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A música não tem muito a ver com o capítulo, eu sei, mas esse é o meu modo de homenagear o Chester, cantor do Linkin Park, que virou um anjo do céu hoje mais cedo. Meu coração está despedaçado e as lágrimas surgem a todo momento, descanse em paz Chester!

Eu nunca fui perfeito,
Mas nem você foi.
(Leave Out All The Rest - Linkin Park)
Sebastian

Saí pra comprar o chocolate da Marianne, que me azucrinou até eu estar fora de casa. Parecia até que estava grávida de novo, mas eu sabia que não. A fila do caixa do supermercado estava enorme, e tudo que eu menos queria era tirar fotos com fãs, estava moído de cansaço e de pé aqui só porquê os olhos azuis pidões da minha mulher me fazem cometer qualquer loucura. Vi uma revista sobre viagens aberta e largada sobre um monte de salgadinhos, e peguei ela pra me distrair e enfiar a cara pra não ser reconhecido.

Não me levem a mal, adoro meus fãs, só tem dias que não tenho cabeça pra sorrir em um monte de fotos e assinar papéis, pôsteres, ou até mesmo peitos. Hoje era um desses dias. Li algumas frases picadas, até que uma me chamou atenção.

"Se você quer um lugar eclético para lua de mel, a República Dominicana é o lugar certo. De esportes radicais à jantares românticos, essa ilha oferece de tudo."

Nunca pensei em ter uma lua de mel. Meu pensamento no casamento com a Indiana era cumprir o contrato, cair fora e usufruir de toda a geladeira só pra mim novamente. Sei que a Marianne adorou a fazenda, mas acho que a magia da viagem é não usar o quarto da noite de núpcias em todas as noites na semana após o casamento. Levei a revista com as compras, e li um pouco dela sentado no carro, estacionado no prédio.

"O país possui várias praias paradisíacas." A Marianne gosta de praia? Não vou saber se não perguntar. Entrei em casa, e o pandemônio tinha acontecido lá. Todo mundo estava na sala, assistindo um filme, e havia pipoca pra todo lado, parecia que tentaram esquentar o milho no ventilador. Minha casinha arrumada... Desliguei a televisão, e eles abriram a boca pra reclamar.

—Não quero ouvir um "a" de reclamação. Quando saí daqui estava tudo no lugar, agora parece que teve uma guerra de pipoca na sala. Alguém quer me contar o que aconteceu?

—A Marianne tentou fazer pipoca, mas algum acidente aconteceu, já que ela correu pro banheiro pouco depois de chover milho revirado por aí. — a mamãe contou — Vou limpar a bagunça.

—Não, não precisa. Continuem, hm, assistindo.

Corri pra porta do banheiro, preocupado.

—Mary-Ann? Você está bem?

—Vai embora. — ela resmungou, a voz embargada.

—É minha casa também, se eu for embora terei que fazer companhia àquele senhor da esquina, e ele não parece querer dividir o colchão com um cara de dois metros. — brinquei, mas o que ouvi foram fungadas. — Você está ferida?

—Não muito. Quero ficar sozinha.

—Abre a porta, me deixa ver você, e te deixo aí pelo tempo que for.

Ela abriu, colocou os olhos no espacinho, e ia fechar, mas segurei a porta. Tinha um corte sangrando na cabeça dela, e, pelo kit de primeiros socorros na pia, estava tentando fazer parar. Entrei, querendo ver se era só esse corte, e ela não me expulsou.

—O Zack estava certo. — chorou — Só sirvo pra dormir e trabalhar, quando não estrago a comida, estrago a cozinha. — e então grunhiu.

—Ele disse isso? — de repente, eu queria muito enfiar todas as pipocas da sala na boca dele. O que salvou ele foram os cuidados que o corte dela precisava.

Amor Interceptado - Série Endzone - Livro 2Where stories live. Discover now