Não se preocupe criança, veja, o céu tem um plano pra você.
(Don't You Worry Child - Swedish House Mafia)
Sebastian

Me chamem de louco, de desmiolado, do que vocês quiserem, mas se eu não beijasse ela agora, tão linda dançando, não dormiria em paz nunca mais. De um jeito bem Marianne, ela aproveitou o beijo, se afastou, me deu um tapa no rosto e sumiu. Com o rosto ardendo e um sorriso confuso, fui para o bar.

—Você sabe, Sebastian,   — o barman, o mesmo cara há mais de dez anos, falou  — se eu fosse ela nem olharia na sua cara. O que você fez, filho, foi muito errado. Há muita razão para essa mão estar estampando sua cara.

—Eu tentei fazer o certo, de maneira errada.

  —Você tá falando do passado ou de agora?   — vendo minha careta, ele continuou  — Você vai se casar. Ninguém quer ser a outra. Pode até ser justo para você e pra sua noiva, mas pra Marianne não é. Toma cuidado com ela, a garota já mostrou que não é um brinquedinho pra você só mastigar quando quer. Nenhuma garota é, vocês garotos é que não percebem isso.

—Não estou mastigando ela.

—Como um maldito chiclete saboroso, está sim. Você cospe quando não quer mais, e pega outro da caixa quando sente falta do sabor. Ela jogou a caixa fora quando você a abandonou, e agora você está usando os que tem nos bolsos. Quantos restam, garoto?

—Para com isso.

  —Não paro não. Você que tem que parar de brincar com o coração da moça, porquê quando ela o fechar pra você, não será ela quem sofrerá. Olhe lá, estou dizendo.

Me virei para ver o que ele viu, e um frio de ódio soprou meu corpo quando vi ela e o Bryan Filho da Mãe Johnson dançando juntos. O Johnson é um idiota que foi meu rival na escola, e adora furar o olho dos jogadores da liga, cujo ele também faz parte. Já o peguei com a Indiana duas vezes, mas o que senti ao vê-lo com minha noiva nem se compara à queimação que se apossou do meu corpo com essa imagem dele segurando a cintura da Mary-Ann e a beijando.

—Garoto, você tem que se resolver com ela, ou vai quebrar muito mais do que meus copos.  — apontou os cacos do que estava na minha mão. Por sorte não me machuquei.

—Mande a conta do copo para o Kansas, estou indo embora.

  —Filho, você não pode dirigir bravo desse jeito. Principalmente na interestadual.

O ignorei. Passei em casa para pegar minha mochila e entrei no carro, remoendo a imagem que não saía da minha cabeça. Quando alcancei todas as milhas possíveis de distância dela, na minha casa, liguei para a Indiana e a chamei pra vir aqui. Ao contrário do que todo mundo pensa, eu e ela somos bons amigos, nem um casal apaixonado e nem duas pessoas que se odeiam. Ela chegou em dez minutos.

—Que diabos aconteceu pra você me ligar à uma da manhã querendo colo?

  —A Marianne.

  —A da sua escola?

  —Você conhece outra Marianne?

  —Não precisa ser grosso, grandão. Você a encontrou? Onde esteve?

  —Lincoln, visitando minha família. Eu só a vi algumas vezes, e tudo voltou à tona. Ela é enfermeira, e fica tão bonitinha naquele uniforme verde.

—Tenho certeza que a cor do uniforme dela não tem nada a ver com suas lágrimas.

—Eu fui para uma balada, ela estava lá. Ela nunca sai, nunca, e teve que sair no único dia que eu também fui. Ela beijou o Bryan Johnson.

Amor Interceptado - Série Endzone - Livro 2Onde as histórias ganham vida. Descobre agora