𝐂𝐇𝐀𝐏𝐓𝐄𝐑 𝐍𝐈𝐍𝐄𝐓𝐄𝐄𝐍

420 115 80
                                    

⠀⠀⠀⠀⠀⠀𝐂𝐇𝐀𝐏𝐓𝐄𝐑 𝐍𝐈𝐍𝐄𝐓𝐄𝐄𝐍:
⠀⠀⠀⠀⠀⠀𝐔𝐌 𝐍𝐎𝐕𝐎 𝐒𝐄𝐍𝐓𝐈𝐌𝐄𝐍𝐓𝐎
⠀⠀⠀⠀⠀⠀𝐂𝐎𝐍𝐒𝐎𝐌𝐄 𝐌𝐄𝐋𝐈𝐒𝐒𝐀

⠀⠀⠀⠀⠀⠀𝐂𝐇𝐀𝐏𝐓𝐄𝐑 𝐍𝐈𝐍𝐄𝐓𝐄𝐄𝐍:⠀⠀⠀⠀⠀⠀𝐔𝐌 𝐍𝐎𝐕𝐎 𝐒𝐄𝐍𝐓𝐈𝐌𝐄𝐍𝐓𝐎⠀⠀⠀⠀⠀⠀𝐂𝐎𝐍𝐒𝐎𝐌𝐄 𝐌𝐄𝐋𝐈𝐒𝐒𝐀

¡Ay! Esta imagen no sigue nuestras pautas de contenido. Para continuar la publicación, intente quitarla o subir otra.

O chão do quarto era frio e foi onde eu me sentei pra chorar. O meu corpo inteiro doía e eu me sentia extremamente exausta, como se Harry tivesse sugado todas as minhas forças. A minha cabeça pulsava, havendo um martelo grande batendo contra o meu cérebro. Eu estava mal, uma dor aguda e intensa no peito, enquanto muitas coisas se passavam pela minha cabeça ao mesmo tempo, num ritmo incessante.

Harry se agachou próximo de mim, com a mão sobre o meu joelho. Parecia buscar me confortar de alguma forma, mas passava a brilhar mais e mais, devido as energias que consumia do meu sofrimento.
     — Você não disse nada a eles? — eu quis saber, depois de algum tempo. — Você não disse que não foi culpa sua? Não falou que foi só um acidente?
     — Henry não queria ouvir nada vindo de mim — respondeu, sem me olhar. — Ele fez o meu pai acreditar nele e então os dois decidiram me internar naquele lugar. Achavam que eu estava louco.

As imagens não saíam da minha cabeça. Harry era feliz com a mãe dele e deu para notar o quanto se amavam, o quanto se respeitavam... Tudo aquilo foi uma grande tragédia e Harry levou toda a culpa. Ele não fez nada, mas ninguém acreditou nele. Nem mesmo eu quis ouvi-lo. Por que fui tão injusta? Eu sequer o conhecia e simplesmente resolvi acreditar em tudo o que Henry falou sobre ele. Eu era uma completa idiota, que merecia mesmo toda a dor.
     — Me desculpa — sussurrei, lhe fitando. Ele tocou o meu rosto e o meu coração foi envolvido com todo o seu consolo. Fechei os olhos e senti mais lágrimas percorrerem as minhas bochechas.

Era doloroso olhar para Harry agora, porque eu sabia que ele não voltaria mais ao que era antes. Ele estava morto e ninguém mais se lembrava dele. A cidade o esteriotipou como louco, como alguém que matou a mãe, e seu desaparecimento não surtiu efeito em ninguém, porque no fim as pessoas só estavam se livrando de mais um assassino.
     — Harry — eu o chamei, e percebi a minha respiração perdendo a força. Ele estava me fazendo relaxar, no meio de todo aquele tormento. Abri os olhos e fitei a natureza de suas orbes. Antes de tudo, Harry tinha sua vida inteira em mãos, ele era um rapaz com um futuro incrível pela frente. Só que ele já não podia fazer mais nada. Não havia mais um futuro disposto a ele, só o passado, que o destruía todos os dias.
     — Sim?
     — Não sei o que está acontecendo comigo — confessei, atordoada. Antes eu o odiava mais do que tudo, ele era uma das coisas ruins que existiam para mim, era o meu pesadelo. Entretanto, todo o sentimento pareceu ter sido dissolvido como fumaça e eu estava desconcertada. Eu tinha certeza de que ele não estava me manipulando, aquela visão dele com a mãe foi o suficiente para que eu confiasse completamente nele. Nada daquilo era mentira, eu vi a verdade transparecendo na sua alma. — Por que me tratava daquele jeito no hospital?

Harry me olhou por um instante e depois respirou fundo, me deixando à mercê de qualquer coisa. Eu me sentia fraca e forte ao mesmo tempo. Ele estava me deixando mole e carente. Ao se aproximar, sua mão foi lentamente até o meu pescoço e seu nariz roçou em minha bochecha. E aquilo foi tão lúcido e harmonioso, que um suspiro saiu de meus lábios...
     — Porque eu fui um tolo — respondeu, sussurrando. — Eu estava pondo a culpa em todos pelo que aconteceu, no meu irmão, no meu pai, em você… Eu fui internado naquele hospital e ninguém quis me ouvir. Todos estavam contra mim, Melissa, todos sentiam ódio de mim..., eles achavam que eu tinha matado a minha mãe. Eu estava frustrado e muito irritado — prosseguiu ele, depois de me olhar novamente. Eu estava transbordando de culpa, pois fui parte daquele "todos" a qual ele se referia. — Eu não via sentido em mais nada.
     — Por que não me mostrou essa visão antes? — eu quis saber, muito chateada comigo mesma. — Eu… eu teria levado em consideração, eu teria pensado duas vezes.
     — Não, você não teria — Harry abaixou a cabeça e suspirou. — Quando notei que você era capaz de ver pessoas que já morreram, jurei que seria uma das que pagariam pelo meu sofrimento. Você sempre ouvia tudo o que o meu irmão dizia, sempre fazia o que ele pedia, era uma das que acreditavam que eu havia matado a minha mãe…, então achei que tudo o que eu falasse não passaria de blefes para você.

hope • hs | book 1 (CONCLUÍDO)Donde viven las historias. Descúbrelo ahora