𝐂𝐇𝐀𝐏𝐓𝐄𝐑 𝐓𝐖𝐄𝐋𝐕𝐄

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⠀⠀⠀⠀⠀⠀𝐂𝐇𝐀𝐏𝐓𝐄𝐑 𝐓𝐖𝐄𝐋𝐕𝐄:
⠀⠀⠀⠀⠀⠀𝐀 𝐂𝐄𝐑𝐈𝐌Ô𝐍𝐈𝐀 𝐃𝐎𝐒
⠀⠀⠀⠀⠀⠀𝐌𝐎𝐑𝐓𝐎𝐒

⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀𝐂𝐇𝐀𝐏𝐓𝐄𝐑 𝐓𝐖𝐄𝐋𝐕𝐄:⠀⠀⠀⠀⠀⠀𝐀 𝐂𝐄𝐑𝐈𝐌Ô𝐍𝐈𝐀 𝐃𝐎𝐒 ⠀⠀⠀⠀⠀⠀𝐌𝐎𝐑𝐓𝐎𝐒

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Permaneci fitando Harry por um tempo longo até demais. Minha respiração já havia voltado ao normal, meu nariz ardia por causa da água que tinha entrado e passei a sentir um grande frio ali, encostada na parede. Harry parecia muito atordoado e era como se ele fosse sair correndo a qualquer momento.

Busquei chamá-lo, já não aguentando mais aquele silêncio. Eu queria entender o que estava acontecendo, porque ele nunca ficou daquela maneira na minha frente. Foi da mesma forma quando conversamos no carro no dia do enterro da minha mãe, quando eu vi mais do que o ódio nos seus olhos, quando vi a tristeza e a angústia. E, daquela vez, senti o mesmo desconforto ao vê-lo chorando e mostrando mais algo novo pra mim. O fato era que aquilo foi ruim e eu sentia toda aquela energia me preenchendo também.
     — Eu não posso perder o controle, não posso…, não posso — repetiu ele, mais para si mesmo do que para mim, e focado apenas em um ponto no chão do banheiro.
     — O que você está fazendo com ela? — questionei, muito perturbada. Mamãe havia falado com ele e eu pude escutá-la. Ela disse que algo estava doendo, então Harry estava lhe fazendo sofrer? Ele me disse que tudo o que eu sentisse, ela sentiria também. Ele iria me afogar e, de alguma maneira, também destruiria a alma dela.

Era isso?
     — Eu não tive a intenção, Melissa. — Harry me fitou, as lágrimas descendo pelas suas bochechas, e o meu coração logo apertou. O que estava acontecendo comigo, afinal? — Você me faz perder o controle — sussurrou, e a raiva que ele tanto sentia já parecia ter se dissolvido.
     — Eu não entendo, eu... — fiquei sem palavras, buscando de todas as maneiras compreender o que estava se passando. Muita coisa aconteceu em um tempo bem curto, meus neurônios não estavam dando conta de tanta informação. — Por que a minha mãe não fala comigo?

Harry limpou os olhos com as costas das mãos e se levantou. Me assustei com aquilo e resolvi levantar também, me recompondo do fato que quase ocorreu na minha própria casa. Ele então ficou de frente para mim e observou cada traço do meu rosto, com um ar muito intimidante.
     — Aquilo foi um erro, não deveria ter acontecido — foi o que disse, como se estivesse perdido nos pensamentos. Eu sabia que ele estava tentando me contar alguma coisa, mas ele não conseguia e eu não entendia o porquê. Percebi que suas pupilas estavam dilatadas e que ele estava mais pálido que o normal, como se fosse desaparecer a qualquer momento. — Estou sem forças, agora preciso do seu consentimento para conseguir usar o seu corpo.
     — Mas... por quê? — perguntei, devidamente desorientada. Me atemorizei quando percebi ele se aproximar ainda mais de mim, o que me trouxe nervosismo. Os seus olhos me paralisaram e foi impossível se desviar deles.
     — Porque você está se afastando de mim — respondeu e, assim, segurou no meu pescoço com as duas mãos, delicado e sem colocar força alguma. Em seguida, fui envolvida com os seus braços, num abraço leve e frio, uma atitude tão imprevisível, que eu me perguntei se Harry estava mesmo fazendo aquilo. Era esquisito, porque era como se eu estivesse embrulhada com um fresco vapor. Tive apreensão com a mudança brusca de atitude e não pude retribuir o gesto.
     — Por que isso agora, Harry? — questionei, pondo as mãos sobre os braços dele. Segurando nos meus ombros, ele me olhou e pude notar que estava chorando mais uma vez. Ah..., de novo não. Aquilo de alguma forma era lamentável e só fazia com que eu me sentisse pior. Harry era lindo demais, tinha uns olhos bonitos e era como se eu pudesse ver a própria natureza posta em seu rosto. Entretanto, com o ódio sempre em um nível mais alto, com uma indelicadeza enorme, aquilo o estragava por completo. Estragava a sua alma.
     — Pense, Melissa — pediu, desesperado. — Pense…

hope • hs | book 1 (CONCLUÍDO)Where stories live. Discover now