Capítulo 17

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Liara

Se isso é sonho... Não quero que me acordem, por favor. Encostei-me ao cotovelo e fiquei olharando para o rosto dele adormecido ao meu lado. Olha para esse cara... Lindo! Devia mesmo confiar em mim porque parecia muito tranquilo ali com os olhos fechados. Tão tranquilo. Sorte minha ou azar? Depois fui até o banheiro escovei os dentes. No quarto de minha mãe, observei se estava tudo bem.

Entrei em silêncio e não acendi a luz, ela ainda dormia. Sai bem de mansinho e fechei a porta novamente. Toda feliz preparei um café. Olhei na mesa e havia bolo e outras coisas, mas preferi sair e incrementar o café com quitandas do dia. Mas já na porta do apartamento fui barrada por vários homens da polícia federal. Ninguém entra e ninguém sai enquanto o Juiz estivesse ali, a não ser que fosse acompanhada por algum deles.

Descemos até o portão, onde encontramos mais homens. Estes, no entanto ligaram para alguém e depois de desligar me informaram que era só eu dizer o que precisava que eles mesmos buscariam.

Pela expressão deles, não adiantaria muito em insistir. Não pareciam muito amigável.

Falei o que gostaria de comprar mesmo, sem saber ao certo e um deles de posse da informação se afastou. O porteiro que observava tudo somente sorriu e eu voltei ao apartamento ainda acompanhada por dois agentes.

Preparei o café e fiquei esperando pelo que havia pedido, até que foi entregue, bem rápido por sinal.

De certa forma, tudo parecia muito estranho. Não estava acostumada com isso. Parecia tão exposta. Os homens sabiam que eu dormia com o Juiz. Senti vergonha por minha situação. No mesmo instante lembrei de que não devia nada à ninguém.

Como não sabia ao certo de que horas ele acordava voltei ao quarto de minha mãe para ver se ela estava bem.

- Pode acender a luz que já estou acordada.

Ajudei-a tomar banho e se vestir. Fomos para sala e arrumei a mesa do café.

- Quer tomar café agora ou quer esperar pelo Cairon?

- Para que vou espera-lo?

- Será que é porque é educado.

- Ou porque estamos vivendo de favores precisamos viver só quando ele viver?

- Mãe sua mágoa não vai te permitir desfrutar das coisas boas da vida.

Ela não tinha mesmo obrigação de espera-lo. Deixei que ela tomasse seu café, até porque, como não tinha horário para que ele acordasse, não poderia privá-la da alimentação.

Liguei a TV da sala e ficamos vendo um programa matinal. Como ele não acordou fui até o quarto. Durante a semana ele chega ao trabalho às dez da manhã. Pode ser que acorde tarde.

Voltei à cozinha fiz uma bandeja de café e fui até ele. Olhei no relógio e eram onze e meia me debrucei sobre ele e comecei a beijá-lo.

- Bom dia! Vai dormir o dia todo? - Ele se mexeu na cama.

- Bom dia!

-Trouxe seu café. - Ele abriu os olhos e sorriu.

-É a primeira vez que uma mulher me traz café na cama.

- Mentira Cairon.

- Verdade. Às vezes meu filho levava uma caneca de café para me acordar, mas... - Ele se calou. Devia sentir falta da criança, ou da esposa. Mas eu não queria pensar neles agora. O cobri de beijos. Para só depois pegar a bandeja com o café. – Não posso ser injusto com minha mãe. – Sorriu se ajeitando à cabeceira da cama.

A Amante do Juiz! (Degustação)Where stories live. Discover now