003||Sister

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CHRIS SCHISTAD

Sexta-Feira, 10:46

Batucava meu lápis no caderno no ritmo de uma música qualquer, enquanto a professora de química explicava alguma fórmula que eu já estava cansado de saber.

Depois que eu sai do apartamento do William ontem, em vez de ir para escola tive que ir para o Galpão-VD4, depois de uma ligação do Jord. O carregamento finalmente tinha chego, mas os caras queriam cobrar mais caro. Isso nós não podíamos deixar acontecer.

O sinal bate e quando saio da sala encontro um Penetrator querendo saber se temos festas programadas para o final de semana. Respondo que hoje vai ter uma no apartamento do William. Ele me agradece e sai.

Vou para o banheiro do segundo andar que na troca da última aula é geralmente vazio.

E realmente estava, deixo minha mochila encostada na parede e tiro minha camiseta, olhando no espelhos as marcas de ontem. Tive o azar dele estar lá. Isso é novidade, todo esse tempo ele nunca tinha visitado o Galpão, pelo menos não esse. Fiquei puto por ter descontado toda a grande merda em mim. Mas isso não é uma coisa que eu consiga controlar, pelo menos não ainda. Filho da puta.

Passo os dedos pelas marcas e elas ardem, preciso fazer outro curativo. Ouço barulhos no corredor e coloco a camiseta de novo, pego minha mochila colocando ela no ombro e saio do banheiro.

Entro na sala e recebo um olhar feio da professora de geografia. Essa dai já quis me dar. Lhe mando um beijinho e sento na única cadeira vazia da sala.

A professora Ulde não para de falar sobre um tal trabalho que teremos que entregar na semana que vem. Como se eu tivesse tempo para fazer essas coisas. E a prova seria daqui três semanas, reviro os olhos irritado com essa aula que não acaba nunca.

O sinal indicando o final das aulas tinha acabado de tocar e eu estava descendo as escadas indo em direção ao meu armário.

Saindo do prédio vejo o William conversando com a Noora que provavelmente deve ser sua namorada agora. Logo ao lados deles vejo a Eva e seu grupinho, quando passo por ela não nego o contato visual e ela mesma não o faz. Sorrio com o momento.

Ela tem um cabelo tão bonito, às vezes parece loiro, mas depois parece ruivo. Ela tem uma beleza única, ela não é parecida com as outras meninas. Fisicamente, porque internamente são todas iguais. Disso eu tenho certeza. Oh gosh, fico puto comigo mesmo por gastar tanto tempo ultimamente pensando não nela, mas sobre ela. Isso não deve ter feito sentido, mas eu só sei que tenho que parar com isso.

Vou em direção ao meu carro e jogo a mochila no banco do passageiro e dirijo até a minha casa.

Ela está vazia, minha mãe provavelmente está em algum restaurante e minha irmã está na escola. Sigo em direção ao meu quarto, trocando o jeans por uma calça de moletom.

Decido ligar o som, que começa tocando uma música americana de rap. Começo a balbucia-lá enquanto ligo o X-box. Passo o resto da tarde jogando, apenas desço para pegar um sanduíche.

Já estava começando a ficar entediado sem ter nada para fazer, geralmente eu estou com os caras quando saio da escola. É estranho ficar em casa, mas acho que eles pensavam que eu não iria conseguir nem andar hoje. Rio sarcástico. Já passei por tanta coisa pior, alguns dedos martelados e ferro ardente na pele não vão me impedir de me mexer.

Dependency • Chris and EvaWhere stories live. Discover now