Jornada de uma adolescente cristã

Capítulo 20- Chances

Lá estava eu na porta da casa da Joyce. Minha mãe não hesitou em me deixar ir fazer o trabalho na casa do Vinicius, já que a Joyce era de confiança da dona Larissa. Apertei a campainha e esperei alguém abrir a porta. Já havia se passado 5 minutos e nada de Joyce abrir a porta. Olhei para o celular para ver se eu tinha chegado no horário combinado, e vejo uma mensagem dela.

<WhatsApp on>

Joyce: Gabi, me desculpa não ter te avisado antes, mas aconteceu um imprevisto e estou no hospital com o Vini

Eu: O que aconteceu Joyce?!!! 

<WhatsApp off>

Joyce não me respondeu e eu não quis ligar porque ela deveria estar ocupada. Não queria perturbar, mas fiquei imaginando o que teria acontecido pra ela ir as pressas pro hospital.

Liguei para meu pai me buscar, mas ele não atendia. Tentei várias vezes e nada dele me atender.  Até minha mãe não me atendia.

"Bom, só tem uma coisa a fazer... ir embora pra casa a pé. Não é tão longe Gabriela! A única coisa que pode acontecer é alguém te sequestrar" - dialoguei  comigo.

A única coisa que conseguia pensar era em minha mãe me dizendo pra nunca andar sozinha na rua, ainda mais em um bairro perigoso que era o nosso. Mas eu só tinha duas opções e analisando a situação as duas eram perigosas. Se ficasse na porta da casa da Joyce esperando até que meu pai me atendesse eu poderia ser assaltada. E se eu fosse a pé pra casa, que só era umas 6 quadras de distância eu também poderia ser assaltada

"Ó céus! Me dê uma luz, Senhor!"

Resolvi mandar uma mensagem a Pedro:

<WhatsApp on>

Eu: Pedrooooooo, me socorre

Pedro: O que aconteceu?!

Eu: Vim na casa da Joyce fazer um trabalho e ela não estava. Só que agora meu pai não me atende, muito menos minha mãe. O que eu faço?

Pedro: Nossa, Gabi. Você sabe que se tivesse como eu iria voando te buscar, de bike, claro kkkkkk mas estou no ensaio da igreja e não tem como eu sair. Tem como vc ligar pra um taxi?

Eu: Ahhh :/  pior que estou sem dinheiro algum. Acho que vou embora a pé mesmo

Pedro: Ôôôô Gabizinha, eu queria muito te ajudar...

Eu: Te entendo. Não se preocupe :)

Pedro: Vou orar pra Deus te guardar no caminho de volta pra casa!

Eu: Eitaaaaa! Lembrei que minha mãe não está em casa. Agora não adianta eu ir pra casa, pq estou sem chaves.

Pedro: Me conta uma coisa boa, por favor kkkkk 

Eu: Uma coisa boa... é que eu preciso desligar pq tá vindo um cara suspeito

<WhatsApp off>

Vinha em minha direção um jovem todo mal arrumado, carregando uma latinha na mão. Guardei o celular no bolso e olhei para os lados pra ver se tinha alguém por perto, caso acontecesse alguma coisa. Não tinha ninguém. Era só eu e Deus. O jovem se aproximava mais e ele estava com os olhos fixos em mim. Não conseguia enxergar a fisionomia, pois eu estava sem óculos, mas eu só clamava o sangue de Jesus em pensamento. Quando ele se aproximou, pude ver claramente quem era.

-Diego?! -indaguei assustada pela situação em que ele se encontrava.

-Gabriela! Você por aqui...Parece que está com medo de mim. Tão pálida! -disse Diego, se aproximando de mim com aquele hálito de álcool.

-Sai de perto de mim! -empurrei-o, pois ele já estava muito perto e o seu olhar estava me apavorando- Olha pra sua situação, Diego! Você não enxerga que está indo pra um caminho terrível longe de Deus?

-Deus?! Infelizmente ele não existe e você é mais uma idiota que foi enganada pela historinha de que existe um Deus que nos ama. Você acha que se ele nos amasse existiria tanta maldade no mundo? 

-Não fala isso, Diego -disse em tom de piedade, por ele estar totalmente cego- Todos têm livre-arbítrio e a maldade existe porque é o homem que faz isso, e não Deus. Não culpe Ele por ações humanas. - Coloquei a mão sobre o bolso da calça, pra ver se silenciava o celular, pois ele vibrava sem parar. Devia ser Pedro preocupado comigo, ou meus pais retornando minhas ligações.

-Menina, você não sabe do que tá falando. Acho que está andando demais com o Pedro, outro que não sabe o que fala também. Se paga de santo, mas o passado dele é todo sujo e isso ele não conta! -disse alterado e jogando a garrafa de álcool no chão.

De repente, senti meu corpo arrepiar. Sabia que não era uma boa idéia ficar debatendo com o Diego. Ele estava muito diferente e isso me assustava. O Espirito Santo me mandou calar, então decidi obedecer. Então, olhei para os lados para ver se passava alguém pra me ajudar, mas não havia alguma alma vivente. Calculei a distância até a avenida, que estava mais movimentada e vi que precisaria de só uns trinta passos. 

-Gata- disse Diego, passando a mão na cabeça- Me desculpe por estar te assustando. Eu não queria ter feito isso, porque você sabe que tenho uma queda por ti -falou já me agarrando pela cintura.

-Sai, Diego!!! -disse tentando tirar suas mãos de mim, mas não consegui porque ele me empurrou contra o muro.

-Shiiiu. Não precisa dizer nada, princesa- falou colocando a mão na minha boca.

Nesse momento, eu já não conseguia respirar, pois sua mão tampava minha boca e meu nariz. Eu só sentia o ar quente do seu rosto passear pelo meu pescoço. Estava prestes a acontecer uma tragédia e eu só conseguia chorar porque estava sem forças pra sair dali. Então, lembrei de vários testemunhos que diziam que o nome de Jesus tinha poder pra nos livrar do agir do inimigo. Na hora, me veio uma força extraordinária e dei um chute entre as pernas dele e gritei: Eu te repreendo em nome de Jesus!

O Diego caiu no chão na hora e sem pensar muito, corri pra avenida. Na metade do caminho vi que ele tinha conseguido levantar, mas não conseguia correr, pois estava bêbado. Mas quando cheguei na avenida, atravessei a rua e parei na ilha. Quando olhei pra trás vejo que Diego também tentou atravessar, mas uma camionete vinha em alta velocidade e bateu em cheio nele. Eu só conseguia ouvir o barulho de freio e milésimos de segundo depois Diego sendo arremessado pra bem longe.

O motorista saiu imediatamente do carro e ligou para a emergência. Ao mesmo tempo, uma multidão se encheu ao redor de Diego e eu fui correndo ver como ele estava. Eu só conseguia ver muito sangue pelo chão e um homem acenando negativamente com a cabeça depois de sentir o pulso dele.

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Oooooi pessoal!!! Mais um capítulo pra vcs e o livro vai caminhando pro final heheh Está demorando um pouco, mas já expliquei o motivo pra vcs e espero que compreendam e tirem proveito do que foi falado até hoje no livro.
Antes eu escrevia pra passar o tempo, mas hoje já é um dever que o Espírito Santo me cobra kkkk espero que vocês possam ser tocadas (os) ao ler cada capítulo  :*