Dark(Jungkook - BTS)(PortugueseVersion)

Capítulo 15

Comparado com o Inferno, o Paraíso era, bem, o Paraíso.

Não me interprete mal, o Inferno era legal de uma maneira mística, assustadora, mas o meu lado positivo, ser meio anjo me fazia sentir mais em casa no Paraíso. Era literalmente uma cidade nas nuvens, e edifícios de mármore polido subiam de mechas brancas. O céu era a cor mais brilhante de azul pastel possível, e ouro decorava a cidade branca.

Mas apesar da encantadora beleza da cidade, eu não podia aproveitar o lindo cenário da terra do meu pai. Porquê? Eu estava sentada num tribunal celestial como testemunha do julgamento de Jungkook.

"Okay, mas admite ou não que foi sequestrada e arrastada para o Inferno por Jungkook contra a sua vontade?"
O advogado mandou, as suas íris azuis ardiam nas minhas com forte determinação. Eu engoli fortemente, a minha mente pensava em várias mentiras, mesmo que eu não pudesse dizer nenhuma. Eu não podia mentir; eu tinha jurado que não podia. Mais, eu suspeitava que eles tivesses feito algum voodoo angélico para que eu não pudesse mentir.

Eu olhei para Jungkook, que estava sentado ao lado do seu advogado angélico. Os seus olhos não ofereciam emoção, eu senti uma extrema culpa. Sentia que o tinha arrastado até isto tudo, e eu odiava isso.

"Eu... Eu fui contra a minha vontade primeiro," eu começei devagar, "mas-"

"Aqui tem!" o advogado cuspe, olhando para o juiz. "Ela admite."

"Mas eu-"

"Jungkook do Inferno, é culpado do sequestro do anjo Scarlet Choi," o juiz fala sem expressão, derrubando o martelo meio corajoso. Os meus olhos abatiam enquanto os guardas arrastavam Jungkook para fora do tribunal. Enquanto eu era conduzida para a sala de espera, a minha cabeça girava em confusão e fúria. Eu fiquei perplexa.

"Isto... Isto não é como tribunais funcionam!" Protestei. "Isto nem era suposto acontecer!"

Eu já tinha assistido shows criminais suficientes para saber isso, e o pensamento de que talvez tribunais celestiais funcionavam de maneira diferente não me ocorria porque todo o resto era idêntico. O quarto, o martelo, as bancadas- era tudo igual.

"Olha, Scarlet, tens de relaxar," a advogada de Jungkook disse, se aproximando de mim. Ela pôs a mão firme no meu ombro e eu me senti de repente muito melhor, como um amanhecer líquido fosse injectado nas minhas veias. Habilidades angélicas que eu não tinha herdado? Querias.

"Isto não está certo!" Eu exclamei. " Não me digam que o sistema do tribunal funciona assim aqui porque-"

"Não está-" ela interrompeu, "Mas esse julgamento era só uma formalidade. Ele é um prisioneiro de guerra, sabe. Eles iam o prender de qualquer maneira, então não fique pendurada nisso."

"Mas porquê?" Eu gemi. "Ele não fez nada de mal. Ele apenas existiu."

"Como eu disse, ele é um prisioneiro de guerra," a advogado repetiu. As suas asas sólidas moveram para trás de si. Elas eram só uns tons mais escuros que o seu cabelo branco-loiro, e a sua pálida complexidade contrastava drasticamente com os seus olhos negros. Os seus olhos eram negros com o inferno, quase tão negros como os de Jungkook, o que eu achei surpreendente. "Aí está. Ele é o filho de Hades, o que o faz um ponto fraco para esse bastardo."

"Mas eu..." eu lancei um olhar de derrota para a janela mais próxima e suspirei. "Como posso deixar isto acontecer?"

"Sinto muito, mas a sua espécie é perigosa para a nossa espécie, Scarlet. A tua espécie." A advogada olhou para o seu telemóvel. "Mas digo uma coisa, a menina pode o ver uma última vez se puser um grande espetáculo para os guardas. Eles prestam para pobres pequenas meninas choronas."

A advogada girou e se afastou, mas eu continuei a olhar fixamente. O ver uma última vez?

Nesse momento, eu sabia que Jungkook tinha definitivamente se afastado de mim.

Antes, eu nunca pensaria em quebrar as regras. Eu era assustada e tímida, e ser desobediente não era algo no qual eu era boa a fazer. As consequências me assustavam, e eu absolutamente odiava entrar em sarilhos.

Quando a ideia de libertar Jungkook da prisão se formou na minha mente, eu sabia que aquele demónio me tinha mudado.