Capítulo 18- Deus de maravilhas

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Minhas mãos estavam suando frio, meu coração estava a mil por hora, e minha boca estava mais seca que o deserto Saara. Pra minha sorte, chegou Joyce com um copo de água pra mim:

-Gabi, vai dar tudo certo! Ensaiamos várias vezes, e além de tudo nos consagramos para esse grande dia. Deus está com você, não tenha medo- disse Joyce no jeito meigo de sempre

-Amém, Joyce. - dei-lhe aquele abraço que afoga todos os medos

Então, chegou a nossa líder para reunir o grupo e fazer uma oração antes de começar a apresentação. Eram um total de 10 pessoas de diferenciadas idades, entre 13 à 30 anos. Eu olhava pra elas e via a unção de Deus. Parecia que somente eu era a mais novinha de tudo, até nas experiências com Deus. "Talvez não tenha sido má idéia minha mãe ter me obrigado a participar do grupo de teatro"

Terminamos a oração e as personagens principais entraram em cena. Eu estava escondida atrás do palco, mas dava sempre uma espiada na platéia. Procurei por Pedro, mas não dava pra enxergar direito, pelo tanto de pessoas na platéia. Todos os alunos do ensino médio estavam lá e isso me dava um frio na barriga. Fechei os olhos, e enquanto ouvia por trás das cortinas a encenação, lembrei-me do quanto Deus estava sendo maravilhoso. Se eu olhasse para trás perceberia o quanto tinha mudado. Me lembrei da pregação que ouvira no retiro de jovens que fui com minha prima. As vezes Deus transforma da água pro vinho quando pedimos, mas certas vezes Ele demora o tempo necessário para fazer o milagre. "O agir de Deus é perfeito!"

-Gabriela! Sua hora de entrar- me alertou a líder, fazendo com que meu coração acelerasse mais

"Ai Jesus! Agora é só você e eu"

Entrei no palco juntamente com uma outra menina para fazermos o papel de evangelizadoras. Entregaríamos vários panfletos evangelísticos e um deles seria para o Filho pródigo. Enquanto a personagem principal não chegava perto de mim dei uma leve sondada na platéia para procurar por Pedro novamente e o vi em pé no corredor entre as cadeiras, com um celular na mão. Parecia que estava filmando a apresentação. "Não existe amigo mais babão que esse menino"-ri por dentro e me alegrei por tê-lo sempre por perto.

Estava chegando a hora da minha atuação, então fiquei repetindo em mente a minha fala(mesmo que minúscula) para não esquecer: "Jesus te abençoe". Mas como imprevistos acontecem, levei um susto por ver o Diego levantar da cadeira e ir embora. Queria que ele estivesse lá até o final para ouvir a mensagem, pois precisava daquela palavra. Fiquei acompanhando sua saída com os olhos, até que percebi, por um cutucão da menina ao meu lado, que o "filho pródigo" já havia passado por mim e eu não tinha entregado o panfleto, muito menos dito alguma coisa. Então, por impulso, corri alguns passos e puxei o braço da personagem rispidamente.

-ESPERA!-gritei. -Preciso te dizer algo... tem alguém te querendo de volta, jovem. Pense nisso!- soltei o braço do "filho pródigo"e entreguei o panfleto.

"Meu Deus!!!!! o que foi q eu fiz?!"

Depois disso sai de cena e já estava me preparando para a bronca por não ter feito meu papel como deveria. No entanto, a líder estava tão entretida com a encenação que ainda estava ocorrendo, que nem me disse nada. Somente Joyce veio saltitando para o meu rumo e batendo palminhas:

-Não acreditoooo! Já conseguiu fazer improviso na primeira apresentação. Você é perfeita demais, Gabi! -disse me dando um abraço que me fez perder o fôlego.

-Nem me fale Joyce, estou tremendo até agora por causa disso. Na minha primeira apresentação errei- disse desapontada.

Jornada de uma adolescente cristãOnde histórias criam vida. Descubra agora