•9: O Diário•

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Apartamento de Newt - 19/08/1927
Naquela tarde.

Newt estava em seu quarto, um tanto absorto em seus pensamentos, olhou para sua escrivaninha, mas seus ainda estava pensando no que Leta havia lhe contado mais cedo no Três Vassouras, como poderia Dumbledore ter tantas informações sem ao menos sair de Hogwarts.

Passou os olhos por tudo que estava em cima da escrivaninha, anotações para seu livro, quase concluído, mas ainda sem nome — Newt sempre que se punha a pensar nisso, apenas uma ideia lhe vinha a mente, mas ele não tinha certeza se o chamaria assim mesmo — e a caixa de doces da padaria de Jacob que Tina lhe trouxera.

Decidiu abri-la para experimentar algo, como sua mãe sempre dizia; nada melhor que algo bom para adoçar a vida, sugiro os com chocolate.

Se aproximou do móvel e pegou a caixa, ela estava consideravelmente pesada, com uma faquinha a qual Newt usava para cortar pergaminhos pela sua falta de tesoura no apartamento, cortou a fitas que a amarravam e a abriu, pôde ter o vislumbre de maravilhosos pães e doces, seus formatos encantadores de animas, ao fundo, viu um pequeno envelope é um caderno preto com cantoneiras douradas um tanto descascadas, o que achou prudente ler antes de experimentar dos doces.

Pegou o envelope é cortou o cordão pardo que o fechava com cera.

"Caro Newt,

Como vai por aí? Já se decidiu sobre o nome do seu livro? Sem mais delongas, preciso dizer uma coisa, ou melhor, escrever.

O que acha de conversar? Falar pode fazer bem, mas não, não digo que é para você conversar comigo, converse com Tina, aposto que poder surgir bons assuntos, você escreve bem por cartas, mas as palavras te faltam em diálogos com outros seres humanos.

Me perdoe por ter feito isso, mas achei que devia saber, o diário foi algo que Tina escreveu ainda na escola, achei guardado numa caixa em seu quarto, não que você tenha algo a ver com isso, mas ela nunca revelou nada de seu passado para você, enquanto ela própria sabe muito sobre ti.

Queenie Goldstein"

Newt achou estranha a atitude de Queenie, pegou o diário — como ela havia dito ser — que estava junto e por alguns segundos ponderou se deveria mesmo lê-lo, afinal, se tratavam de coisas confidenciais sobre Tina que Queenie talvez não tivesse tomado consciência de que a irmã pudesse ficar brava com ela se viesse a descobrir que ela entregou a Newt, ou até magoada por ela ter revelado seus segredos a alguém que ela conheceu a pouco tempo.

Mas Queenie confiava em Newt, e Queenie sabe em quem pode confiar não é mesmo, afinal, não se pode mentir a Queenie Goldstein, então, ela sempre sabe quem você é, sabe seus medos, seus triunfos e muito mais do que você um dia revelaria a alguém.

Newt focou na frase em que Queenie dizia que Tina sabia muito sobre o passado de Newt e que ele não sabia nada sobre ela, teria Queenie contado a irmã algo que leu dele?

Decidiu por ler só um pedacinho dos segredos, afinal, se ela sabia sobre ele, se Queenie pudera contar a ela sobre ele, então, o própria tinha todo direito de ouvir o que Queenie tinha a lhe dizer, em outras palavras, tinha todo o direito de ler o que Queenie lhe mandara.

Não tinha?

Voltou sua atenção para o papel, e com um último suspiro iniciou a leitura do que nunca deveria ter chegado a sua mãos.

Abriu numa página aleatória — talvez nem tão aleatória assim, já que ali havia uma fitinha de cetim usada como marcador.

"11 de março de 1917.

Wanted | AFEOHWhere stories live. Discover now