Capítulo 14

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Certo dia comecei a perguntar-me se realmente somos fortes ou se tudo não passava de palavras jogadas aos ventos, eu entendi que somos fortes. Somos fortes mesmo quando estamos fragilizadas, somos fortes mesmo quando todas as nossas bases de proteção foram destruídas e nos persistimos, mesmo sem saber como e quando iriamos nos reerguer, somos fortes! Somos fortes, pois, mesmo sem saber como será a árdua caminhada, não paramos jamais de caminhar. Nós mulheres somos fortes! Somos fortes quando acordamos e decidimos retirar toda a poeira e tentar novamente em um dia, somos fortes quando ficamos reclusas em nossos quartos. Somos fortes quando voltamos sozinhas em uma noite escura com medo. E quer saber por que somos fortes? Porque nunca desistimos, nunca paramos , nunca deixamos de acreditar. Somos fortes até quando nos mesmas não acreditamos nisso.

Hoje o dia estava uma correria, as crianças estavam mais agitadas que o normal. Elas já haviam terminado de almoçar e estavam brincando no jardim, eu estava guardando os uniformes deles e pela primeira vez na minha estadia de babá aqui, as crianças conseguiram desgastar todas as minhas energias e ainda nem é muito tarde.

Guardei às roupas e estiquei o lençol da cama da Sophia.

Meu celular estava tocando. O nome da dona Lygia apareceu na tela. A mãe da Ella me ligando em plena quarta? Provavelmente algo deve ter acontecido, dona Lygia não me ligaria atoa.

—Alô?

— Júlia? Tudo bem? Onde você está?

— Estou no trabalho dona Lygia, por quê?

— A Ella sofreu um acidente. Ela quer ver você! Não sei o que fazer, Jú! Ela não me deixa entrar.

— Como assim sofreu um acidente? Onde ela está?

— Ela está no BHC, por favor Júlia, me ajude.

— Claro dona Lygia. Já eu chego aí.

Desliguei o celular e desci as escadas correndo. Eu não faço a mínima ideia de onde é o BHC.

—Bi, pode dar uma olhada nas crianças para mim? Eu preciso ir urgentemente ao Hospital. Minha amiga se acidentou!

Eu estava um pouco desesperada. Ella as vezes faz umas besteiras e é bem inconsequente. Não sei o que aconteceu ao certo, a mãe dela me ligou e disse apenas que ela queria me ver, poxa vida!

— Claro Jú, o que aconteceu com a sua amiga?

— Eu não sei ao certo. A mãe dela disse que ela se acidentou e precisa me ver.

— Então vá com cuidado.

Peguei meu capacete e a chave da moto. Ela estava lá do lado de fora e eu chegarei o mais rápido possível no Hospital depois eu me viro com o Alexandre. Faço hora extra ou sei lá o que.

Sair correndo da mansão. Pelo que a dona Lygia falou, Ella não deixa ninguém entrar no quarto e eu não sei por que e nem sei como foi o acidente.

— Espera! Para onde você vai? _Alexandre estava segurando meus braços, eu nem percebi que tinha parado.

— Eu...Eu preciso ver a Ella, Alexandre. Ela se acidentou e eu não sei como ela está. Por favor deixa eu ir, depois eu pago as horas que ficar fora. _O olhei.

— Claro Jú. Mas como você vai?

— Ora essa, de moto né!

Não é possível que eu com o capacete na mão, ele não tenha percebido.

—Júlia você está de vestido e aposto que com esse vestido, você não vai conseguir subir na moto.

Olhei para o meu vestido.

A BabáWhere stories live. Discover now