Capítulo 25

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Cairon

O que não consigo entender, é como uma mulher pode ser tão hipócrita, como essa Juíza. Eu queria ter dito que enviei as flores à Liara em resposta a sua declaração da noite. Quando saí hoje cedo de seu apartamento eu me sentia renovado. Restaurado de várias situações que vivi em minha vida e que achava que nunca se resolveriam. Ao passar à frente da floricultura não resisti e comprei flores. Mas se mandasse para a casa, com certeza veria só à noite. E eu queria dizer que estava feliz! Extremamente feliz! Principalmente, porque ela acha que não ouvir, mas ouvi-a dizer que me ama.

- Entre. - Disse assim que bateram à porta.

- Com licença. – Nem sabia ao certo o que eu falaria com essa mulher, mas eu precisava sondar o porquê de seu comportamento. Segura de si, sentou-se diante à mim. - Pode falar. Sou toda ouvidos. – Ouvidos não sei, mas pernas, com certeza, pela forma em que subiu a saia do terninho que usava. E eu louco para tirar o sorriso de seu rosto.

- Só um momento, por favor. - Terminei de dizer e os outros Juízes, acompanhados do Breno, pediram licença para entrar. Aproveitei que estava no fórum mais cedo e combinei com os Juízes, que devíamos dar uma acalmada na mulher. Ela era uma de nós, mas não era assim que agíamos por ali. Muitos magistrados passaram por aqui, e não conseguiram manter a harmonia que nós três adquirimos através dos anos.

- Reunião da cúpula tão cedo? Algo sério? – Estava ainda levando na brincadeira.

- Sentem-se, senhores, por favor. - Eles se se sentaram e cumprimentaram a doutora. – Chamei-os aqui, por um único motivo. A doutora Ana Luiza está nos fazendo desrespeitar a Constituição Federal, com sua forma de agir, e de pensar sobre as pessoas, e eu quero advertir que não vou tolerar esse tipo de comportamento. Somos quatro juízes agora, e preciamos trabalhar com respetio e seriedade. – Voltando-me para ela perguntei: - Digam-me o que está escrito na placa quando entra em seu lugar de trabalho todos os dias? – Ela não sabia, por certo nem ao menos havia reparado que lá, no fórum havia algo escrito. Ninguém disse nada, até que meio tímido o Walter recitou:

- "Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidades e em direitos. Dotados de razão e consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade." Leio isso a mais de quinze anos. Artigo 1º da Declaração Universal dos Direitos Humanos.

- Então não acham que mereço respeito de todos, mesmo pensando diferente. – Sorriu maliciosa.

- Claro. Desde que não traga para dentro de seu local de trabalho sua individualidade. Os direitos humanos reconhece a cada um como livre, e único, responsável por seus atos, por ter consciência e razão que nos permitem refletir sobre nossos direitos, mas também sobre nossos deveres. Os direitos humanos respeitam os direitos, mas não encorajam ao individualismo, pelo contrário, é nos dando direitos, que dá também ao outros direitos. Aqui, nesta rua somos uma família. Quantas vezes o Walter e eu, ou o Diogo e eu, já nos sentamos para conversar até mesmo sobre nossas vidas particulares. Não há aqui juiz federal, ou de direito. Somos homens trabalhando para garantir o bem e a justiça. – Quando ela ia erguer a cabeça que mantinha baixa me ouvir e argumentar algo eu a impedi. - E mais nada. Esse é o primeiro aviso que darei à senhora. Meu próximo passo, será anexar minha denúncia à de seus assessores, e protocolar ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ). E a senhora saber que a denúncia deles não terá a metade do peso que a minha terá. E pedirei aos juízes que trabalham com a senhora para que façam o mesmo.

- Não é para tanto não é doutor Cairon? – Se levantou séria. Agora parecia uma juíza e não uma adolescente saída da faculdade.

- A senhora acha que não, porque não é com a senhora, que tem acontecido as agreções verbais. Está sendo indelicada com as colegas de trabalho achando que é uma deusa, e que nada pode lhe deter. Engana-se para todos na vida existe um superior. Nós temos um conselho. E eu mesmo levarei a petição às corregedorias do CNJ e do Tribunal de Justiça (TJ) pedindo uma investigação. já que estará envolvida em mais denúncias.

A Amante do Juiz! (Degustação)Where stories live. Discover now