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CAPÍTULO 13

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CAPÍTULO 13. Visita indesejada

A DONA DAQUELA VOZ representava tudo o que o fazia suar frio. Tanto é que Chanyeol não largou a minha mão desde que a viu. Yuna tinha os cabelos castanhos e brilhosos presos, usava saltos muito altos e um vestido preto.

“Chany, querido, há quanto tempo!”, ela disse de novo ao ver que Chanyeol estava estático. “Eu estava louca para ver você.”

“É uma pena, Yuna”, eu comecei a falar. Pela primeira vez ela parecia ter me notado ali, direcionado os olhos negros e atentos para mim. “Nós já estávamos de saída.”

“Não, não, vocês não podem ir”, ela disse, educadamente, como um amiga de muito tempo que estava a espera de nossa visita. “Eu preciso falar de uma coisa importantíssima com o Chany.”

Eu iria falar por ele mais uma vez, visto que as únicas coisas que ele podia pronunciar eram “ãhn” e “quê?”, porém, Chanyeol pareceu criar um pouco de coragem:

“Eu não me sinto confortável falando com você, Yuna.”

“É só por um momento. É rápido, eu prometo.”

Nós ficamos em silêncio, esperando que ele tomasse uma decisão. Yuna não fazia bem para Chanyeol, e, se ele baixasse a guarda mais uma vez, ela o machucaria novamente.

Os lábios de Chanyeol chegaram ao ponto de secar antes de ele concordar em conversar com ela. A decisão dele me afetou um pouco. Todos nós, até mesmo ela, sabíamos o quão tóxico foi o relacionamento deles dois, e o quanto Yuna o desprezou antes do término. Eu queria tudo, menos vê-lo triste.

Eu me afastei um pouco, tentando deixá-los a sós, o bastante para não ouvir a conversa deles com clareza. Porém, consegui identificar um “contrato” e “dinheiro”. Aquele diálogo não iria acabar bem. Será que ele devia dinheiro a megera? Era só o que nos faltava, sinceramente.

Os braços de Chanyeol estavam atrás de seu corpo, coisa que ele só fazia quando ficava nervoso; a postura ruim era característica dele, mas, ao lado de Yuna, parecia até proposital. Ele não se sentia confortável perto dela (estava tão óbvio). Tudo o que eu queria era arrancá-lo dali o mais rápido possível.

Ele não precisa de proteção, Nari, pensei. Mas não mantive esse pensamento por muito tempo. Eu quero jogar a Yuna naquela caçamba de lixo, foi o que me imaginei fazendo logo depois.

“Bem, então está combinado”, Yuna e Chanyeol apertaram as mãos. Ela deu um sorriso que brilhava em vermelho e tocou no ombro dele uma vez antes de ir embora, sem nem olhar para mim.

“O que ela queria?”, perguntei assim que ele chegou perto novamente. O brilho divertido que tinha nos olhos antes de Yuna chegar tinha ido embora. Por que ela tinha que estragar tudo?

“Ela me fez uma proposta. Eu aceitei.”

“Quê?! Que tipo de proposta?”, perguntei, mais chocada do que nunca. “Chanyeol, que droga você fez? Já se esqueceu que ela é a Yuna?”

“É uma coisa boa, não se preocupe”, ele abriu um sorriso tão sem graça que me fez querer socá-lo. “Acho melhor a gente ir para casa.”

Eu tinha planejado falar mais coisas. Eu ainda ia falar com Chanyeol, planejei desde que sentamos ali, e seria uma conversa incrível para nós dois. Queria que ficássemos mais, pelo menos alguns minutos. Mas o rosto dele tinha aquelas ruguinhas de preocupação e seus lábios ficaram trêmulos.

“Vamos embora”, eu disse, por fim, engolindo em seco.

O percurso foi silencioso, quase deprimente, e minha cabeça não parava de criar teorias sobre Yuna e a visita misteriosa. Ela estava arrumada, devia ter voltado de um evento ou reunião importante; todo mundo sabia que ela era uma atriz em ascensão (foi por isso que ela deixou o Yeol), então por que se arriscar falando com ele em público?

Você é uma atenção indesejada, Chany, ele disse a mim que foi assim que ela terminou as coisas. Do jeito mais insensível possível. E ali estava Chanyeol de novo, afetado terrivelmente por algo que Yuna fez — e o faria fazer, também.

“Ok, e aí?”, eu disse assim que chegamos no apartamento, sem aguentar. “O que ela quer?”

“Não posso dizer agora.”

Eu contive uma gargalhada debochada. Eu não estava acreditando.

“É sério, Chanyeol. Do nada você guarda segredos de mim? Principalmente quando eles envolvem ela?”, pausei. “Eu preciso te lembrar o quão miserável ela fez você se sentir?”

“Não, Nari, não precisa. Eu me lembro muito bem”, ele respondeu em um tom amargo. A testa dele começava a suar. “Eu estou fazendo isso por nós, vai ficar tudo bem. Se acalma, tá?”

“Me acalmar? Você está suando frio, Chanyeol. Quem precisa se acalmar aqui é você. E se quer fazer algo por nós, cancele o que quer que tenha aceitado com ela e diga para ela se afastar.”

Chanyeol revirou os olhos. Ele revirou os olhos para mim! Quem fazia aquilo era eu! Por que diabos ele estava agindo tão na defensiva?

“Nesse momento você está fazendo tudo o que não devia fazer”, respondi.

“Olha, isso é coisa minha. Dá para não forçar a barra?”

Eu franzi as sobrancelhas. “Ok”, falei, deixando meus braços caírem ao lado do corpo. “Eu não quero discutir com você. Faça o que quiser.”

“Obrigado”, ele suspirou.

Segundos depois, Chanyeol entrou no quarto. Ele não sairia dali tão cedo. Era muito fácil saber quando ele estava chateado, e, naquele momento, Chanyeol não abriria a porta para ninguém.

Sem aceitar a confidencialidade dele, mandei uma mensagem para Baekhyun e Suho, perguntando se eles sabiam de algo. As horas passaram até que as respostas chegassem. Mas os melhores amigos de Chanyeol não sabiam de nada.

Também não ouvi som nenhum do violão dele. Desisti de esperá-lo sair e entrei em meu quarto, adormecendo poucos minutos depois.

Pela manhã, havia um bilhete no pé da porta.

“Me desculpe por ontem, Nana.”

Auspicious | ChanyeolWhere stories live. Discover now