Epílogo

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"Boa noite, Junghyun," eu sussurrei, antes de fechar a porta atrás de mim, minimizando o barulho com a minha palma. Com isso, andei em pontas dos pés até o meu quarto e desliguei as luzes, colapsando no colchão em completa escuridão com um gemido suave. Me cobri por baixo dos lençóis e os puxei cobrindo a minha cabeça, afogando o resto do mundo.

Amanhã, o meu filho teria um ano.

Deus, eu estava a ficar velha.

Eu me deitei na cama, contemplando o quão rápido o tempo passou. Junghyun já tinha crescido tanto, e isso me sobressaltou. De repente, ele começou a se parecer mais comigo do que com Jungkook, e eu senti pena disso. Eu não podia olhar mais para o meu filho para me lembrar de Jungkook, e eu agora tinha medo de esquecer da aparência de Jungkook. Junghyun continuava tendo os seus olhos, mas isso não valia nada. Jungkook tinha aqueles fascinantes, frios olhos, e eu me recusava a dizer que o meu filho não tinha alma.

Jungkook.

Tinha passado mais de um ano desde a sua morte. Sim, eu esperaria uma eternidade para ele voltar, mas se um mês parecia uma eternidade, eu não tinha certeza se era paciente o suficiente para esperar realmente uma eternidade. Cruzando os meus dedos debaixo dos lençóis, um implorei para que Jungkook se despachasse. Se isso significava me atirar a mim própria até Tartarus, ressuscitar o demónio, e o arrastar até à Terra, eu faria, mas eu--infelizmente--não podia. Os seus irmãos não podiam simplesmente me levar de volta para o Inferno, e pelo que eu ouvi, não havia forma de eu sobreviver um segundo em Tartarus.

Para de se stressar e vai dormir, eu disse para mim mesma, fechando os meus olhos com força. Eu tinha uma eternidade para me lamentar sobre Jungkook. Eu instintivamente movi a minha mão para o outro lado da cama, mas não estava lá nada. Estava fora de hábito, e era um hábito depressivo que, de certa forma, não desvanecia.

O meu espírito caiu, mas eu engoli e fechei os meus olhos novamente, esperando o sonho melhor que me trouxesse paz. E por uma vez, algo correu como planeado.

Eu estava de volta no Inferno.

Mesmo não tenha estado lá há em aproximadamente dois anos, eu conseguia reconhecer à vista. Os fogos reluzentes, o pano de fundo negro. O Elisio reluzia e brilhava à distância, e eu estava parada em frente do enorme, palácio de obsidiana de Hades, que cintilava perante o fogo.

"Nunca pensei que gostavas tanto do Inferno, huh?"

Eu me virei vagarosamente, os meus olhos arregalados em choque e antecipação.

Oh man, holy shit, eu pensava enquanto os meus olhos mergulhavam na presença de nem mais nem menos que Jeon Jungkook.

Ele estava igual, tal como me lembrava. A sua franja preta de corvo sobre a sua pele pálida, quase cobrindo o seu olho. Os seus olhos eram os mesmos que me assombravam todas as noites. Escuro, frios, e vazios, como um buraco infinito. Eu reconheci cada feição sua, e eu o encarei como se fosse a última vez que o via, como se eu quisesse o queimar na minha memória.

"JEON JUNGKOOK!" Eu gritei, me desequilibrando e me atirando para cima dele. Eu embrulhei os meus braços nos seus e enterrei a minha face na fábrica suave do seu moletom com capuz preto. Os seus braços musculosos me abraçaram, antes de eu dar conta, eu estava soluçando no seu moletom. "Eu finalmente consigo te ver novamente."

"Hey, calma, está tudo bem," ele disse, descansando a sua cabeça no topo da minha. "Estamos juntos agora, não estávamos?"

"Não," eu chorei tristemente, "isto é apenas um sonho."

Dark(Jungkook - BTS)(PortugueseVersion)Where stories live. Discover now