos antes dos bebês nascerem. Será praticamente uma contagem regressiva.
Hoje foi dia de consulta, a última até os bebês nascerem.
Eu estava com calor, na verdade, com muito calor.
Nos casamos na semana que vem e cinco dias depois está previsto o nascimento das crianças.
Tudo que eu queria nesse momento era entrar em casa e tomar um banho, para ver se aliviava esse calor desagradável o qual está fazendo.
Incrivelmente o Alexandre não colabora, ele me fez passar com ele na empresa pois iria pegar uns documentos e depois iriamos juntos pra casa. Mas ele não está facilitando nada e está batendo papo com o administrador da empresa dos meus pais. Eu estou pra atirar meu tênis nele.

—Pronto amor, vamos? _sorriu pra mim.

Suspirei.

—Vamos! Eu estou impaciente e com calor!

Fui até o elevador e o acionei.

—Hei espere por mim!!_veio correndo e entrou no elevador.

—Eu estou derretendo!!_Me abanei.

—Hoje o tempo está realmente confuso em Boston. _sorriu.

—Está tudo louco! _a porta do elevador se abriu e fomos em direção ao carro.

Entrei no carro e desabotoei o meu short e tirei meu sapato. Eu estava fadigada e isso era extremamente notável.

—Calma amor, vou ligar o ar condicionado para você!

—Obrigada! _tirei minha blusa, deixando amostra meu sutiã de renda preto. Fiz um coque em meu cabelo.

—Júlia pelo amor, veste essa blusa!!

—Não enche Alexandre, eu estou derretendo e apenas nós estamos dentro do carro.

—As pessoas da rua podem ver você desse jeito!

—Nos polpe!! Quem foi que nunca viu peitos cobertos por um sutiã? Para né?!_bufei.

—Garota, pelo menos sobe o vidro!

—Eu estou morrendo de calor, seus filhos estão fazendo uma festa de arromba dentro de mim. Nada está colaborando, então para a sua segurança não me mande fecha a porra desse vidro. Eu seria capaz de agredir você!

—Hei calma! Não se estresse! _colocou a mão na minha barriga.

Respirei fundo e encostei minha cabeça no banco.

—Me desculpe!

Em tempo recorde Alexandre chegou em casa, às crianças ainda não tinha chegado da escola. Vesti a blusa e desci do carro. Fui direto para a cozinha, eu precisava de água bem gelada.

—Jú tem alguma preferência para o almoço? _Estela perguntou.

— Faça o que você quiser! Eu só quero água!

—O bebês, estão lhe deixando fadigada hein!

—Hoje eles decidiram que iriam fazer uma festa badalada dentro da minha barriga! E eu nem fui convidada.! _suspirei.

—Daqui a pouco eles estão aí do lado de fora te deixando careca! _sorriu.

—Deixando todos da casa careca, não é? Eu vou subir, depois eu venho lhe ajudar em algo que precise!

—Não se preocupe Jú! Vai descansar!

—Se eu descansar mais do que já descanso, esses bebês aqui irão ser mais preguiçosos que o próprio bicho preguiça! _sorrir e fui em direção as escadas.

Olhei para a enorme escada.

Por que ela tinha que ter tantos degraus? E por que nada estava colaborando hoje?
Desistir de subir as escada e fui para um quarto de hospedes que ficava embaixo.
Me deitei na cama. Estava pensando, e se eu não der conta de suprir as necessidades dos bebês como mãe? Como eu irei pegá-los no colo? Eu não estou preparada para ser mãe, eu não sei nem trocar fraldas.
Eu estava chorando e com muito medo. Ainda assim, se na hora do parto, eu não for suficiente forte para tê-los sem complicações? estou me sentindo uma inútil.
Eu não conseguia conter às lágrimas. Era tantas perguntas sem respostas. E se eu não souber educar eles? Eu estou me sentindo uma inútil. Eu não tenho preparação psicológica para eles. E não me arrependo, eu quero ter eles, mas, eu não sei se eles irão me achar boa mãe.

—JÚLIA?_ Alexandre abriu a porta e suspirou, como se estivesse aliviado.

Passei a mão no meu rosto, limpando as lágrimas que caíram.

—Meu amor, por que você está chorando?

Me sentei e coloquei um travesseiro entre as pernas.

—Eu estava pensando, se eu não for suficiente para suprir as necessidades dos bebês? _Olhei para minhas mãos e já sentia lágrimas escorrendo.

—Ah meu amor, não fica assim! É claro que vai ser! Você vai ser a melhor mãe que os bebês poderiam ter.

Me abraçou.

—Mas e se não for, amor? Não vamos ficar com essa ideia utópica, nem sempre as coisas dão certo e se eu como mãe não dar certo?

—Se não for, aprenderemos juntos como ser! Não se preocupe. Eu tenho total certeza que tudo vai dar certo.

—Eu não sei nem pegar bebês no colo. E se... se quando eles nascerem, eu não for forte o suficiente para tirá-los de dentro de mim? Tem possibilidade de... eles podem morrer.

—Jú olha pra mim. Você vai ser! Não se preocupe. Tudo vai dar certo. E essas crianças vão te amar mais que tudo e eu estou junto com você para aprender a como ser os melhores pais do mundo. Agora relaxa ta bom? Vamos almoçar?_ passou a mão no meu rosto.

Respirei fundo.

—Eu vou tomar um banho primeiro._ Esticou a mão para mim.

—Eu vou com você, vem!

—Não, eu prefiro ficar sozinha!_ Sorrir.

Ele me deu um selinho e beijou minha barriga.

— Acalmem a mamãe, parem de ficar agitados seus bebês levados. Qualquer coisa me chame, qualquer coisa mesmo!_ beijou minha testa e saiu do quarto.

Subir para o meu quarto e diretamente para o banheiro. Tomei um banho bem gelado.
Afinal, era só mais um dia estressante da vida de uma grávida.
Sempre ouvia as pessoas falando em como a gravidez é linda e um monte de outras baboseiras. A gestação dói, a maternidade não é tão terna como parece ser. Em livros e filmes é muito romantizado, mas não. Não é linda 100%. Lindo é um amor que a mãe sente pelo seu filho, amor capaz de suportar tudo. A maternidade é bem mais que uma barriga, um bebê e um potinho de amor, a maternidade é difícil e cheia de aprendizado. Ninguém nasce mãe, torna-se mãe. Eu estou me tornando, lentamente, me tornando mãe. 

A BabáWhere stories live. Discover now