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Marianne

—Eu senti! Foi um chute, né? — meu marido gritou por volta das seis da manhã.

Não muito depois de termos ido dormir, o bebê acordou e eu acordei o Sebastian pra sentir, já que ele queria sentir o segundo chute.

—Foi.

—Eu vi o Zack recebendo o primeiro chute, nunca odiei tanto alguém que eu gosto.

—Você estava longe demais. — respondi triste.

Ele esfregou o peito nu nas minhas costas.

—Estou perto o suficiente agora?

—Está perfeito.

—Ele gosta de se mexer, hein? Ei campeão, é hora de dormir.

—E se for uma menina?

—Você já pode fazer o exame para descobrir? — a esperança era clara na voz dele.

Comprimi os lábios.

—Não vou fazer o exame.

—Como assim? Como vamos organizar as coisas? Como vamos saber qual nome dar? E se ele sumir logo depois de nascer, o que vamos dizer pra polícia?

A última sentença me fez rir, e a carranca dele se aprofundou.

—Primeiro, podemos muito bem fazer um quarto unissex e não precisamos estar com tudo preparado até o dia do nascimento, e não, ele não vai ser sequestrado porquê tenho certeza que você estará em cima dele o tempo todo. Na hora que ele nascer a gente escolhe como o chamaremos, ter um nome já cria toda uma expectativa e como enfermeira devo dizer que as expectativas causam as piores quedas.

—É só um nome, Mary-Ann...

—Ele pode não nascer. — completei.

Ele grunhiu.

—Temos mesmo que ver esse lado ruim agora? Você é saudável, eu também, portanto as maiores chances são dele nascer com saúde. Se você não quer saber o sexo tudo bem, mas não diga que o bebê vai morrer. Ele não vai. Confio no meu instinto paterno, e ele está me dizendo que o bebê vai nascer ok. Temos coisas mais importantes pra discutir, como por exemplo: onde vamos morar?

—No Nebraska.

O espertinho arqueou a sobrancelha.

—Eu trabalho no Missouri.

—Ah, droga. É mesmo. Mas é só por seis meses!

—Docinho, teremos um bebê. Ficar levando as coisas pra lá e pra cá será estressante.

—Eu trabalho no Nebraska. — respondi baixinho, tendo certeza que já perdi essa luta.

—Vamos procurar algo pra você em Kansas City, se esse é o problema. — beijou meu ombro — Só precisarei adaptar algumas coisas em casa para ele, não é muito seguro para uma criança. Outra coisa, obstetra. Você tem um?

—Tudo bem, o Kansas não me parece ruim, é um estado interessante. Tenho o do hospital.

—Peça a ele a recomendação de um no Kansas. Por último, o que você não pode ingerir?

—Álcool, leite não pasteurizado e carnes cruas. Sushi, por exemplo.

—Ok. Isso é mais fácil do que pensei. Você não tem que ficar deitada como uma boneca de porcelana o dia todo, né?

—Não, grandão, eu não tenho. Isso acontece em gravidezes de risco, e eu não estou nessa.

—Se não está, por quê fica supondo o pior?

Amor Interceptado - Série Endzone - Livro 2Where stories live. Discover now