𝐂𝐇𝐀𝐏𝐓𝐄𝐑 𝐓𝐇𝐈𝐑𝐓𝐄𝐄𝐍

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⠀⠀⠀⠀⠀⠀𝐂𝐇𝐀𝐏𝐓𝐄𝐑 𝐓𝐇𝐈𝐑𝐓𝐄𝐄𝐍:
⠀⠀⠀⠀⠀⠀𝐎 Á𝐋𝐁𝐔𝐌 𝐃𝐄 𝐅𝐎𝐓𝐎𝐆𝐑𝐀𝐅𝐈𝐀
⠀⠀⠀⠀⠀⠀𝐃𝐎𝐒 𝐒𝐓𝐘𝐋𝐄𝐒

⠀⠀⠀⠀⠀⠀𝐂𝐇𝐀𝐏𝐓𝐄𝐑 𝐓𝐇𝐈𝐑𝐓𝐄𝐄𝐍:⠀⠀⠀⠀⠀⠀𝐎 Á𝐋𝐁𝐔𝐌 𝐃𝐄 𝐅𝐎𝐓𝐎𝐆𝐑𝐀𝐅𝐈𝐀 ⠀⠀⠀⠀⠀⠀𝐃𝐎𝐒 𝐒𝐓𝐘𝐋𝐄𝐒

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Um barulho me acordou e me vi longe daquele sonho. Levantei a cabeça rapidamente, dando de cara com um Harry cabisbaixo e segurando uma faca, bem à minha frente. Ele riscava a mesa lentamente e num ritmo estável.

Percebi que dormi por bastante tempo, porque a cozinha e a sala estavam escuras. O meu pescoço doía e o cereal inacabado continuava ao lado. O sol já havia se posto e a hora de encontrar Henry estava chegando. Subitamente, as memórias do meu sonho surgiram mais nítidas, me fazendo sentir receio e calafrios. Este, obviamente, era muito confuso, e a única coisa que eu lembrava era de um Harry se transformando em um Henry. E um Henry agressivo e que queria me matar...

Continuei fitando o homem à minha frente e percebi que ele estava quase sem cor, como se fosse sumir a qualquer instante.
     — Estou fraco demais, Melissa…

Deduzi que Harry estava sem luz e energia por causa daquele motivo: por estar fraco. E continuei lhe observando porque, no fim, era o que eu desejava naquele momento, que ele se dissipasse. Porém, algo me tirou daqueles pensamentos e eu me espantei quando ouvi um outro som.   
     — Mate-o — um sussurro perto do meu ouvido me fez levantar, já respirando rapidamente. De primeiro, achei que tinha sido Harry, mas ele sequer mexeu os lábios. Estranhei e então olhei para o lado, vendo um gato branco e com algumas listras pretas. O vento passava facilmente pela porta, trazendo o frio para dentro de casa. O animal estava lá, parado e me fitando, com os olhos grandes e amarelos. E somente aquilo foi o bastante para me intimidar. Eu não sabia o que estava dando em mim, na verdade, porque era apenas um gato, mas senti que ele fosse mais do que aquilo. — Mate-o — o sussurro voltou a me atormentar e logo balancei a cabeça, negando e tentando me afastar daquilo. Harry continuava arranhando a mesa com a faca, persistindo com o barulho agoniante, e o gato miava e me analisava.
     — Chega disso! — eu mandei ao Harry, irritada e desesperada à procura de algum silêncio. Contudo, os barulhos continuaram lá.
     — Mate-o, Melissa — repetiu de novo, e comecei a achar que estava ficando louca. Voltei o meu olhar para o gato, os sussurros continuaram na minha cabeça e era como se aquele animal estivesse lá apenas com o objetivo de trazê-los até mim.

Uma súbita raiva me possuiu e eu me peguei puxando os próprios cabelos, louca para que os barulhos cessassem. E, em questão de segundos, me dei conta de que já havia pego a faca da mão de Harry e ido até o gato, descontrolada.

Ele não correu e eu me coloquei a apertar o seu pescoço com uma das mãos. Ele tentava sair do meu aperto e eu senti as suas unhas cravarem no meu braço. Logo, uma coragem me preencheu e eu me coloquei a enfiar a faca na barriga do animal. O sangue jorrou em mim e as minhas mãos brilharam com aquele vermelho, assim como o chão da cozinha.

hope • hs | book 1 (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora