■ ʟɪᴠʀᴏ 1
Melissa Lee sofre com um dom de ver espíritos e sua vida se resume em trabalhar num lugar para loucos, buscando ter a sanidade mental e morando com um pai que a rejeita.
Harry Styles é um rapaz que começa a fazer parte da vida de Melissa...
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Apontei a faca na direção dele e ele tentou se afastar, quase que instantaneamente. Em seguida, resolveu fazer o que eu queria. Henry foi negando com a cabeça, como se lembrasse de coisas de seu passado, e seus olhos foram enchidos de sombras e cólera. — Ele matou a minha mãe, eu não poderia deixar que vivesse depois de ter acabado com a vida de quem eu amava — foi o que disse, fitando qualquer coisa, menos eu. — Eu não estou mentindo! — Henry, eu já sei de tudo, desde o momento em que Anne estava viva, até o momento do último suspiro dele, do seu irmão. Você não acredita em espíritos? Harry esteve comigo nos últimos dias, ele me ajudou a descobrir o que você fez a ele, me ajudou a ver quem você era de verdade. Ele me fez ver a morte dele, a qual você foi o responsável! E agora eu sei quem ele é, quem ele foi... Você me fez acreditar que ele era um monstro, mas no fim das contas o monstro aqui é você, seu desgraçado!... — Isso não é possível... — sussurrou o assassino, passando a ficar branco de repente. Aquilo era um sinal de que estava com medo. Henry passou a olhar em volta, no porão onde estávamos, como se procurasse o irmão ou qualquer forma de espírito. — Não é possível, nada disso existe, é tudo besteira. Fantasmas não existem, porra! — A sua falta de crença não permitiu que ele se mostrasse para você, afinal, ele já estava morto e enterrado, não é? Harry não faria mais parte da sua vida, você já estava livre dele — murmurei, pensando no porquê de Harry querer tanto a minha ajuda naquilo tudo. Henry o manteve longe de uma forma que eu não sabia explicar. Era como se o seu irmão nunca tivesse existido. — Só que isso não aconteceu, porque ele esteve comigo de todas as formas. Nós nos amamos e eu vou vingá-lo pelo que você o fez passar.
Henry continuou me observando, tentando imaginar tudo aquilo e provavelmente lembrando de situações que ele não podia explicar, como as vezes em que estava em sua própria casa e todas as luzes se desligavam de repente. Ou então do barulho nos móveis, que ele deduzia serem os morcegos.
Aquele era Harry. — Eu sabia que havia alguma coisa... — murmurou e finalmente eu consegui vê-lo como nas visões que o seu irmão havia me mostrado. Ali era o Henry de verdade. Ali estava o monstro dos meus pesadelos. — Eu sabia... Naquela noite em que esteve na minha casa, você o viu e se assustou. Você sonhou com ele, por isso chamou o nome dele. — Naqueles dias eu não sabia a verdade sobre ele ou você e eu queria afastá-lo de mim, porque eu achava que ele era um espírito ruim, que só estava buscando energias e que eu era a única que vivia neste mundo lamentavelmente. Por isso eu estava tão próxima de você, porque eu descobri que ele perdia as forças quando estávamos juntos — contei, lembrando daquela noite. — Mas Harry estava muito irritado e, com a minha decisão, eu enfim descobri o que eu deveria descobrir. Encontrei fotografias dentro do seu armário, havia uma que estava rasgada, era uma imagem onde estavam Harry e Anne. À noite, quando você estava dormindo, eu fui até o quarto dele e encontrei aquelas caixas. Eu encontrei as caixas que você enterrou naquele cemitério.