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CAPÍTULO 4. Um jantar não tão romântico
JOGUEI A MINHA BOLSA NO SOFÁ quando cheguei, assustando Chanyeol que tocava alguma coisa no violão. Aquele garoto parecia um cachorrinho, se assustava por qualquer coisinha. E acabava me estressando mais ainda.
“Opa, alguém te mordeu?”, ele perguntou, deixando o violão de lado enquanto eu bebia um copo d'água.
“Não, mas teria sido muito melhor. Meu chefe do trabalho de meio período me obrigou a limpar todos os livros de centenas de prateleiras sozinha, acredita? Sozinha! E ainda disse que queria que eu fosse pegar um café para ele do outro lado da cidade!”
“Que babaca”, concordou. Levantei as sobrancelhas, impressionada por ele concordar comigo ao invés de implicar. “Pelo menos você faz o seu trabalho bem. Ontem eu quase matei um dos peixes do aquário. Mas foi totalmente sem querer.”
Chanyeol trabalhava em um daqueles aquários que prendem os animais marinhos e expõem eles como se fossem peças de roupa para os idiotas pagarem para ver. E, se não puderam perceber, eu era totalmente contra.
“Chanyeol, você quase mata todo mundo, toda hora. Não sei como ainda não escorregou no sabonete enquanto toma banho e pluft!”, eu havia tomado um calmante minutos atrás, mas, vendo não havia funcionado, peguei um dos meus potes com flores de camomila e comecei a preparar meu chá. “E eu ainda tenho que treinar uma receita hoje.”
“Ué. Se inscreveu no MasterChef e não me contou?”, ele saiu do sofá e parou ao meu lado. O cabelo estava todo bagunçado, como se ele estivesse chacoalhando a cabeça de propósito. Mas ele realmente não sabia arrumar. “Por que está me olhando igual a mamãe? Tipo, como se estivesse me julgando?”
“Porque eu estou”, levantei minha mão e comecei a arrumar o cabelo dele, explicando ao mesmo tempo: “Preciso treinar uma receita para o jantar que vou fazer para o Yixing. Ele vem aqui amanhã.”
“E vocês não podem ir a um restaurante, igual a todas as pessoas normais?”
“Ah, sei lá. Eu quero impressionar. Sou uma boa cozinheira, só quero tentar fazer algo mais chique.”
“Então, tá”, ele deu de ombros e eu me afastei. Poxa, eu sabia estilizar demais o cabelo de caras. Meu irmão sempre me pedia ajuda quando ia sair. Mesmo Chanyeol não me pedindo, eu gostava de arrumá-lo. “Quer ajuda? A gente aproveita e faz da sua receita nossa janta. Sinceramente, eu estou cansado de hambúrguer toda noite.”
“Pois é, continue comendo essas besteiras. Quando estiver com as veias entupidas e precisar ir ao Hospital, não me peça ajuda.”
“Ir ao hospital com você dirigindo? Prefiro não morrer em um acidente de trânsito, obrigado”, ele debochou e eu dei um tapinha em seu ombro. “E aí, o que vamos fazer?”
“Frango à parmegiana. Decidi testar um pouco a cozinha italiana.”
“Uh, la la… ah, não, isso é francês. Sorry, continue.”
