𝐂𝐇𝐀𝐏𝐓𝐄𝐑 𝐓𝐇𝐈𝐑𝐓𝐘 𝐒𝐄𝐕𝐄𝐍

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⠀⠀⠀⠀⠀⠀𝐂𝐇𝐀𝐏𝐓𝐄𝐑 𝐓𝐇𝐈𝐑𝐓𝐘 𝐒𝐄𝐕𝐄𝐍:
⠀⠀⠀⠀⠀⠀𝐅𝐈𝐌

     — Henry está aqui? — perguntei e olhei para os lados

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     — Henry está aqui? — perguntei e olhei para os lados. Mesmo sentindo que não deveria tê-lo matado, eu não estava nem um pouco ansiosa para vê-lo.
     — Não exatamente aqui — respondeu Harry, virando o meu rosto delicadamente para ele. — Vai ficar tudo bem, Melissa, por que está nervosa?
     — Por que eu sinto que ainda não acabou? — Eu lembrava de tudo, pois minha vida inteira se passava na minha cabeça, até mesmo quando eu era apenas um bebê. Harry e eu estávamos ali conversando e ele me explicava o porquê daquele lugar, então eu realmente tive uma uma oportunidade, porém essa chance era para começar de novo, do zero. — Quer dizer que...
     — Este lugar não é definitivo — explicou, me puxando pela mão, em direção a outra entrada arqueada que eu havia visto. — É encantador, eu concordo, mas aqui ainda não será a nossa casa. Nossas vidas foram interrompidas por algo que não conseguimos controlar ou evitar. Henry está onde eu estive com a sua mãe. — Assim, ao passarmos pela entrada arqueada, entramos num outro lugar onde existia apenas um caminho que nos levava em direção a uma floresta. Eu lembrava muito bem daquele lugar, porque Harry já tinha me levado ali uma vez. Foi onde eu vi a minha mãe tristonha. — Tudo foi muito difícil, Melissa..., e não foi somente para nós dois.

Daquela vez, não demoramos a chegar naquele lugar escuro e sem vida, e fui capaz de ver o irmão dele, sentado em uma árvore caída, melancólico e olhando para um ponto fixo à frente. Henry estava de um jeito que eu nunca vira antes, parecia outra pessoa, e não aquele monstro carregado de mentiras. Fiquei surpresa ao vê-lo com aquela expressão, porque eu não imaginava aquele seu lado, algo fraco e sem um escudo. O Henry que eu conhecia era de outra forma, muito forte, autoritário e determinado. Ele nunca pareceu sofrer, ou daqueles que choravam sem que ninguém visse. Naquele instante, entretanto, era totalmente o contrário.
     — Ele pode nos ver? — sussurrei, sem conseguir tirar os olhos daquele rapaz triste.
     — Não aqui — respondeu Harry, infeliz —, porém ele é capaz de ver o que fez e o que causou a todos nós. Ele está pensando nisso, no que aconteceu antes. Henry está tendo a chance de se arrepender, de ver que errou. Eu sei que é difícil de acreditar, mas eu também vi o que se passou antes de eu nascer, quando eram somente ele e os meus pais. Ele era feliz, era o Henry de verdade e que sumiu. Ele não soube lidar com o fato de que a nossa mãe iria ter outro filho. Sempre foi ele…, então como assim ele teria um irmão? Ele era só uma criança, Melissa..., e toda a situação o dominou, como aconteceu comigo e com você também. Quem somos nós para dizermos o que ele merece ou não? Quem decide isso é um outro alguém, e que está bem mais acima de nós.
     — Quer dizer que Deus o perdoou?
     — Nos resta saber se Henry quer ser perdoado — Harry suspirou, observando o irmão. — Eu não sei o que vai acontecer..., mas espero que seja algo bom. Eu sinto falta dele e desejei que ele me amasse, que me tivesse como um irmão e como o seu melhor amigo. Eu ainda quero isso, e espero.

hope • hs | book 1 (CONCLUÍDO)Where stories live. Discover now