•19: O dia com Leta em Nova Iorque•

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Nova Iorque
25/08/1927 - dois dias depois

Parecia ter se tornado rotina, que coisas ruins aconteciam.

Teria aquela manhã cinzenta, trazido notícias. Teria o Scamander cruzado o oceano. Teria a brisa trazido britânicos à América. Tudo por uma mísera fala, tudo por um mísero erro.

Desde que Newt se lembrava, Nova Iorque nunca havia sido tão cinzenta, nem mesmo, na semana que se seguiu aos acidentes ocorridos com os animais, nem com toda destruição elastrada.

O céu nublado lembrava ao dia em que tudo começara bem.

O ruivo estava sentado num pequeno banco de madeira, a cabeça baixa e os cabelos levemente dessarrumados caiam na testa, ao seu lado, a Lestrange se encontrava em silêncio.

_ Newt..._ ela o chamou fanzendo-o olha-la _ ninguém sobrevive à maldição da morte...

Ele à encarou um tanto confuso.

_ E você sabe disso..._ ela tornou a falar desviando o olhar dele e encarando as próprias mãos pousadas em seu próprio colo.

Ele olhou as lápides do cemitério, flores espalhadas por sobre elas, vasos e mudas, seria bonito se não fosse trágico.

_ Todos sabemos não é... Afinal, todos iremos partir um dia... Só não se espera ir tão cedo... Nunca se espera.

_ A morte é... A única certeza que temos na vida _ ela começa fixando os olhos na loira próxima à eles _ e também nossa maior dúvida... Quando e como ela será.

O homem soltou um suspiro e deu de ombros.

_ Vou sentir saudades..._ ele fala olhando a flor que havia entre seus dedos.

_ Eu seu que vai... Mas olhe _ ela começa se levantando e se pondo a frente do quase-ruivo _ existem... Sete bilhões de pessoas no mundo, não se prenda à uma que já não está mais entre nós... À uma que você mal conhecia.

Quennie estava ali próxima aos dois, mas sequer prestara atenção em um só palavra que ambos disseram. Ela se agarrava a Jacob num abraço interminável, com o rosto enterrado em seus braços, onde lágrimas lavavam os panos que o cobriam. Ele tentava acalmá-la de todas as mentiras possíveis, já lhe ofereça desde chá à café, biscoitos, mas nada havia feito a loira cessar as lágrimas, agora, tudo o que lhe ocorria era continuar abraçando-a enquanto acariciava os cachos loiros de seu cabelo e, por vezes, tentar alguma palavra de consolo.

Depois de alguns minutos de silêncio, ela finalmente levantou a cabeça para encara-lo.

_ O que acontece agora, Honey?

Ele se deteve nas palavras durante alguns segundos, antes de respondê-la.

_ A vida continua... Não é?_ ele perguntou com um tom de afirmação_ eu quero dizer... Não vai ser fácil, eu sei, mas... Não pode parar a sua vida quando algo assim acontece.

_ Mas Honey, o que eu devo fazer? Eu não sei..._ ela começa _ eu sempre cuidei das coisas, mas eu sempre sabia que aquilo era o certo para nós duas... Para ela... Como vou saber o que é melhor apenas para mim?

_ Você irá saber... Eu sei que irá _ ele começa tentando argumentar _ tente só... Continuar sendo você mesma, além do mais, estarei estarei com você, não estará sozinha, nunca esteve, sabe...

_ Talvez ela esteja feliz lá...

Lá, lá aonde? O que há lá? Há um lá?

_ Com o resto da família..._ a loira continua _ com mamãe e papai... Tia Leslie, Poppy... O tio Arnold.

Wanted | AFEOHWhere stories live. Discover now