032||Trigger

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EVA MOHN

Sábado, 22:35

   Sentada na sacada do apartamento de um menino provavelmente chamado Drew, pelo menos é isso que os porta-retratos personalizados indicavam. Tombo minha cabeça para o lado enquanto começo a reparar nas pessoas sentadas perto de mim, não sei realmente o que estou fazendo aqui e muito menos sei do que estão falando, mas a menina de cabelo colorido sentada na espreguiçadeira de frente pra minha se anima quando o Olavo - sim, eu confirmei. O menino se chama Olavo. - cita um filme de que nunca ouvi falar. Levo o copo preto a boca, movimento que venho repetindo a tarde inteira.

Quando paro para pensar no que aconteceu comigo, tenho vontade de rir. Rir por já ter desconfiado das coisas, mas ele falava uma palavra e logo essas desconfianças evaporavam junto com seus beijos demorados no meu pescoço. Mas eu acho que o Christoffer pensa que eu sou uma idiota, sei lá, ele deve pensar que eu não tenho a habilidade de raciocinar né.

Ele realmente acha que eu acreditei em toda aquela merda que ele me disse?

Quando a bebida parou de fazer efeito, que foi mais ou menos quando o pessoal que foi me buscar parou em um mercadinho do posto de gasolina para comprar mais gelo e um pacotinho de docinhos de gelatina pra mim, e meu coração não chorava mais alto que meus pensamentos, finalmente eu comecei raciocinar como uma adolescente normal de dezessete anos, lembrei que Christoffer não é um dos melhores atores, ele não teria a capacidade de mentir pra mim durante esses seis meses.

Algo está acontecendo? Sim, definitivamente.

Eu vou ajudá-lo? Não, claro que não.

Apesar de eu achar que ele estava mentindo, não tenho como ter certeza e nem tenho a capacidade de discernir o que é verdade e o que é mentira. O que eu tenho certeza é: ele está metido com uma coisa bem mais pesada do que eu imaginei, e sim, ele já matou algumas pessoas. Ele não é quem eu pensava, com certeza, mas ele também não é esse monstro que ele está pintando.

Mas só pelo "pequeno" fato dele já ter tirado a vida de não só uma, mas de algumas pessoas. Ele não é uma pessoa boa, ele não é uma pessoa que eu quero ter por perto. E apesar dos meus sentimentos por esse menino, não vou mexer um dedo, não vou fazer uma nada para ajudá-lo, mas também não vou entregá-lo.

Ele que se foda sozinho.

Não vai ser hoje que um menino vai me derrubar igual o Jonas me derrubou. Eu não sou mais a porra de uma menininha que depende de algo, que depende de homem para se manter de pé. Só preciso controlar minhas merdas e vai dar tudo certo, a vida anda. Eu só preciso de mim.

E especialmente hoje, eu preciso me divertir.

Com um sorriso travesso no rosto e levando o copo a boca, levanto do lugar onde estou sentada e ninguém nem se incomoda. Com passos firmes entro novamente dentro do apartamento e meu sorriso se abre ainda mais a vislumbrar todos dançando na sala e as outras pessoas andando ou se pagando em algum lugar. Corro os olhos pelo cômodo e sou capaz de ver um casal se beijando sentados na escada, atrapalhado o fluxo de pessoas que queriam utilizá-la. Mas eles não se importavam.

Volto a andar e deixo meu copo em cima da bancada do bar e como se estivesse envolta de uma bolha de luxúria, que gosto de culpar a bebida, ando em direção a escada. A menina está sentada no colo do menino com as penas abertas e os movimentos que ela fazia eram dignos de filmes adultos. As mãos do menino se revezam em levantar o vestido dela para pegar em sua bunda e pressionar sua cintura para que o atrito entre eles seja maior. Sorrio travessa.

Eu quero isso.

Coloco a mão no ombro da menina de cabelo loiro comprido e a puxo delicadamente mas também com um pouco de urgência. Separo o beijo deles e a menina me olha confusa e frustada assim como o menino também loiro, céus eles parecem irmão.

Dependency • Chris and EvaWhere stories live. Discover now