XI - Novos? - Semepolhian

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Aquele arsenal precisava urgentemente ser arrumado, mas não por Semepolhian. Em sua mente, bastava que os que fossem treinar pegassem as armas e as devolvessem na construção. Só de estarem todas no mesmo lugar já era organização suficiente. Mas todos os outros concordaram que as armas deveriam ser divididas em categorias e as pessoas tinham que devolver no mesmo lugar que pegaram... Perda de tempo.

— As espadas ficam nessa parede. — Zilena apontava para o perímetro da construção hexagonal de pedra. — Os arcos nessa. E então os machados e as maças juntos e, aqui, os escudos. Ao redor da porta é melhor ficar livre. — Ela pegou algumas aljavas já cheias. — Acho que podemos colocá-las embaixo dos arcos, no chão mesmo.

Semepolhian e os outros começaram a carregar o armamento que tinham acabado de tirar da construção. Tinham arrumado menos de um terço quando ela avistou os vigilantes saindo das raízes de uma árvore com prisioneiros. Bateu no braço de Emmethorion que passava ao seu lado e rapidamente os dois correram para saber do que se tratava.

— Quem são eles? — Perguntou ela.

— Estávamos fazendo a rota padrão para ver se encontrávamos Nakoushiniders e os encontramos nos limites da floresta. — Respondeu Jhago. — Achamos que podem ser infiltrados.

Eram três, dois garotos e uma garota. Pareciam ter aproximadamente vinte e continuavam desacordados.

— Vieram pelas raízes? — Perguntou Emmethorion.

— Consideramos que era uma situação de emergência. — Respondeu o mago das árvores.

A guardiã das águas viu as armas que Kalin carregava e se assustou ao ver que eram feitas especialmente para guardiões: cabo de metal e madeira branca e a lâmina preta de obsidiana. Elas eram capazes de se converterem ao domínio de seu dono e muito difíceis de serem conseguidas... E aqueles prisioneiros tinham tantas... Não podem ser Nakoushiniders. Se forem, nós os subestimamos demais e não temos mais chances...

— De onde saiu isso? — Perguntou apontando com um aceno as armas.

— Estavam com esses dois. — Respondeu Jhago em tom aflito.

— Tinham mais alguma coisa? — Emmethorion perguntou com as sobrancelhas unidas e as mãos na cintura.

— Essas bolsas. — Kalin levantou três bolsas de couro. — Mas não abrimos por causa de suas armadilhas.

Semepolhian ignorou o aviso mesmo sabendo que eles haviam feito o certo. Eram mágicas feitas para impedirem o apodrecimento de alimentos, mas podiam ter conseguido de algum capturado. Abriu as três e em cada uma havia um ovo de dragão. Aquilo era a única coisa que tinha certeza que os nakoushiniders não poderiam ter... Ainda não... Não, certo?

Limpou os pensamentos. Não podia acreditar nisso. Os ovos encontravam seus companheiros e somente os seus companheiros. Não era possível roubar um ovo e não o perder antes de chocar, assim como não era possível se afastar de um quando ele for seu companheiro; em algum momento ele voltaria se não fosse destruído. Além disso, considerando que os dragões só nasciam quando seus companheiros mais precisavam e que os prisioneiros eram consideravelmente jovens, as idades batiam...

— Não são nakoushiniders. — Anunciou e jogou uma das bolsas para Emmethorion. — São nascidos guardiões.

O outro olhou dentro da bolsa desacreditado.

— Como isso é possível?

— Vamos levá-los para a torre de dormitórios. — Falou Semepolhian jogando água no garoto de cabelos pretos para que pudesse fazê-lo levantar alguns centímetros e assim carregá-lo facilmente. — Mas os deixem amarrados, antes de tudo eles precisam ser interrogados.

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