XLV - A Grande Árvore - Sirius

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Acordaram mais próximos do meio dia do que do nascer do sol. Baseando-se nas poucas informações que tinham pelo livro e pelos conhecimentos rasos de Sirius no assunto, concluíram que seria melhor chegar na árvore dos imimoyas durante a noite, já que eram espíritos estelares. Sendo assim, optaram por descansarem um pouco mais, o que fez com que tanto ele quanto Hiems só fossem acordados pelos companheiros tarde da manhã, por terem coberto boa parte da vigia de noite.

Todos comeram um pouco e logo em seguida partiram em direção ao destino final. Andaram, às vezes com conversas aleatórias, às vezes em silêncio, ficando o diálogo somente entre Sirius e Balírion, até o sol se pôr. Após o anoitecer, precisou de menos de uma hora para se depararem com a única árvore com vida e brilhos em forma de porta da região.

Acho que encontramos. Falou Balírion.

— Definitivamente é esse o lugar. — Disse Sirius tanto para o dragão, quanto para os outros. — E agora?

Não houve resposta de imediato, todos encaravam o entalhe brilhante no tronco. Era um retângulo prateado com diversos adornos, mas nenhuma informação em qualquer idioma ou alfabeto que Sirius conhecesse. Ele bateu na porta, esperando que alguém os recebesse, porém nada aconteceu. Continuaram encarando a árvore grossa, cujo fim era impreciso, como se a vista do garoto ficasse embaçada ao tentar focar nos galhos superiores.

— Talvez pudéssemos voar até o topo... — Sugeriu Silena. — Ou escalar até lá. — Ela se virou para o guardião da floresta. — O que acha, Sirius?

A garota devia ter perguntado para ele por que as árvores estavam dentro de seu domínio, contudo não sabia o que responder. Ficou com receio de dizer que acreditava haver uma barreira mágica que os impediria de chegar ao topo, baseando-se unicamente na turvação de sua vista. Contudo, não precisou falar nada, já que segundos depois a porta se abriu, revelando uma imimoya yenkwen de olhos completamente pretos, pele azul acinzentada, cabelos pretos e lisos, presos por uma tiara prateada que deixava livre seu rosto com quatro pintas interligadas. Ela usava uma roupa que parecia ser uma peça única, um macacão, que cobria os braços e as pernas, de cor vermelha junto com botas prateadas.

— Hamal Arietis, continuo olhando. — Falou a imimoya colocando as costas de uma mão sobre a palma da outra, fazendo surgir um brilho seguido da formação da mesma figura de quatro pontos em seu rosto. — Apresentem-se

— Silena Kalamo, guardiã da cura e Borotraz, meu companheiro.

— Kalin Verida, maga das pedras.

— Kelinia, do seu lado.

— Hiems Terian, guardião do gelo.

— Sirius Aquilae, guardião da floresta e Balírion, meu companheiro.

A imimoya olhou fixamente nos olhos do garoto, sua expressão era quase de choque.

— Entrem. — Falou ela. — Rápido.

As cinco pessoas e os dois dragões passaram pela porta entrando na árvore, que parecia ser muito mais espaçosa do que vista de fora. Nas paredes do tronco oco, havia uma escada em espiral que subia até se abrir para o céu estrelado.

— Vamos. — Foi a única coisa que a imimoya Hamal disse antes de começar a subir os degraus.

Os outros a seguiram, sem terem muitas outras opções, chegando ao topo não tão distante em pouco tempo. Do pequeno buraco de onde vinha a escada, uma grande superfície se formava da união do início dos galhos enormes que se estendiam em todas as direções, o que seria improvável de não ser visto do chão ou dos céus, o que confirmava a teoria da magia de proteção de Sirius. O único lugar não ocupado pelos grandes ramos era sobre o salão em que se encontravam, deixando livre a visão do céu noturno.

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