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CAPÍTULO 10. Yixing
ERAM SETE DA NOITE QUANDO eu ouvi alguém gritar “DING-DONG” na porta do apartamento. Nossa campainha havia quebrado e o Chanyeol decidiu colocar uma placa que dizia: “Campainha quebrada. Grite DING-DONG bem alto”. Eu disse a ele que ninguém seria estúpido o bastante para fazer aquilo, mas eu estava errada.
Porém, não esperava que o idiota a fazer aquilo fosse Zhang Yixing. Ele estava mesmo parado na frente da minha porta com um sorriso no rosto e trazia uma caixa de chocolate nas mãos.
Eu só podia estar sonhando.
“Oi”, disse ele, baixinho, quase se tornando um sussurro. “Eu estive pensando em como andei ocupado durante muito tempo e te deixei na mão várias vezes. Me desculpe, Nari. Queria que soubesse que sinto muito, nunca foi essa a minha intenção.”
Engoli em seco. Pensei que ele não fosse mais entrar em contato, mas ali estava Yixing, com uma caixa de chocolate em uma mão e o coração na outra, todos os dois especialmente endereçados para mim. Não foi difícil deixá-lo entrar e agradecê-lo pelo presente.
“São chocolates bélgicos. Tem vários sabores”, ele apontou para a caixa. “Meus preferidos são mel da Tâmisa e chocolate quente mexicano, feitos com pasta de cacau moldada à mão e transformados em barras.”
Eu assenti, mesmo não entendo nada além da parte em que eram bélgicos.
“Obrigada, Yixing”, eu respondi, guiando-o até a sala. Sentamos nas duas poltronas lado a lado. “Sobre os encontros, não precisa se preocupar. Eu não guardo ressentimentos. Compreendo totalmente.”
Tirando o dia em que eu chorei quando você não foi, acrescentei em pensamento. Não poderia revelar aquela informação; e se ele me achasse desesperada? Chanyeol podia ter sido super compreensivo com minha sensibilidade, mas não sabia tanto de Yixing.
“Como tive tempo livre hoje, pensei em te chamar para sair”, ele disse. “O que acha de irmos naquele restaurante que falei?”
“Incrível”, respondi, sentindo o ar ir embora dos meus pulmões. ÍAMOS SAIR. Se eu soubesse que seria daquele jeito, definitivamente teria segurado as lágrimas na outra noite.
Pedi que ele esperasse enquanto eu me trocava e passei dez minutos tentando decidir entre duas roupas igualmente caretas. Peguei a menos básica: um vestido azul escuro florido ombro a ombro e um salto baixo. Mais dez minutos depois, consegui enrolar o meu cabelo o suficiente para que ele não parecesse um ninho de mafagafos e o prendi em um rabo de cavalo.
Ao sair, para a minha surpresa, Chanyeol e Yixing conversavam juntos como se fossem amigos de longa data. Levantei uma sobrancelha, chegando mais perto dos dois. Yixing levantou da poltrona e Chanyeol abriu um sorriso:
“Nari, o Yixing é incrível”, disse, soando irônico. Mas Yixing não parecia notar. “Ele estava falando sobre trabalho. Acredita que a empresa do pai dele fez só um bilhão de dólares ano passado? A economia afeta todo mundo, não é?”
