Capítulo 10

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Cairon,

— Papai. Não está melhor? – Não havia melhor forma de acordar do que com a voz do Pietro chamando meu nome, mas hoje, não estava me sentindo bem.

— Estou filho. Mas não irei ao trabalho hoje. Minha cabeça ainda dói e meu corpo também.

— A Magna quer saber se o senhor quer tomar mais chá.

— Diga a ela que tomarei no café da manhã. Onde está a mamãe?

— Foi para a academia.

— E eu não tenho aula. O que me diz de comprar meu celular hoje porque não irá ao trabalho.

— Filho, já conversamos sobre o seu celular.

— E eu já disse que tomarei cuidado. Mas todos os meus colegas tem um celular.

— Oito anos meu amor. Você é muito novo.

— Ah papai. Por favorzinho. – Talvez a Giovanna tivesse um pouco de razão. O Pietro estava ficando mimado, mas era nosso único filho e não era justo privá-lo de algo sem que houvesse uma boa justificativa para isso.

— Não faça isso Pietro sabe que não pode chantagear o papai.

— Não peço mais nada essa semana.

— Este ano você quer dizer.

— Hum... Está bom. Não peço mais nada este mês. – Eu sorri da sua esperteza. Eu mesmo ensinava a ele algumas coisas e depois me arrependia ao vê-lo colocando em prática e justamente contra mim.

— Então vá se aprontar. Tomamos café e vamos à loja. Depois o papai precisa resolver alguns assuntos com a mamãe.

Depois do café fomos até a loja e ele escolheu o aparelho. Como minha cabeça não anda bem acabei comprando um aparelho pensando em quem? Além de sem teto era sem celular. Soube por que ao ir à pensão outro dia quando a mãe estava doente o rapaz disse que ela não tinha celular.

Pedi que embrulhasse de presente antes, porém coloquei credito e anotei o número na agenda do meu telefone. Na saída pedi um entregador que levasse a encomenda ao local. Estava com o Pietro e, não era só por isso, não queria que pensasse mal de minhas intenções.

Passeamos pelo shopping e me encontrei em uma cafeteria com o Endrigo. Um amigo, desde faculdade.

— Olha meu amigo importante que sumiu das amizades anônimas. Ele era a alegria em pessoa e meu amigo mesmo.

— São duas semanas de muita correria. Por isso andei sumido.

— Nem apareceu na casa das meninas para comemorar o aniversário da matriarca. Elas ficaram tristes com você. – Ele se referia a um local que oferecia acompanhantes de luxo. Era ali que o Murilo sempre marcava algum de meus mais bem sucedidos passeios atualmente. Ali nos encontrávamos só homens da sociedade por que oferecia sigilo e era muito boa as instalações e as garotas selecionadas. Mas eu não frequentava ao ponto de saberem quem eu era. Sempre entro pela porta do fundo e saio sem que os demais me vejam.

— Deixa de graça Endrigo. Nem sabem quem sou.

— Não sabem por que você não fica com uma única menina. E nem frequenta como deveria.

— Bom... Deixemos as meninas de lado. Eu quis ver você por que tenho um trabalho a lhe oferecer.

— Que bom. Ando precisando.

— Aprendeu a mentir agora?

— Me diga o que é assassinato. Mafiosos?

— Meu divórcio. – Disse de uma vez. Ele ficou algum tempo me olhando. Sabia da minha vida desde os tempos de escola.

A Amante do Juiz! (Degustação)Where stories live. Discover now