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          Na quinta-feira, o sol surgiu entre as montanhas pela primeira vez naquela semana e derreteu um pouco da neve que tinha caído durante a madrugada, mas o frio impiedoso continuava rondando Skinguissal e se infiltrando em qualquer lugar qu...

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          Na quinta-feira, o sol surgiu entre as montanhas pela primeira vez naquela semana e derreteu um pouco da neve que tinha caído durante a madrugada, mas o frio impiedoso continuava rondando Skinguissal e se infiltrando em qualquer lugar que não tivesse uma boa lareira acesa.

As montanhas que cercavam a cidade agora eram grandes rochas polvilhadas como um extenso cobertor branco, e a floresta estava tomada por uma densa névoa gelada que impedia qualquer um de transitar por ali, mas o sol brilhava fracamente como o único ponto de luz e esperança em meio ao inferno gelado.

Na casa da mãe de Rollo, os jardins pareciam um mar branco mas Asbjorn tratou de empurrar a neve a abrir caminho para onde a cerimônia aconteceria.

Já Lívia Fitzgerald passara as últimas duas noites como solteira ali, na casa que o seu futuro marido crescera, sem ver ou falar com Rollo, como a mãe dele insistiu que fosse.

Quando soube que seu filho pretendia se casar, a mulher ficou radiante e depositou um beijo cálido na testa de Liv, sussurrando um discreto "obrigada!" que Liv não chegou a entender exatamente o porquê, mas se viu simplesmente feliz em fazer a mãe de Rollo contente. Ela era uma alma que cintilava bondade e sabedoria.

Dyre garantiu que cuidaria de tudo sobre o Kostr — como eles chamavam a cerimônia — e que os noivos não tinham que se preocupar com nada, porque ela planejaria a festa e as comidas que seriam servidas. Quando Rollo argumentou que ela não conseguiria fazer tudo sozinha em tão pouco tempo, sua mãe apenas sorriu e olhou para Asbjorn, dizendo que seu filho mais novo se encarregaria do trabalho pesado. O garoto não se opôs, apenas sorriu e assentiu em concordância.

E assim, a mãe de Rollo tomou conta de tudo, colocando toda sua energia naquela festa, o que não foi um trabalho fácil, já que toda a decoração dos casamentos vikings eram geralmente feitos por flores da primavera das mais cores variadas. Mas Dyre disse para futura nora não se preocupar, porque tudo seria lindo, com flores ou não.

Naquela manhã ensolarada de inverno, Liv acordou mais cedo que o comum, deitada sozinha na cama do quarto que costumava ser de Rollo.

Olhou para o vazio ao seu lado e suspirou, odiando ter que dormir sem ele por dois dias. Foram os dois mais longos que já experimentara. Mas estava aliviada que aquela era a última vez pro restante de suas vidas que teria que ficar longe dele.

E lembrar disso era o bastante para fazer seu coração começar a bater descompassado no peito. Ás vezes tinha a impressão que aquilo tudo não passava de um sonho bonito, e se esse fosse o caso, não queria acordar nunca.

— Liv, querida? — A voz melodiosa de Dyre veio do corredor e logo sua cabeça surgiu entre as miçangas que substituíam a porta. Os cachos grisalhos da mulher chegaram primeiro que ela, depois seus olhos cristalinos e bondosos encontraram os de Liv. — Ah, que bom, você está acordada!

Imortais - O segredo dos deusesWhere stories live. Discover now