Capítulo 2

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— Mãe,- Puxei-a para o mais perto possível. - Se abrace a mim. Amanhã iremos sair daqui à senhora verá. Tudo dará certo.

— Filha vá você. Procure um lugar eu fico aqui! Eu não conseguir andar com você está fazendo mal a nós duas! — A voz era fraca quase sem forças.

Eu estava vendo minha mãe se acabar a cada minuto e me sentia inútil. Trinta anos e todos diziam que quando adulto seria mais fácil enfrentar a vida e eu não estava vendo assim.

Fui obrigada há deixar o pouco que havia conquistado em minha cidade quando soube que minha mãe estava doente. Cancelei minha faculdade de administração a qual já havia começado bastante tardio, e que só estava cursando por conta de benefícios do governo.

Nunca fomos uma família abastada. Ao contrário, nossa família sempre passou pelas maiores dificuldade e necessidades mais básicas. Minha mãe nunca teve saúde, mas agora estava pior. Havia vindo para a cidade grande na esperança de me dar uma vida melhor, mas acontecia que agora eu estava sustentando a ela e a mim, além de ter que dividir o pouco que tinha com minha tia, com a qual minha mãe havia me deixado e todos meus primos. Resumo: trabalhava para sustentar a todos. O dinheiro que minha mãe mandava eu nem ao menos via. E quando ligou a duas semanas pedindo que eu viesse encontra-la, pensei que seria minha salvação, mas enganei-me. Chegando aqui me deparei com a pior situação que um ser humano pode viver.

A casa que ela estava pagando as prestações simplesmente fora construída em um terreno comprado em terras indígenas, e agora o governo sem dó, nem piedade retirava os habitantes como invasores. Sem reembolso, mas como ocupantes Indébitos. A imobiliária pela qual minha mãe havia adquirido o terreno, por meio do homem com o qual morava, simplesmente desaparecera do mapa. Não existia. Deixando famílias e famílias sem um teto... Sem um lar. E eu só vim a saber do companheiro dela, semana passada.

Tive que vender meu celular e notebook para pagar um advogado para nos ajudar na ação de recurso, mas de nada resolveu. Quando chegamos de frente ao Juiz ele nem sequer deixou nosso advogado falar uma palavra sequer.

— Doutor o que está acontecendo? Não poderemos recorrer?

— Bem. Foi o que eu havia dito antes. Não há muito que fazer. — Eu pensei para onde iriamos? Já havíamos sido expulsas. Escorraçadas com animais. Sem chances de tirar de lá os poucos móveis por não ter onde guardar. Eu tinha esperança que esse juiz foi de coração piedoso e nos deixasse ao menos mais uma ou duas semanas, mas o homem sequer levantou seu olhar para nós. Chorei. Clamei mas foi em vão. Não tinha voz. Ninguém me ouviria ou me veria ali. Éramos invisíveis.

Um ódio tomava conta de mim. Nunca tinha sentido isso antes. Uma vontade de sair por aí e... Parei. Respirei fundo. Não deixaria que minha mãe percebesse o estado em que eu me encontrava.

Agora éramos só nós duas na vida e sem nada. Nem como voltar para casa da minha tia não tinha como. Nem mesmo alimentarmos. Tinha poucos trocados no bolso que com muito cuidado dava para comermos uma refeição durante três dias.

Seria a segunda noite que passaríamos ali. Assim que amanheceu, pude entrar no fórum e pegar do café dos visitantes para minha mãe com algumas bolachas. Era para ela estar fazendo hemodiálise e não estar aqui pegando friagem e sem ter o que comer. Comecei a chorar. Vendo o sofrimento de minha mãe.

— Não era para ser assim filha.

— Eu sei mãe. Não se preocupe amanhã tudo se resolverá.

Eu queria passar uma confiança para ela, mas nem eu mesma estava tendo naquele momento. Amanhã cedo eu iria com ela até um albergue e tentaria que nos deixassem ficar até ao menos eu encontrar um trabalho. Daria a volta por cima. Mostraria a sociedade e aos hipócritas que se vence quando se deseja.

A Amante do Juiz! (Degustação)Hikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin