𝐂𝐇𝐀𝐏𝐓𝐄𝐑 𝐓𝐇𝐈𝐑𝐓𝐘 𝐎𝐍𝐄

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⠀⠀⠀⠀⠀⠀𝐂𝐇𝐀𝐏𝐓𝐄𝐑 𝐓𝐇𝐈𝐑𝐓𝐘 𝐎𝐍𝐄:
⠀⠀⠀⠀⠀⠀𝐎 𝐈𝐍Í𝐂𝐈𝐎 𝐃𝐎 𝐏𝐋𝐀𝐍𝐎
⠀⠀⠀⠀⠀⠀𝐃𝐄 𝐌𝐄𝐋𝐈𝐒𝐒𝐀

⠀⠀⠀⠀⠀⠀𝐂𝐇𝐀𝐏𝐓𝐄𝐑 𝐓𝐇𝐈𝐑𝐓𝐘 𝐎𝐍𝐄:⠀⠀⠀⠀⠀⠀𝐎 𝐈𝐍Í𝐂𝐈𝐎 𝐃𝐎 𝐏𝐋𝐀𝐍𝐎 ⠀⠀⠀⠀⠀⠀𝐃𝐄 𝐌𝐄𝐋𝐈𝐒𝐒𝐀

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Por mais complicada que fosse a situação, eu já havia planejado tudo. Qualquer obstáculo que surgisse não me impediria e eu resolveria aquilo o mais rápido que eu conseguisse, sem interrupções ou covardia. Toda a verdade já havia sido descoberta e eu já tinha a noção exata do problema. Estava tudo tão claro quanto as águas cristalinas de um riacho.

Quando você entende o porquê de determinada coisa, se sente mais leve. Deduzi que este fosse o motivo para que uma porcentagem enorme de todos os seres humanos se sentisse apegada às várias e várias explicações sobre a origem do Universo, sobre a própria espécie e sobre a vida. Eles tinham fome do saber. Eu tive fome pelo saber, e o consegui.

Ao voltar para a realidade, me vi dentro da minha própria cova, com todas as pistas de que aquilo não era um pesadelo: as mochilas velhas com vestígio de alguém que já respirou e sorriu, a terra gélida sob minhas pernas, o luar me cobrindo com seu clarão e o vento soprando nos meus ouvidos. Rapidamente limpei o rosto molhado e me levantei, muito decidida. Me esforcei para sair daquele buraco injusto, peguei a minha bolsa e segui pela floresta, tendo a consciência de que havia deixado a cova aberta para quem quisesse ver.

Resolvi usar o portão da frente do cemitério, onde o vigilante cochilava sem perceber nada do que acontecia à sua volta. Entrei no meu carro e, depois de minutos em um devaneio que eu não queria estar, me vi em casa. Um cheiro de podridão quase me cegou e eu olhei diretamente para a residência da Sra. Howell. O seu corpo já estava com mau cheiro e eu precisava ser rápida em tudo, antes que os outros vizinhos suspeitassem e eu fosse impedida de alguma coisa.

Ao entrar em casa, não sentindo a presença de absolutamente ninguém, comecei a pensar, a pensar e a pensar... Eu não tinha mais tempo e só não agiria naquela noite porque ainda precisava convencer Henry a ir até a minha casa. Não seria tão difícil, é claro, e eu faria questão de fazer aquele convite olhando para os olhos dele. Afinal, eu não estava com medo. Na verdade, eu me sentia totalmente destemida, capaz de fazer qualquer coisa.

Após horas e horas acordada, com pensamentos flutuando dentro da minha cabeça, sem sentir cansaço ou qualquer coisa que me tirasse as forças, resolvi tomar um banho exatamente às seis em ponto. Vesti a minha melhor roupa, pus uma base no rosto, batom vermelho nos lábios e me coloquei a pentear os cabelos, sempre sentindo aquela pressão incansável nos dentes, algo que eu não consegui aliviar a noite inteira, enquanto observava a parede do meu quarto. Aquilo era raiva, ódio..., desgosto.

Era como se eu já tivesse morrido, mas estivesse vivendo em um mundo paralelo. Tudo corria à minha volta, as pessoas respiravam, viviam as suas vidas e eu ficava ali, quase que alucinada, ou embriagada de enfurecimento e tristeza. Passei a noite inteira sentindo as lágrimas correndo pelas minhas bochechas, o maxilar cerrado e as unhas cravando as minhas próprias mãos.

hope • hs | book 1 (CONCLUÍDO)Where stories live. Discover now