29: Só diga sim, sim, sim

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"Um casamento sem barraco não seria um casamento de verdade. Ainda mais o casamento da matriarca Espíndola. Vamos lá, cara, esse casamento pedia por um barraco daqueles. ── Bruna."

Eu realmente não consigo acreditar que isso finalmente aconteceu.

A voz de Rafael não passou de um sussurro já que meus lábios ainda estavam colados nos dele. E eu sorri contra eles quando entendi do que ele estava falando. Sorri verdadeiramente e me afastei um pouco, apenas para contemplar um sorriso lindo nos seus lábios e seu rosto de tão perto. Apenas para voltar a beijar Rafael no segundo seguinte e sentir todas aquelas sensações dançando no meu corpo.

Ele me puxou para ele novamente, me apertando e reivindicando tudo que nos foi negado durante tanto tempo. E eu entreguei tudo para ele, sem nem ao menos pensar. Deixei que cada sensação que dançava no meu peito fosse repassada para Rafael durante aquele beijo e durante todos os outros que vieram a acontecer.

Poderia jurar que apenas minutos haviam passado, mas quando percebi, já era noite. Ótimo, além de me fazer perder o senso de direção, Rafael agora também me fazia perder a noção do tempo.

─ A gente precisa realmente voltar agora. ─ dei mais um beijo nele antes de me afastar. ─ Já anoiteceu.

Ele levou alguns segundos até parecer entender e então olhou meio que assustado ao nosso redor, apenas se dando conta de que a noite realmente já havia caído naquele momento. Bom, pelo menos eu não era a única perdida.

─ Acho que a gente perdeu a noção do tempo.

Rafael e eu voltamos para casa de mãos dadas em meio de risadas, conversas leves e beijos sendo roubados. Eu nunca imaginei que momentos como esse fossem acontecer justamente aqui, na fazenda. Quando minha avó dizia que esse pedaço de terra era realmente mágico ela, pelo visto, estava sendo o mais verdadeira possível.

─ Tudo bem, eu realmente preciso entrar agora.

Tive que rir da expressão desolada de Rafael. Ele estava tratando daquele breve boa noite como se uma despedida oficial.

─ Um último beijo? ─ ele pediu. ─ Por favor, esse vai ser o nosso primeiro beijo de boa noite e o último de hoje.

Tudo bem, mais alguns minutinhos não iriam fazer diferença nas minhas horas de sono. Mas é claro que aquele não foi o nosso último beijo da noite, mas foi sim, o primeiro de boa noite depois de algum tempo.

[...]

Acordar cedo em um domingo não era algo fácil. Ainda mais se você passa boa parte da madrugada trocando beijos as escondidas com alguém. Só de lembrar sobre o dia anterior... Ai, ai, se controla, Maria Luísa.

Nesse momento, por mais vividas as sensações estejam no meu corpo, preciso focar no casamento. Focar no casamento e não nas sensações. Foco, Malu, você precisa de foco e disciplina.

Percebia as pessoas se movimentando dentro de casa e fora da fazenda, ajustando os últimos detalhes do casamento e coisas do tipo. As gêmeas gritando a cada cinco minutos também eram notadas pelo meu cérebro, assim como eu sabia que Marco deveria estar quase entrando em parafuso em algum quarto.

Tudo isso porque o casamento era no fim daquela tarde.

Acho que todo mundo estava entrando em parafuso, preciso confessar que até eu estava. Minha mãe saiu super cedo de casa e deixou que Felipe e eu cuidássemos da organização das coisas que faltavam; Isso incluía também receber os convidados e brigar com alguém que fizesse algo de errado vulgo Thomas que queria dormir até o meio dia naquele dia. Clara tinha saído com ela, não dava nem para cogitar a hipótese de pedir ajuda a Marco e logo isso significa: não temos nenhum adulto para ajudar com qualquer coisa.

5inco | ✓Where stories live. Discover now