𝐂𝐇𝐀𝐏𝐓𝐄𝐑 𝐓𝐇𝐈𝐑𝐓𝐘 𝐓𝐇𝐑𝐄𝐄

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⠀⠀⠀⠀⠀⠀𝐂𝐇𝐀𝐏𝐓𝐄𝐑 𝐓𝐇𝐈𝐑𝐓𝐘 𝐓𝐇𝐑𝐄𝐄:
⠀⠀⠀⠀⠀⠀𝐎 𝐃𝐈Á𝐋𝐎𝐆𝐎 𝐄𝐍𝐓𝐑𝐄 𝐃𝐎𝐈𝐒
⠀⠀⠀⠀⠀⠀𝐀𝐒𝐒𝐀𝐒𝐒𝐈𝐍𝐎𝐒

Meu peito subia e descia ligeiramente, eu estava hiperventilando, a excitação correndo solta pelas minhas artérias, a boca seca e a garganta se estreitando

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Meu peito subia e descia ligeiramente, eu estava hiperventilando, a excitação correndo solta pelas minhas artérias, a boca seca e a garganta se estreitando. O assassino estava desacordado e, ao contrário de mim, respirava tranquilamente, sem ter a noção do que iria lhe acontecer. O sangue quente e brilhante em sua têmpora faziam os meus olhos se abrirem mais, sedentos. Era uma boa visão e no fim eu acabei sorrindo.

Suspirei, em busca de oxigênio. Pensei em Harry e novamente me recordei de sua morte, a garganta cortada, o corpo ensanguentado e a sua angústia... Eu repetiria aquela mesma cena, porém com o autor de toda a desgraça. Henry sentiria tudo o que fez ao seu irmão e eu estava disposta a fazê-lo sofrer pelo máximo de tempo que eu conseguisse.

Assim, me apressei ao abrir o alçapão e arrastei o corpo dele escada abaixo. Ao apoiá-lo nos degraus, sem a menor delicadeza e paciência, passei a puxá-lo pelas pernas, em direção a cadeira de madeira. Tive dificuldade ao colocá-lo sentado, ele era pesado, mas aquilo não demorou tantos minutos. Logo, juntei suas mãos com a fita, bem como suas pernas e a boca, algo que me garantia que ele não sairia do lugar ou que pediria por socorro. A cabeça continuava sangrando, o ferimento foi fundo, tive até um leve receio de que ele morresse por causa da pancada, mas sua respiração e pulsação continuavam intactas.

O próximo passo era Lewis. Ele se atrasou e eu não tinha mais tanta certeza se viria, afinal, ele sempre foi um covarde. De alguma forma, Henry o intimidou, fazendo com que ele tivesse a sua confiança para sempre. Dava para perceber que Lewis era um pau-mandado de Henry, por isso acabei ficando preocupada, roí todas as unhas das mãos e não parei de andar de um lado para o outro. E se Lewis tivesse contado ao Henry que eu o chamei para a minha casa? E se Henry chegou cedo exatamente para tirar algumas conclusões comigo?

O fato era que eu não podia mais voltar atrás. A morte do assassino tinha mais da minha atenção do que a morte de Lewis, um ser humano desprezível e inútil. Assim, resolvi esperar que Henry acordasse.

Segui até a cozinha e peguei o meu chá. Enquanto aguardava o monstro abrir os olhos, fiquei lhe encarando, ele lá todo amarrado e com a fita pregada na boca. Havia algo se enchendo no meu peito, mas eu ignorava com todas as forças. O que eu sabia era que o tempo tinha se esgotado, que a qualquer momento eu seria descoberta, e, quando aquilo acontecesse, eu esperava estar morta. O assassino também estaria morto, depois de ter sofrido o que merecia. Eu, no entanto, apenas ouvia algo na minha cabeça, algo que dizia que eu não precisava fazer aquilo.

Eu claramente discordava.

Eu precisava fazer aquilo de qualquer jeito, estava de frente com alguém que havia cometido uma enorme invalidade, um alguém que fez algo desnecessário. Henry não precisava ter agido daquela forma, Anne faleceu por conta de um acidente e era claro que ele já sabia daquilo, só que ele resolveu pôr a culpa em quem menos merecia.

hope • hs | book 1 (CONCLUÍDO)Where stories live. Discover now