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CAPÍTULO 6. Titanic ou Clube da Luta
“VOCÊ DEU A LOUCA PARA CIMA do Chanyeol por que ele atrapalhou seu suposto beijo?”, Hani disse, colocando as pernas em cima do meu sofá. Eu fiz uma careta e ela as retirou. “Nari, não é assim que a gente trata os outros. Pensei que você tivesse mais de cinco anos.”
“O Yixing estava tão perto… ele ia me beijar e aí o Chanyeol teve que gritar no celular do final do corredor. E ainda teve a comida, o DiCaprio e negócios. Muita coisa envolvida, tá? Não pirei por nada.”
“É, já me falou. Mas foi sem querer. E ele até te ajudou fazendo o molho, além de arrumar um outro lugar para ficar enquanto você estava no encontro”, Hani suspirou e arrumou a postura. “Se o cara disse que quer te encontrar de novo, não foi tão ruim quanto você pensa.”
“Ele pode ter falado isso só para ser legal, sei lá.”
“Você só não quer admitir que está errada e que precisa pedir desculpas ao Chanyeol. Sabe como alguns assuntos são sensíveis para ele, mesmo que ele seja um pateta na maioria do tempo.”
“Patetas também têm sentimentos, eu sei. Só… fiquei chateada. Eu também tenho o direito de ficar chateada.”
“Óbvio que tem, mas uma coisa boba como essa já deveria ter sido resolvida. Vocês estão se ignorando por uma semana, o que não é saudável nem maduro da parte de nenhum dos dois.”
Mordi a minha unha, ouvindo o 'crec' ao quebrá-la. Minhas unhas já estavam acabadas naquele ponto, depois de muito tempo pensando e repensando na situação em que estava. Chanyeol não falava comigo sobre o assunto, então eu também decidi não falar. Só devolvi na mesma moeda, qual era o problema?
E, como sempre, Hani estava certa e eu super errada. Quando ele chegava no apartamento e eu estava na sala, pegava o violão e ia tocar no quarto até dormir, aparentemente. Evitava a cara dele o quanto podia, porque lembrava do que eu mesma disse e sentia muita vergonha de mim mesma. Com que cara eu pediria desculpas à ele? Nunca precisei pedir perdão à Chanyeol, já que era sempre ele que fazia as burradas.
“Quando ele chegar da universidade, o melhor a fazer seria conversarem”, indicou Hani. “Vocês moram juntos e, uma hora ou outra, um vai explodir de frustração. E acho que não seria o Chanyeol.”
Mordi meus lábios, sentindo meu coração bater mais rápido. Eu não sabia o porquê, mas sentia que pedir desculpas para Chanyeol era o mesmo que perder um pouco da minha honra. Nunca precisei fazer aquilo. No dia depois do encontro pensei que ele já teria esquecido o que eu havia dito, mas quando passou por mim sem dizer seu típico “Bom dia, Nana”, percebi que talvez o tivesse atingido daquela vez.
É, Hani estava completamente certa. Porém, quando ela foi embora e as sete horas da noite chegaram, me escondi no meu quarto quando ouvi as chaves tilintarem. Ouvi a porta sendo aberta lentamente (ele provavelmente queria ter certeza que eu não estava ali) e encostei o ouvido na porta. Os passos estavam lentos, como se ele estivesse andando com muito cuidado.
