Capítulo 16

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"Por favor, não o posso ver uma última vez?" Eu pedi, alargando os meus olhos e esticando o meu lábio inferior. Os guardas encarregues da prisão durante a pausa do almoço se entreolharam. Um abanou a cabeça.

"Desculpe, ele é um prisioneiro de guerra. Não podemos fazer isso."

"Mas eu amo ele," lamentei, tentando paraense tão inocente e fofa quanto uma idol coreana. Eu convoquei cada pedaço de aegyo que eu continha. Desta vez, estereótipos iriam resultar a meu favor, eles tinham de resultar. Eu fiz beicinho e olhei para o chão tristemente. "Quero pedir desculpa por ter confessado."

"Olhe, isto são precauções de segurança," o guarda explicou. "Ele pode lhe machucar."

"Ele nunca me machucaria!" Eu insisti, utilizando a minha expressão mais fofa. "Mesmo que ele o faça, vocês não vão estar vigiando?"

Pausa.

"Por favor," Eu implorei, os meus olhos abriam com lágrimas. Eu tinha de suprimir o meu riso. Os meus dotes de representação estão a convencer até a mim mesma. "Eu não cheguei a dizer adeus..."

"Está bem, okay!" O segundo guarda se rendeu primeiro. Eu sorri brilhantemente e o abracei apertadamente.

"Obrigado obrigado obrigado!" Eu gritei, colocando os meus braços à sua volta. Com isso, a minha mão encontrou a alça do Taser no seu cinto, e eu gentilmente passei para dentro da minha longa manga. Isto seria interessante, no mínimo.

Os guardas me levaram até uma sala enjaulada com apenas uma mesa dentro com cadeiras. O que eu tinha abraçado ficou comigo na sala enquanto o outro foi buscar Jungkook.

Quando vi o guarda voltando com Jungkook, enquanto eles estavam a uma boa distância e apenas de vista, eu tentei fazer algo que nunca fizera antes. Eu tentei comunicar telepaticamente com Jungkook.

Eu não sabia se iria resultar ou não. Eu sabia que tinhas de estar emocionalmente interligado com uma pessoa para o fazer, mas eu não sabia se espécies importavam. Eu só tinha visto J-Hope, Jimin, e Jin fazer isso, é eu sabia que demónios também conseguia fazer. Mas eu não sabia se tinha herdado essa habilidade em concreto dos anjos.

Mas hey, se não resultasse, eu poderia sempre buscar o meu taser novinho em folha e começar a atacar os guardas e esperar que Jungkook acompanhe.

Eu me concentrei na presença de Jungkook. Retirando as suas memórias da minha mente, eu focei na sua existência e imaginei projetar os meus pensamentos nele.

Jungkook, pensei, olhando para ele fixamente assim que ele vira uma esquina, consegues me ouvir?

Estática.

Assim que ele chegou mais perto, eu freneticamente tentei de novo.

Jungkook! Eu gritei internamente. Sou eu! Me deixa entrar!

O guarda que direcionava Jungkook disse lhe algo, e Jungkook tirou o seu olhar do chão e me encarou. Nos entreolhamos, e uma nova energia entrou dentro de mim. Eu amava este homem, e ele me amava. Não havia maneira que nós não conseguíamos fazer isto.

Tentei novamente.

Jungkook, consegues me ouvir agora? Eu perguntei, injetando quanto poder eu conseguia para a minha voz mental. Eu te amo.

Eu também te amo.

Eu quase pulei quando a voz de Jungkook entrou na minha mente. Eu o observei cuidadosamente enquanto ele andava. Ele continuou sem expressão. Em cerca de dez segundos de distância da porta. Eu tinha de me despachar.

Eu tenho um taser, e tu tens habilidades sobrenaturais, começei. Assim que entrares nesta sala, vamos lá.

Em que raios foste buscar um caralho de um taser? Ele perguntou, Ainda sem mostrar algum tipo de sinal de comunicação ou a expressão incrédula na sua voz.

Não perguntes, apenas faz.

...Tudo bem.

Eu sorri levemente para mim. O guarda ao meu lado notou.

"Estás a rir de quê?" Ele perguntou. Eu encolhi os ombros suavemente.

"Eu só estou muito feliz de poder voltar a vê-lo," Eu respondi, deixando o meu sorriso crescer.

A porta abriu, e imediatamente, retirei o meu taser, liguei, e bati contra o guarda ao meu lado. Jungkook virou e empurrou o outro com os seus punhos algemados.

"Onde foste-?" O guarda que tinha eletrocutado perguntou, desnorteado e tossindo.

"O teu." Eu pressionei fortemente contra o seu peito, fechando os meus olhos momentariamente para que eu não o visse sendo eletrocutado. Ele gritou com dores, e eu me coloquei em cima do mesmo para que eu me ajoelhasse sobre ele e lhe desse socos, batendo com o meu punho na sua cara com a restante força que continha no meu corpo.

Jungkook tinha derretido as duas algemas com algum tipo de fumo de magia negra e estava envenenando o guarda com fumos pretos nocivos enquanto dava alguns murros bem situados. Eu posicionei a minha testa sobre o pescoço do guarda que atacava e observei a sua cara virar de vermelha para roxa. Ele tentou contra-atacar, mas a falta de oxigênio diminuiu os seus movimentos, o que me permitiu ficar no topo e a continuar a esganar o mesmo. Quando ele pareceu perder a consciência, eu larguei, não o querendo matar.

Bem cedo, ambos os guardas estavam inconscientes, e eu sai de cima do guarda que eletrocutei. Não demoraria muito para que uma equipa SWAT angelica chegar. As câmaras no canto da sala denunciavam isso.

"Vamos lá," Eu disse, sorrindo e pegando na mão gelada de Jungkook. Uma onda de amor bateu em mim, e os meus olhos ficaram cheios de lágrimas novamente, desta vez a sério. Eu estava tanto aterrorizada pelo que havia feito como admirada pelo facto de ter feito isso por Jungkook.

"Hey, antes de corrermos," eu disse, "posso apenas dizer que te amo?"

"Podias ter dito isso telepaticamente," Jungkook respondeu presunçoso. Eu revirei os olhos.

"Cala a boca."

Também te amo, projectou Jungkook. Eu sorri e rapidamente beijei ele nos lábios antes de apertar a minha mão na sua e começar a correr.

"Tens algum plano para onde supostamente devemos ir?" Perguntou Jungkook enquanto corríamos para fora da prisão e para as ruas. "Nós obviamente não vamos ficar aqui, e o Inferno está uma bagunça."

"Nos vamos sair daqui e vamos voltar para a Terra," eu respondi, sem saber exatamente de onde essas palavras saíram. "De volta para Seoul."

Seoul? Eu queria voltar? Eu tinha aberto a boca e simplesmente deixar as palavras saírem, mas eu não esperava Seoul. Fazia sentido, aliás, mas ao mesmo tempo não. Voltar para tudo o que eu conhecia? Já era muito tarde parra mudar de ideias, afinal. Nos podíamos decidir para onde iríamos depois de fugir.

Graças a nós, estávamos próximos da saída do Paraíso, o que era basicamente um buraco extremamente protegido no chão nubloso. Era um "portal" para os confins abaixo, um portal era uma passagem para saltar dentro e cair na Terra.

Normalmente, teríamos de passar por guardas ou coisa parecida para deixar o reino, mas Jungkook sabia o que fazer. Ele apertou a minha mão antes de nos teletransportar--sombra para o centro do portal. Eu fui puxado para cerca de três milissegundos de escuridão gelada antes de chegar suspensa no ar, a gravidade ainda sem presenciar o facto de estarmos ali, guardas gritando à nossa volta.

"Vamos lá," murmurou Jungkook quando caímos repentinamente como pedras.

Dark(Jungkook - BTS)(PortugueseVersion)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora