■ ʟɪᴠʀᴏ 1
Melissa Lee sofre com um dom de ver espíritos e sua vida se resume em trabalhar num lugar para loucos, buscando ter a sanidade mental e morando com um pai que a rejeita.
Harry Styles é um rapaz que começa a fazer parte da vida de Melissa...
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Daquela vez o beijo de Henry era mais lento, mas ele não demorou para se posicionar sobre mim enquanto agarrava a minha coxa esquerda. Seus beijos chegaram ao pescoço e eu fechei os olhos, a fim de tentar relaxar e apenas curtir o momento. Aquilo, entretanto, não durou nem um minuto sequer porque, quando trocamos olhares, eu me afastei dele rapidamente.
Eu não via mais Henry, mas sim o irmão dele. Foi algo bem brusco, na verdade, logo me coloquei a fechar os olhos, pondo as mãos no rosto devido ao susto. O que eu vi em Harry foi a expressão mais perversa de todas, junto de um sorriso torto, algo que seria difícil de esquecer. — Melissa? — ouvi a voz de Henry, muito preocupado e tentando tirar minhas mãos da frente dos olhos. — Ei, o que houve? O que você está sentindo? — Não, não... — murmurei, atordoada e deixando que ele afastasse meus braços. Mesmo assim, ainda continuei de olhos fechados. Eu não queria dar de cara com Harry novamente. — Eu fiz algo de errado? — perguntou, depois de um suspiro pesado. Quando ouvi a sua pergunta, resolvi abrir os olhos, com bastante lentidão e receio. A expressão de confusão dele estava muito nítida, então me decidi que eu estava apenas alucinando, devido ao estresse. — Fala comigo. — Eu... — me sentei, apoiando as costas na cabeceira da cama e abaixando a minha blusa que, minutos antes, Henry tinha levantado —, eu acho que ainda não estou preparada para isso. Me desculpe mesmo, Henry... Eu sei que sempre fujo de você, mas é melhor assim..., acredite — falei, abraçando os joelhos. — Tem a ver comigo? — Não — respondi, ainda pensando no irmão dele —, eu só me senti um pouco mal. Talvez seja o choque, não sei...
Eram sempre as mesmas desculpas. Eu nem sabia mais se a culpa era minha ou se era do Harry, já que eu não tinha tanta certeza se ele havia induzido aquela alucinação. — Bom... — Henry coçou a nuca e desviou o olhar de mim, mostrando desconforto. Ele estava sentado sobre os joelhos e buscava acalmar a respiração. — Então tudo bem. — Podemos apenas dormir? — eu perguntei, me sentindo cansada demais para pensar. — Fiquei indisposta, espero que me entenda. — Claro, claro — respondeu ele, depressa. — Vou ao banheiro — avisou, saindo do quarto e indo para o outro cômodo no corredor.
†
Fiquei acordada por tempo demais, pensando no ocorrido de três horas atrás. Henry dormia ao meu lado depois de eu ter insistido muito para que ele não fosse para o sofá da sala. Às vezes eu tinha dó dele, que estava apaixonado por alguém como eu, uma mulher que vivia assombrada, neurótica e com receios.
Eu estava muito cansada, mas não conseguia dormir. Os meus olhos não pregavam de maneira alguma, mesmo que eu os fechasse e contasse até cem. Acabei me irritando e me sentei na cama, observando o quarto escuro onde apenas uma luz leve passava pelas brechas da janela. Senti um nó na garganta e uma vontade enorme de sair andando por aí, para bisbilhotar as coisas do Henry novamente.