Dependency • Chris and Eva

021||Petter

EVA MOHN

Sábado, 23:27

Era a décima vez que eu bloqueava meu celular depois de ter visto que nenhuma mensagem nova fora me enviada.

Noora estava sentada ao meu lado conversando com seu namorado sobre alguma coisa relacionada a casas cor de rosa.

A festa rolava como qualquer outra que já fui, muita bebida, muita gente, muita droga. Eu não estava no clima at all.

Arrumo meu cabelo ridiculamente liso, pelo fato de ter ficado mais de quarenta minutos alisando ele, atrás da minha orelha.

Meu rosto que já é vermelho de nascença, hoje parece ter se intensificado.

Um nó no pé do meu estômago me incomoda desde o começo da noite.

Chris não respondeu nenhuma de minhas mensagens, não falei com ele o dia inteiro.

Confesso que depois que ele foi em casa nosso contado diminuiu e muito. Não transamos mais, estávamos na base de provocações.

Um fazendo piada com o outro.

Mas também não conversávamos mais, cortamos qualquer tipo de relação sentimental que tivemos. Era só uns beijos.

Que obviamente, significavam muito mais do que deveriam para mim.

Tenho que repassar na minha mente, múltiplas vezes a conversa que tivemos na minha casa.

"Não estou pronto."

"Estou perdida."

Tudo isso parece bullshit para mim agora. Tenho vontade de ir até a casa dele e falar que não precisamos de tempo.

Que eu tenho certeza absoluta de quem eu sou quando estamos juntos, que ele está pronto para um relacionamento.

Um relacionamento comigo.

Se eu faço tão bem para ele, quanto ele faz para mim. Nós estamos feitos.

Porém eu não posso fazer isso, nem é medo de me apaixonar. Até porque se fosse, seria tarde demais.

Agora, nesse exato momento nós não somos as melhores opções um para o outro.

Eu sei disso.

Ele sabe disso.

E nós não aceitamos outra coisa se não o melhor.

Não somos isso ainda, mas eu tenho certeza que algum dia seremos.

Um breve resumo da minha relação com o Christoffer é que não estamos juntos, mas sabemos que algum dia iremos estar.

E eu espero que esse dia esteja muito próximo.

Percebo que estou sorrindo quando acabo de pensar em nós dois. Estou tão fodida que dói.

E nem é literalmente.

Levanto do encosto da janela e sigo em direção a um quarto, é a casa do Olavo mesmo. Tenho certeza que ele não vai se importar.