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CAPÍTULO 16

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CAPÍTULO 16. Desde que te vi

POR DIAS EU CONSEGUI silenciar a vozinha na minha mente que me lembrava dos sentimentos que eu tinha por Chanyeol. Dias. Não só por que ele passava muito tempo fora de casa, mas por que eu estava ocupada projetando um trabalho para o festival de arquitetura da faculdade.

O projeto consistia em planejar um parque de diversões (dentro do orçamento que tínhamos) e fazê-lo o mais dinâmico e criativo possível — praticamente sem limites além do dinheiro e das leis da física. Eu foquei em criar um trampolim gigante que ocupava a quadra de esportes da universidade e terminava em um tobogã que desembocava na piscina ao ar livre.

Assim que Chanyeol ouviu sobre isso, ele não quis saber de mais nada: apenas que queria ir o quanto antes. Ele se recusou a me ouvir quando eu quis debater, procurando uma maneira de fazê-lo desistir da ideia, e disse que estaria lá, pulando no trampolim gigante. Não posso dizer que o viés infantil desse projeto não foi inspirado por Chanyeol, então não deveria estar reclamando.

O dia havia chegado, afinal. Protegido por telas esportivas, o meu trampolim de dezesseis metros de largura se destacava dentre as outras diversões do parque. Apenas nas primeiras horas da tarde, arrecadei quase trezentos mil wons⁴ sozinha.

O banho na piscina no final do trampolim parecia trazer as pessoas ao invés de afastá-las, e elas saíam rindo, encharcadas — eu pensaria duas vezes antes de me encharcar na piscina da faculdade, mas tudo bem, quem sou eu para contestar os outros e suas loucuras? — e saltitantes. O tobogã não se alargava muito, se encaixava perfeitamente entre algo que não era monótono mas também não era perigoso.

Na hora da pausa entre as visitas dos estudantes e transeuntes curiosos, eu resolvi dar uma olhada no que os meus colegas haviam feito. A dupla popular da nossa turma, composta por Taeyong e Jaehyun, criou pequenos receptores que transformavam ruídos sonoros em energia e moviam o carrossel que eles haviam feito: cinco cavalos, luzes brilhantes e cores douradas.

Sejeong, como ela havia me dito, criou uma roda gigante de vinte metros movida a energia solar (ela com certeza ganharia a nota máxima por aquilo, a arquitetura moderna estava muito focada em resgatar o meio ambiente); apenas quatrocentos mil wons, ela disse, mas eu vou ter que deixá-la com a compania de construções que me ajudou a desenvolver.

Mas por que você iria querer uma roda gigante?, eu perguntei. Sejeong apenas deu de ombros e voltou a fitar a sua roda gigante temporária, se preparando para o inevitável adeus. Seria dramático se aquela não fosse uma garota e a roda gigante um objeto inanimado. De lanche, tivemos sanduíches naturais feitos pela mãe de um dos nossos amigos. Estavam deliciosos.

Depois, voltamos ao trabalho.

O sol estava refrescante. Mas ficar parada sobre o concreto quente de uma da tarde até às oito não estava na minha lista de coisas favoritas para fazer no verão. E, além de tudo, Chanyeol não passou por lá como prometeu. Ele parecia animado quando me ouviu falar sobre o festival, mas não fez esforço para comparecer. Me perguntei se ele estava com Yuna.

Auspicious | ChanyeolWhere stories live. Discover now