3

7.3K 839 341
                                    

CAPÍTULO 3

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

CAPÍTULO 3. Os sapatos de três mil dólares

CHANYEOL E EU COMBINAMOS QUE faríamos as compras juntos em todos os meses, já que sempre esquecíamos alguma coisa se só um de nós fosse. Uma vez ele esqueceu de pegar o papel higiênico e teve uma tarde bem assustadora até eu chegar do meu trabalho de meio período. Depois daquele incidente terrível, cada um faria uma lista diferente e ajudaria o outro nas compras.

Coloquei um suéter azul e uma calça jeans, combinando-os com minhas sandálias velhas e confortáveis. Estávamos no fim do corredor de materiais de limpeza, o primeiro lugar que eu checava, quando Chanyeol disse: “A gatinha que a Hani tem não quebrou essa sandália?”

“Sim. Felizmente, eu consertei”, falei, orgulhosa. Depois olhei para ele de cima a baixo. “Não tem vergonha de vir em um supermercado com calça moletom e a camisa furada do Meu Malvado Favorito? Esse casaco aí não esconde nem esse narigão do Gru, quanto mais a blusa toda.”

“Com licença?” ele colocou a mão no peito e franziu a testa. “Quem você pensa que é para falar mal da minha blusa da sorte? A gente acabou de ganhar amostras grátis.”

“Uau, claro! Como eu sou idiota!”, ironizei. “Porque ganhar um único queijo de quatro por quatro centímetros é sorte. Se é para você, nem imagino o que seja azar.”

“Azar é estar no mercado com uma pessoa que parece minha mãe ao invés de minha amiga.”

“Chanyeol querido, não sei se você sabe, mas eu só te aturo pelo dinheiro. Minha professora de empreendedorismo dizia que time is money e eu não quero perder o meu time ou money com você.”

“Essa não é a professora que falsificou o diploma de Harvard?”

Rolei os olhos (porque era verdade e eu não queria dizer) e peguei quatro detergentes na prateleira. “Pegou sabonete líquido para a pia do banheiro?”, perguntei a Chanyeol, que chacoalhava uma caixa de naftalina.

“Para quê?”

“Porque o sabonete líquido tem o perfume de lavanda que eu gosto e, além do mais, é elegante e de bom tom ter um sabonete especial para lavar as mãos, especialmente quando temos visitas.”

“Precisa ser elegante até para tirar sujeira da mão, eu hein”, ele bufou e colocou as mãos no bolso da calça moletom horrorosa, seguindo para a sessão de higiene pessoal.

Tsc, tsc, ele não entendia a filosofia da limpeza e organização. Chanyeol reclamava das minhas manias, mas me passava a impressão de que nunca se interessou em tentar me entender. Eu gostava de limpar porque era relaxante. Podia cantar enquanto lavava aquela privada suja e esquecer da sujeira, deixar a mesa da cozinha sempre brilhando e abrir um sorriso ao vê-la limpa quando fosse comer e deixar a casa toda cheirando a rosas perfumadas com um único produto.

Limpar é uma necessidade que os outros tratam muito mal, mas eu não. É como a escola: alguns amam, outros odeiam. Eu sempre odiei, mas gostava da faxina. Eu era tipo… a Hermione Granger da faxina. Ao invés da varinha, tinha esfregões e esponjas com detergente de vinagre. Não é uma boa comparação, mas a Cinderela estragou toda a diversão da limpeza fazendo as pessoas sentirem pena dela pelo tanto de trabalho que tinha de fazer.

Auspicious | ChanyeolOnde histórias criam vida. Descubra agora