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CAPÍTULO 9. Uno e pizza
CHANYEOL ALTERNAVA O OLHAR entre a estrada e eu a cada dez segundos. Consegui perceber mesmo com a cabeça encostada na janela do carro, observando o movimento noturno de Seul. Estávamos há poucos minutos de casa e eu só queria dormir e esquecer que fiquei tão animada para algo que não aconteceu.
“Você está me assustando”, eu disse, sem encará-lo. Ouvi um pigarro e ele me respondeu:
“Eu só estou preocupado. Você parece chateada”, falou, simplesmente. “O Yixing disse ou fez alguma coisa para você? É sério, pode me falar.”
“Não. É mais sobre o que ele não fez”, suspirei. “Ele nem apareceu. E eu sei que ele me avisou e foi super educado, mas ainda assim não consigo deixar de me sentir chateada.”
“De novo? Já é a segunda vez que vocês tentam sair e ele não pode ir.”
“É, ele parece ser bem ocupado. Ou, na pior hipótese, só não gostou muito de mim.”
“Se ele não gostasse, não teria aceitado o seu convite”, disse enquanto fazia uma curva. Pensei que estar em um carro com Chanyeol dirigindo seria morte certa, mas ele me provou que eu estava errada. “Não sei se você precisa do meu conselho, mas acho melhor esperar para convidá-lo outra vez, já que ele está tão ocupado.”
“É, você tem razão”, ri, sem graça. Cansada de encarar as ruas, guiei meus olhos até o rosto concentrado de Chanyeol. “Eu sou muito idiota, não sou?”
“Por que você seria?”, ele franziu a testa.
“Por ficar desapontada com o Yixing. Estou colocando expectativas demais em um cara que praticamente acabei de conhecer, não acha? Me faz parecer uma desesperada.”
“Não é idiota querer se sentir amada, Nana”, vejo um sorriso se formar nos lábios dele. “E essa expectativa que você está colocando nele é totalmente normal, não precisa enlouquecer por isso. Só pega mais leve com você mesma.”
Pisquei rapidamente, desviando as íris castanhas. Nunca ouvi nada como aquilo vindo de Chanyeol. Meu Deus, algum alien devia ter matado o verdadeiro e vestido a pele dele!
Seguimos o resto do caminho até o apartamento em silêncio, ouvindo as músicas de Hani no som do carro (elas se resumiam em R&B e Bon Jovi). Ao chegarmos, o carro foi guardado na garagem do prédio (nunca víamos aquele lugar) e abri a porta do lugar sem muita animação.
“Aonde vai?”, perguntou Chanyeol quando toquei a maçaneta da minha porta. Levantei a sobrancelha, pensando que era óbvio.
“Vou colocar o meu pijama e dormir para esquecer o fracasso de hoje, o que você acha?”, menti. Meu plano, na verdade, era colocar o pijama, deitar e pensar no Yixing até as cinco manhã.
Ele checou o relógio de parede na cozinha e girou em seus calcanhares para a minha frente. “Ainda não são doze horas, Cinderela. Por que a gente não faz algo legal e você aproveita o tempo e dinheiro que gastou?”
