005||Business

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CHRIS SCHISTAD

Segunda-Feira, 07:09

O filho da puta quer me ver hoje, rio de raiva. O que vai fazer agora? Me dar uma carga maior?

Por que o desgraçado não me mata de uma vez e acaba logo isso? Qualquer laço que ele tenha com a minha família irá acabar.

Mas se eu morrer quem vai sobrar para ele torturar apenas por prazer? Ninguém. Está aí a resposta para minha pergunta.

Sou o bom "funcionário", se é que podemos me chamar disso, ele não tem prejuízos comigo, pelo contrario aliás. Sou um dos melhores, e ele sabe disso. Me tirar do jogo não vai ajudá-lo em nada.

Meus pensamentos fazem eu me sentir mais desconfortável dentro desse carro. Ele não vai me matar, eu vou ver minha pequena crescer, vou estar ao lado da minha mãe. Eu tenho certeza disso.

Olho pela janela e pela enorme quantidade de cerejeiras já sei para onde estamos indo, o carro faz as curvas que eu já estava familiarizado. Direita, direita, esquerda, anda reto dois quilômetros e entra na primeira entrada a esquerda depois do lago. Ouço esses comandos desde criança, já está gravado no meu cérebro a tempos. Isso e outras coisas que só de lembrar os pelos da minha nuca se arrepiam e eu sinto enjoo.

Meu olho é vendado novamente pelo motorista que estacionou o carro no acostamento da estrada. Pelo menos não vai ser ele que vai me matar. Seguro minhas mãos que estão tremendo de vontade de apertar o pescoço do cara.

O carro volta a rodar e eu encosto minha cabeça no banco respirando fundo. Não aguento mais isso.

Nesse momento estou sentado em alguma cadeira bamba, a venda ainda está no meu rosto e tenho certeza que tem pelo menos três pessoas na sala comigo.

Escuto a porta ser aberta brutalmente e concluo que ele chegou. Passos firmes ecoam pelo que eu imagino ser uma sala, ele chega perto de mim e tira minha venda.

Que saudade estava de ver esse merda. Um sorriso irônico de forma no seu rosto, ele arqueia uma sobrancelha e se prepara para abrir a porra da sua boca.

"É um prazer tê-lo conosco hoje Christoffer." Um dos seus caras tranca a porta de ferro e coloca a mão em sua arma. Eles realmente pensam que me assustam. Vão precisar se esforçar mais.

Olho para o cara a minha frente que ainda tem o estupido sorrisinho no rosto. "Imagina. É sempre bom passar um tempo com os amigos." Devolvo o sorriso.

"Acho que sabe o porque te convidei para vir aqui hoje, não?" Ele vira a cabeça de lado, finalmente parando de andar e cruzando os braços. "O seu trabalho está uma completa merda." Diz frio tentando me atingir. Nossa Krower não me magoe tanto. Eu imploro.

Sustendo seu olhar e arqueio minha sobrancelha. "Sério?. Wolf costuma me elogiar." Finjo indignação. "Acho que você está sendo mal agradecido com seu melhor negociador." Ninguém na sala ousa dizer alguma coisa. Até porque, se ousarem Krower irá atirar no meio de suas cabeças. Umas das milhares de coisas que ele não admite é ser interrompido. Somos dois então.

"Você é mais ingênuo do que eu pensava se acha que tem grande valor para nós." Coça seu queixo passando as mãos pelo pescoço. Está cansado. Parece que ser um dos chefes da organização tem seus altos e baixos.

"Não tente me enganar Krower, sou o melhor no que faço e você sabe disso." Devolvo. "Mas pare de desperdiçar meu tempo. Fale logo que porra você quer!" Levanto minha voz fazendo o homem de terno soltar um olhar surpreso e rir com ironia. Isso me irrita ainda mais e ele sabe.

"E você vai fazer o que Christoffer?. Foder alguma garota que não consegue ficar com as pernas fechadas? Beber até não conseguir mais lembrar se sobrenome?" Força ainda mais seu riso. "Não finja que tem alguma coisa para fazer, porque você não passa de um adolescente de merda." Quase eleva seu tom de voz. Quase. Ainda mantém a compostura. Nenhum fio de cabelo fora do lugar. Krower gosta de fingir que tem alguma elegância.

Continuo quieto.

"Mas eu vou agilizar. Tenho coisas para fazer." Alisa sua gravata, continuo olhando com desdém para o personagem montado a minha frente. "Lembra do nosso acordo que quando você fizesse vinte e seis anos, seu tempo com a gente teria sido comprido?" Já sei onde isso vai chegar. Percebe que não vou falar nada e continua. "Está cancelado, como você já deve ter percebido as pessoas gostam dessa sua carinha." Passa as mãos pelo meu rosto e me recuso a esquivar, ele não vai me machucar. Não hoje. Tem coisas mais importantes para fazer.

"... E carinha bonita vende." Termina sua explicação no mesmo tempo que tira a mão do meu rosto.

Só sendo muito idiota para acreditar que ele iria mesmo me deixar sair. Cedo ou tarde ele acharia um modo de me fazer ficar. Nunca abriria mão do maldito controle que tem sobre mim. E eu sempre tive noção sobre isso.

"Posso me retirar agora?" Me refiro às minhas mãos e pernas amarradas a cadeira.

Krower não se impressiona com minha indiferença e com um gesto de cabeça faz o cara ao meu lado começar a desfazer os nós.

"Bons laços dude." Dou tapinhas em suas costas e o mesmo fecha a cara pegando em meus pulsos. "Nossa, posso nem elogiar mais." Digo ofendido e o cara me solta.

"Um grande beijos a todos." Começo a caminhar em direção à porta que já foi destrancada pelo outro capanga. Ninguém diz nada.

Quando finalmente estou sendo escoltado pelo corredor, Krower aparece atrás de mim e me chama.

"E Christoffer..." Olho já cansado de ouvir a voz desse filho da puta.

"Se não cooperar, sua linda irmãzinha não vai ter uma vida muito feliz." Sorri. "Acho que não vai ter nem uma vida né?" Pergunta irônico.

Aceno com a cabeça. Não vou deixar meu ódio transparecer, não vou deixar ele ter esse gostinho. Engulo a vontade de estrangular o homem a minha frente e viro em meus tornozelos.

"Não me decepcione." Ele diz e consigo pensar em uma resposta que irá irrita-lo. O fato que ele odeia tanto quanto eu.

"Eu não vou Papai!" Faço um tchauzinho e mando um dedo do meio para o cara que eu mais odeio na vida. Me retirando desse lugar.




Gente me perdoa por só postar hoje, mas eu estou com muito trabalho para fazer e minhota prova para estudar. Não aguento mais. Socorro!!!
Me falem se gostaram do capítulo de hoje!!!

Beijinhos,
L

Dependency • Chris and EvaOnde histórias criam vida. Descubra agora