•28: O Obscurus da Maleta•

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Apartamento das Goldstein - EUA
29/08/1927 - madrugada

Eram cerca de quatro horas ainda, mas o sono havia desaparecido por completo. Foi o motivo que levou a morena a levantar-se de sua cama, vestir um roupão por cima do pijama, na tentativa de rebater o frio que se apossava da estação americana e seguir para a sala.

Queenie dormia profundamente na cama ao lado. Newt estava na maleta, disse que dormiria lá, afinal, não queria que nenhuma das irmãs deixasse a sua cama para lhe ceder lugar mais uma vez.

A morena andou até a pequena cozinha, havia deixado a varinha no quarto e não pretendia voltar lá só para buscá-la para preparar uma simples caneca de chá.

Colocou uma chaleira com água para esquentar no fogo, enquanto observava o jornal que a coruja trouxera na tarde de dois dias atrás.

Pegou uma caneca, com um saquinho de chá e despejou a água por cima, andou até a sala, sentando-se no sofá. Pôs-se a encarar o papel de parede a sua frente, um abajur iluminava precariamente o cômodo.

Um clique foi ouvido, e ao canto, a maleta se abriu com delicadeza. O magizoologista saiu de lá sem aparentemente notar a presença da moça.

Fechou-a adequadamente e virou-se em direção a cozinha.

_ O que faz acordado?_ Tina perguntou levantando-se e tentando encará-lo, mas ele já havia desviado o olhar para um ponto aleatório.

Exibia um sorriso radiante jamais visto no rosto do homem.

_ Eu sei como ajudá-lo.

Ela acompanhou seu sorriso.

_ Ficou acordado até agora?

O ruivo apenas concordou com a cabeça. Ela voltou a sentar-se no sofá, ele sentou ao lado dela.

_ Como pretende fazer isso?_ Tina pega a caneca de chá ao lado e entrega a ele._ deve estar cansado.

_ Obrigado._ ele pega a caneca e depois de alguns goles começa a contar sua teoria de como ajudar Credence._ o Obscurus​ é um parasita que se instala no bruxo que reprime sua magia, ele se alimenta daquela força mágica acumulada. Se o bruxo aprender a canalizar sua magia da forma certa e a usá-la, ela não se reprime, então não há energia acumulada, se não há energia acumulada, o Obscurus não do que se "alimentar"_ ele fez aspas com os dedos na palavra._ então ele irá definhar e morrer, deixando Credence livre do Obscurus.

A moça o encarava, muda.

_ Hoje finalizamos o plano com Grindelwald, amanhã voltamos para Londres, repassamos a teoria para Dumbledore e então, todos nós, poderemos ajudar Credence._ ele conclui.

Ela sorri mais uma vez, não tinha palavras, não sabia o que dizer.

_ Você precisa descansar se quiser ter alguma chance contra Grindelwald._ disse por fim.

Ele passou o braço por ela, encostando por fim nas costas do sofá. Como se fosse um grande passa-tempo, ambos passaram a encarar o papel de parede a sua frente.

Minutos de silêncio se instalaram até serem quebrados pela moça.

_ O que acontece depois?_ ela questionou _ quando tudo acabar. Você voltará a sua vida de magizoologista em Londres, e eu volto a ser só mais uma auror do MACUSA?_ ela perguntou sem obter resposta do homem _ Quem sabe você não conheça alguém durante uma de suas viagens, vocês serão felizes. Quem sabe eu note alguém que eu nunca soube da existência._ ela prosseguiu _ ou quem sabe não, quem sabe nunca nos esqueceremos um do outro, mas nunca mais tenhamos uma oportunidade de voltarmos a nos ver.

Ele apenas apertou um abraço em torno dela, mantiveram silêncio, como se a resposta para as questões fosse algo tão óbvio ou tão imprevisível, que não fosse digna de receber palavras. Ou como um "só quando o fim chegar, saberemos a resposta".

O moço deixou um beijo rápido nos lábios dela, como algo costumeiro, e, em seguido deitou a cabeça em seu ombro.

Não demorou muito tempo para ambos pegarem no sono.

[...]

Finalmente o sol nascia, Queenie levantou-se e andou até o cabideiro, tirando dali seu costumeiro sobretudo rosa cintilante e vestindo-o. Saiu do quarto esfregando os olhos, parou no meio da sala encarando o magizoologista abraçado a sua irmã no sofá, os dois dormiam, ao lado, uma caneca vazia tombada.

A loira andou até a cozinha em silêncio e preparou um bule de café, pegou um pote com alguns biscoitos no armário e sentou-se à mesa com uma grande caneca em mãos.

Deixou-se demorar para tomar o café e comer os biscoitos. Ao terminar, levantou-se em direção a pia, não havia notado o pequeno caminho de chão amassado, com um tropeço, apoiou-se na bancada, a caneca não teve a mesma sorte, escorregou-lhe entre os dedos e se estilhaçou no chão com um barulho agudo.

_ Está tudo bem Queenie?_ Tina levantou-se do sofá esfregando os olhos com um mão enquanto apertava o roupão contra si com a outra.

A loira fez menção de que ia responder algo, mas tornou a ficar em silêncio por alguns segundos, antes de olhar no relógio e pegar a varinha sobre a mesa.

_ Já está tarde Teenie _ a loira começou balançando a varinha, enquanto a caneca se recompunha e voltava para suas mãos inteira._ a Srta Carneiro disse nos nos encontraria às oito horas.

A morena solta um suspiro antes de seguir com a irmã para o quarto enquanto o magizoologista voltava a maleta para se trocarem.

Alguns minutos, umas xícaras de café e alguns biscoitos depois, desceram pela escadaria da pensão, com o menor barulho possível, não queriam correr o risco de se atrasarem por causa das Sra Esposito.

De um beco não movimentado que havia poucas quadras dali, aparataram para a rua ao lado do grande prédio do Congresso.

O salão de entrada estava exatamente como Newt se lembrava.

_ É bom ser eu mesma._ comentou Tina a respeito do fato de que não precisava mais da poção polissuco, a menos que Grindelwald chamasse a Lestrange._ trouxe a maleta?

O magizoologista apertou a mão entorno da alça do objeto de couro confirmando com a cabeça a pergunta.

O salão estava repleto de bruxos, o mesmo elfo doméstico estava, como sempre, operando a velha geringonça de polir varinhas. Uma fila de bruxos se estendia ao seu lado esperando por sua vez.

No salão pentagrama, onde graves havia dito estar fechado para um reunião ultra secreta, era onde eles deviam encontrar os outros.

Ao chegarem lá, encontraram o restante da ordem que estava em Nova Iorque, Graves, Ana, Rita e Amélie.

Abrindo a maleta, a verdadeira Lestrange foi trazida do interior, estava aparentemente bem. Seus braços estavam algemados as suas costas.

_ Preciso que alguém da ordem permaneça aqui enquanto agimos, necessitamos de alguém que garanta que a Srta Lestrange não sairá das celas subterrâneas até voltarmos, e, ela ser deportada para Azkaban._ concluiu Graves.

_ Pode deixar que eu fico._ afirmou Val.

Sem questionamentos, ele seguiu a Lestrange junto de dois guardas para fora do salão.

_ Eu espero que estejam prontos._ começou Graves _ não é pelo fato de que já enfrentaram Grindelwald uma vez, que ele não será uma ameaça real para vocês. Pessoas podem morrer nisso, iremos nós, para evitar que mais inocentes corram o risco, mas caso percebam que sozinhos não darão conta, patronos serão nossos mensageiros para chamar reforços de aurores da MACUSA._ ele concluiu._ qualquer um de nós pode ser vítima, e desta vez, pode não ser só um truque._ ele encarou Porpentina ao citar a última frase.

O silêncio durou alguns segundos, antes de de Ana sacar a própria varinha.

_ Vamos._ ela disse aparatando dali. Foi logo seguida por todos os outros.

*****
Tudo bem com vocês? Espero que sim ;)
Até sábado, beijinhos ❤

Wanted | AFEOHWhere stories live. Discover now