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CAPÍTULO 7. O convite
DEPOIS DE PASSAR NA UNIVERSIDADE para entregar algumas atividades, peguei um táxi para chegar no trabalho. Vinte minutos depois, encarei o toldo sobre a construção velha e muito bem cuidada da Biblioteca Universitária de Seul, entrando logo em seguida.
Inúmeros alunos costumavam escolher aquele lugar para estudar, já que a biblioteca tinha um grande nome e valor, além de ser cuidada por um escritor premiado e reconhecido no país inteiro, Kim Jangha (também conhecido como meu chefe).
Ele era o bibliotecário mais elegante que eu já havia visto em toda a minha vida, talvez porque fosse super rico e renomado. Consegui o trabalho de meio período lá por indicação de um dos meus professores, que me tinha como aluna preferida (privilégios de se ter um boletim perfeito, o que posso fazer?).
Andei até o balcão principal e coloquei a bolsa embaixo dele. Tirei também o meu casaco, guardando-o em uma prateleira. O inverno estava indo embora (já deveria ter acabado) e o clima começava a esquentar. Mais alguns dias e poderíamos nos livrar daqueles casacos e calças desconfortáveis.
Sohyun me cumprimentou quando chegou e eu devolvi o sorriso. Nós éramos as únicas garotas trabalhando na biblioteca, já que a maioria dos garotos que estudavam literatura na faculdade quase se matavam todos os anos para trabalhar no mesmo lugar em que Kim Jangha respirava.
Para eles, se Cate Blanchett havia participado da adaptação da obra mais famosa de Jangha, trabalhar com ele era quase a mesma coisa. Infelizmente, comparar alunos de literatura que limpavam livros em uma biblioteca com a ganhadora de dois Oscars e três globos de ouro não pegava muito bem para eles.
Sohyun chamou a minha atenção fazendo 'psst' e cochichou no meu ouvido: “O Sr. Kim veio aqui fazer um anúncio para nós.”
Cobri a minha boca usando a mão, impedindo um grito de escapar. O Sr. Kim não era um monstro, muito pelo contrário, mas a figura dele era tão rígida que me amedrontava. “Anúncio de quê? Será que vai nos despedir ou nos fazer de extras na adaptação de um dos livros dele?”
“Bem, a gente sabe como ele é. Ou é oito, ou é oitenta. É melhor estarmos preparadas, por isso eu fiz um cházinho de camomila”, ela levantou o braço e me entregou uma xícara de porcelana.
Tomei um gole do chá, mexendo-o usando a colherzinha que Sohyun também trouxera. Ela foi para o outro lado da sala catalogar os livros novos e eu fiquei no balcão, anotando as obras que as pessoas alugavam e recebendo as que eram devolvidas ao longo da noite.
Sinceramente, eu preferiria um emprego em um escritório de arquitetura para entender melhor o ambiente em que eu atuaria, sem precisar mandar ninguém fazer silêncio várias vezes na mesma noite. Porém, era muito agradecida pela gentileza do meu professor em me indicar, e, principalmente, pelo salário.
