036||Prision

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CHRIS SCHISTAD

Segunda-feira, 18:20

O olhar assustado da Eva se encontra com o meu, meu peito sobe e desce com a adrenalina ainda pulsando por todo meu corpo, engulo em seco tentando entender tudo o que acabou de acontecer nesses últimos segundos. Meus olhos não desgrudam dos dela e pela sua expressão eu atingi meu objetivo.

Olho para o corpo estirado no gramado a minha frente e nenhuma comoção é gerada pelo meu corpo, não sinto nada. Em todas a centenas de vezes que imaginei esse momento, em nenhuma eu ficava mudo, em algumas eu ria, em outras eu chorava, e tinha aquelas em que eu até não conseguia matá-lo. Mas agora eu não sinto nada, não consigo olhar diretamente pra o seu rosto porque está virado para o chão, seu sangue pegajoso está molhando toda a grama.


Não sei quanto tempo se passa até que um suspiro se esvai por entre meus lábios e com ele todo o peso do meu ato anterior vem à tona e o alívio que meu corpo se envolve eu posso dizer que foi a melhor sensação que já experimentei em toda minha vida. Não consigo conter um sorriso, por mais que eu ache que deveria. Meu corpo começa a formigar como se estivesse assimilando a informação e volto meus olhos para as dezenas de pessoas paradas a minha frente, tudo que elas falam soam como zumbidos no meu ouvido.

Pelo canto de olho sou capaz de ver os fios loiros da minha mãe se aproximando, correndo na minha direção e um monte de policiais vindo atrás dela, mas Dona Aimee é mais rápida e me enlaça em um abraço regado a lágrimas antes que a peguem, saio do estado catatônico no mesmo segundo a abraçando de volta. É fácil notar o alívio em seu choro, mas também a preocupação, ela não sabia de nada disso e também não sabe do que irá acontecer. Espero que ela consiga me perdoar, mas finalmente consegui nos livrar do inferno, agora somos livres, bom, pelo menos minha mãe está livre e isso mais do que basta para mim.

Seu olhar preocupado examina meu rosto antes de o encher de beijos, ergo meu braço sem a arma e limpo suas lágrimas, eu já estava tão cansado de vê-las constantemente. Com a mão em sua cabeça ela volta a me abraçar e eu fecho os olhos gravando na minha mente aquele momento.

Seus olhos voltam para os meus e com a voz falhada ela sente a necessidade de confirmar: "Acabou tudo?"

Eu apenas concordo com a cabeça e com as lágrima ainda escorrendo de meus olhos e depósito um beijo demorado no topo de sua cabeça. O tempo passa e todo mundo já saiu de dentro da casa, os comparsas de Krower passam de um a um algemados indo em direção a viatura, pelo menos aqueles que sobraram, eles não me direcionam os mais doces dos olhares e eu faço o meu melhor para não rir na cara deles.

Devagar minha mãe consegue me soltar e assim que ela o faz vamos caminhando pelo meio do pessoal que estão trabalhado recolhendo evidências, transportando os recém presidiários e ainda aqueles que tentam dar uma arrumada geral na casa, coisa que me parece inútil, a casa da Eva está do telhado ao chão coberta de tiros, janelas e paredes quebradas. A CIA terá que se preocupar em reforma-la ou apenas comprar uma nova, a ultima opção me parece mais fácil. Eu e minha mãe avistamos Eva e seu pai, esse esta conversando com outro homem, assim que nos vê, Eva sai correndo em minha direção pulando no meu colo. Ela também está chorando.

Credo parece que as mulheres da minha vida não estão acostumadas comigo matando grandes chefes de organizações criminosas?!

Sorrio e beijo sua bochecha quando suas pernas se cruzam ao redor da minha cintura, só Deus sabe o quanto vou sentir falta dessa menina.

"Eu te amo tanto, tanto, tanto, tanto..." Ela falava entre ás lágrimas.

"Você está bem Chris?" Ela perguntava acariciando meu rosto. "Está ferido? Precisa de um médico?" Eu não conseguia conter minhas lágrimas de alegria de tê-la novamente e a salvo perto de mim.

Dependency • Chris and EvaWhere stories live. Discover now