XXIV - Uma decisão - Semepolhian

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A raiva consumia seu corpo. Primeiro Hélinmir disse que Emmethorion havia "mudado os planos" sem dizer o que era. Depois, viu a muralha explodir sem explicações de nenhum dos três guardiões que poderiam facilmente ter falado com seus companheiros. Em seguida, descobriu que seu amigo tinha planejado conquistar uma cidade com apenas cinco pessoas. Por fim, não pôde ir ao auxílio de ninguém pois sabia que precisava retirar o excesso de peso dos dragões caso precisassem de uma fuga rápida, o que, considerando o quadro geral, era bem provável.

Sendo assim, não podendo destruir as caixas sem ferir os seres, fez o melhor que pôde para ir o mais rápido possível.

— Podem se aproximar? — Perguntou ela para Hélinmir.

— Não, eles tem balistas, mas estão quase dando um jeito nisso.

Tiveram que esperar mais um tempo antes que o dragão da floresta dissesse que podiam ir. Então foram voando encontrar o resto do grupo que não estavam em tão bom estado quanto seria esperado de uma missão pacificadora.

— Hiems, pegue Ravende e Kalin e vão! — Gritou Emmethorion segurando o braço de Sirius desacordado em volta de seu pescoço.

— Mas eu não sei se... — Começou a falar o do gelo.

— Por favor! — Falou o da floresta em desespero. — Não podemos perder ninguém...

Com relutância, os três partiram em Págon, o dragão de gelo, e rapidamente sumiram de vista voando de volta para a floresta. Pelo menos estariam definitivamente protegidos entre as nuvens.

Enquanto isso, Semepolhian e Emmethorion faziam o máximo para acordar Sirius. Pelo breve resumo do guardião da floresta, ela sabia que se não o acordasse a tempo de ele recuperar a consciência para parar o efeito da magia, o garoto logo se transformaria completamente em madeira.

Dessa forma, a das águas, com auxílio de Mizu, fez uma atitude arriscada, mas que valia a pena na situação: pegou um pouco de água do garrafão que trouxeram e o conduziu por dentro do nariz de Sirius e com muito cuidado pelo seu corpo até a região dos pulmões, onde deu um pequeno choque expandindo a água e retornando.

De primeira, nada aconteceu. Precisou de mais três tentativas para que o garoto acordasse tossindo e Semepolhian tivesse que tirar rapidamente o excesso de água para que ele não se afogasse. O processo de emadeiramento que já estava no ombro cessou e, aos poucos, começou a retornar.

— Você consegue se segurar? — Ela perguntou.

— O... Que?

— Se segurar em Balírion? Você consegue?

— Esquece. — Disse Emmethorion. — Temos que correr. Ele vai comigo.

Com dificuldade, conseguiram colocar o garoto nas costas de Hélinmir, mesmo que ele insistisse em dizer que já estava bem enquanto o outro dragão da floresta não se aquietava.

A situação era ruim, não tinham conseguido progresso na desconstrução de sua imagem, — muito pelo contrário — mas pelo menos, ainda não tinham perdido ninguém e ficaria assim, se não chegassem às balistas...

... O que descobriu ter acontecido assim que o longo dardo aterrissou perto do grupo.

Saíram às pressas, com cuidado em proteger o dragão mais jovem. Só precisavam se afastar e já seria suficiente para ficarem seguros. Voavam em zigue zague, cada vez mais alto e mais longe da cidade. Tiveram alguns dardos que chegaram a passar perto, porém no fim, estavam novamente seguros bem longe do alcance das armas.

Não tinham o costume de conversar voando, mas nenhum deles aguentou. Enquanto os dois dragões voavam lado a lado, Emmethorion começou:

— Eu posso explicar! — Gritou. — Eles mudaram a cidade! Agora está no estilo de Rarqueval! — Não sabia se tinha ouvido direito, mas se referia a cidade nimás? — Totalmente dominada pelos nakoushiniders!

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