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Sebastian

Quando os treinos começaram pra valer, fiquei preocupado se a Marianne precisaria de mim. Ela estava trabalhando no hospital universitário, conseguiu a transferência, e, como trabalhou no universitário de Lincoln, foi fácil vir pra cá. Saí da academia no treino de hoje, e encontrei um colega do time.

—Ouvi dizer que você se casou e não me chamou.

—Não chamei ninguém de fora da minha família. Quem sabe eu não faça uma cerimônia só pra vocês depois?

—Também ouvi que ela está grávida, mas que eu me lembre a Indiana não pode ter filhos. Ou você engravidou outra e ela vai assumir o bebê?

—A Indiana não é minha esposa. Casei com a minha amiga, e a Indiana foi embora com o namorado dela, aquele engravatado de Nova York.

—Você tá falando sério, Moore? Você deixou um avião daqueles voar para Nova York?

—Minha esposa também é linda. — sorri. — E eu amo ela.

—Quem é a milagreira? Ei time! O Moore disse que ama alguém!

Todos pararam o que estavam fazendo.

—Tem certeza que não é sobre a irmã dele? — um gritou da esteira.

—É sobre a mulher dele, não é a Indiana, ele largou ela!

Eu tinha que explicar antes que as perguntas começassem.

Ela me largou, o casamento era conveniência para a família dela, só ela podia fazer isso. Continua sendo minha amiga. Minha esposa é minha melhor amiga, desde a época da escola, e também é alguém que sempre amei. Ela está grávida, e já adiantamos o casamento para que eu possa cuidar direito dela durante a gravidez, sem as preocupações da cerimônia. Reciclamos o que tinha lá e fizemos o nosso momento.

Ri ao lembrar da tentativa frustrada da Britt de borrar o "I" dos chinelos e transformá-lo em um M. A Marianne mesmo saiu da festa calçando um par, e disse que chinelos eram todos iguais e pra usar nos pés, a estampa não faz diferença.

—Achei ela no Facebook! — o punter anunciou, e todos amontoaram em cima dele. — Marianne Derren, enfermeira-ortopedista e casada com, opa, David Russel? É Sebastian, o Russel te superou nessa.

O Russel é meu amigo, e por ele ter parado de jogar há uns anos, usam o cara para toda situação que queiram irritar os outros.

—Bem, ele pode ter se casado com ela, mas é meu sobrenome que ela tem, e é na minha cama que ela dorme. Ele que lide com isso.

—Eu nunca vi olhos tão azuis. Se o filho de vocês nascer com olhos escuros, processem o gene que fez isso. Meu Deus, como ela é gata. Espera aí, eu já vi essa belezinha.

—Ela é enfermeira, eu disse.

—Não, não foi em um hospital. Foi em uma festa. A última do Richardson. Cara, se ele não estivesse tão em cima dela, eu teria me amarrado demais nela. Mas ele a queria, e ninguém toca na mulher do outro.

Ouvir que o Anthony se interessou pela Marianne na festa da droga me deu náuseas.

—Você chegou antes ou depois dele?

—Antes. Middle-school. Uns seis anos antes, faz muito tempo que conheço ela.

—Faz doze anos, então? Uau, é difícil histórias de amor que vem da infância chegarem na adolescência, quem dirá na fase adulta. Você ama ela demais, né?

—Eu daria minha vida pela dela, e faço qualquer coisa que vá fazê-la feliz. Amar é pouco. E ela aceitou carregar o nosso filho, eu já o amo demais também.

Amor Interceptado - Série Endzone - Livro 2Where stories live. Discover now