PRÓLOGO

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  – Não existe nada triste o suficiente pelo qual sofrer por quase mil anos. E não existe amor que dure mil anos.
Eu aposto que  existe.
Mas em qual está apostando, na tristeza ou no amor?
Em um amor triste.
Goblin.


Eu sempre fui fascinada por História

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Eu sempre fui fascinada por História. Para mim, aprender sobre as grandes civilizações, descobertas de um mundo novo, impérios e reinados que ficaram marcados como grandes acontecimentos sempre foi um prazer e não uma obrigação.

A parte mais interessante eram as guerras.

Era simplesmente fascinante imaginar grandes reis lutando, famílias brigando por um trono, exércitos marchando, as espadas cortando o ar, inimigos sendo abatidos com um golpe fatal e caindo sem vida no chão.

Guerras históricas eram lendárias, imaginá-las era um passatempo divertido. No entanto, presenciar uma guerra não é divertido e me arrependi amargamente de um dia ter achado qualquer coisa relacionado àquilo fascinante. Era, na verdade, traumatizante.

A cena jamais sairá da minha cabeça.

O campo de batalha ganhava um homem no chão a cada segundo. O sangue jorrava pelo ar a cada golpe certeiro que um oponente dava em seu inimigo. Gritos, gemidos, maldições. O cheiro de suor e morte rondava completamente o lugar. E eu não conseguia me mexer, mal sabia como respirar enquanto assistia ao combate. Estava escondida numa carroça e recebi ordens para não sair dali em momento algum. Então eu só podia observar o massacre, sentir o estômago contorcer e rezar para que acabasse logo.

Havia uma pessoa no meio do campo de batalha que sem dúvida se destacava entre os demais. Era nele que os meus olhos estavam desde o início do conflito.

Vê-lo lutar era desesperador, mas impressionante. Ele tinha obviamente um talento único no campo de batalha, além de ser o maior dos homens presentes. Diferente dos outros, ele não usava uma espada e escudo. Sua única arma era um machado e as próprias mãos. Ele parecia mais um animal selvagem do que qualquer outra coisa enquanto avançava contra os inimigos e os tirava a vida sem piedade. O sangue daqueles que morreram pelas suas mãos se misturavam em seu corpo. A fúria que emanava daquele homem me fazia estremecer até os alicerces das minhas entranhas.

Eu tinha de temê-lo, sabia disso. Eu tinha de fugir o mais rápido que podia para longe dele. Não era seguro ficar ao seu lado, ele nem ao menos parecia humano, gostava de estar ali, quebrando pescoços e rasgando o peito dos outros homens com seu machado.

Os cabelos longos e castanhos do guerreiro estavam presos para trás, seu rosto inteiro estava coberto de sangue, a única coisa que se destacava em meio ao escarlate eram seus olhos claros e límpidos nos quais se podiam mergulhar e afogar-se, olhos que agora se fixavam em mim.

O guerreiro com o rosto coberto de sangue agora caminhava na minha direção.

E ele estava sorrindo.

E ele estava sorrindo

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Imortais - O segredo dos deusesWhere stories live. Discover now